CORPO, FEMINISMO, QUEER E OUTRAS TEORIAS
Nos dias atuais, inúmeros casos de
preconceitos e desigualdades de gêneros tornam-se cada vez mais presentes em
nossa sociedade, apesar disso, é notório perceber que as discussões em torno do
gênero, feminismo e os movimentos LGBTQ+ também estão crescendo, mostrando que,
além da importância que essas discussões trazem para tornarmo-nos uma sociedade
mais justa e igualitária para todos, é preciso que estejamos aptos para levar
informações para pessoas que, antes, não puderam ter as mesmas oportunidades de
conhecer e entender as pautas de diversos movimentos sociais.
O presente trabalho é resultado do projeto de
pesquisa aprovado pelo EDITAL FAPEMA N° 004/2018- GERAÇÃO CIÊNCIA, e faz parte
dos estudos do Laboratório de Estudos de Gênero IFMA - Campus Pedreiras
(LEGIP), onde buscamos primeiramente compreender os conceitos relativos à
palavra gênero, o qual foi construído socialmente, para que depois possamos
adentrar nas discussões a respeito do corpo, desde a sua desvalorização por
meio de teorias filosóficas, como também o próprio feminismo que, antes, não
possuía um embasamento teórico totalmente consolidado, até os dias atuais onde
o corpo é sujeito às demais formas de hipersexualização nas propagandas, dos
mais variados produtos.
O estudo também foca-se na chamadas “ondas do
feminismo” e a sua relação com o estudo dos corpos, mostrando a diversidade de
pensamentos e estudos de diversas teóricas feministas, como Simone de Beauvoir
e Judith Butler, sendo esta então a que mais se destacou nos estudos relacionados
à recente Teoria Queer, que emergiu nos Estados Unidos no final da década de
80, auxiliando na desconstrução de conceitos heteronormativos.
O
corpo nas ondas do feminismo
A década de 1980 se tornou um marco
significativo nos movimentos sociais de natureza feminista, com a eclosão de
diversas pesquisadoras que estudaram, sobretudo, o gênero e as suas
subdivisões. Dentre as teóricas que mais obtiveram destaque neste momento estar
Joan Scott, em seus estudos ela determinou o gênero como algo constituído de
categorias e esquemas de análise, sendo construído socialmente para compreender
a identificação de um sujeito, como também, é uma forma primeira de significar
as relações de poder. Em seu artigo “Gênero: uma categoria útil para análise
histórica” (1989), ela afirma que o Gênero é um elemento constitutivo de
relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos, é uma forma
primeira de significar as relações de poder (SCOTT, 1989, p.21).
Corroboramos Scott e nesse contexto, se faz
necessário o estudo dos corpos para podermos perceber de onde surge grande
parte dos preconceitos e desigualdades de gênero. Desde cedo, a histórica
opressão patriarcal subjugava o corpo feminino a seguir papéis sociais
pseudo-biológicos, como por exemplo, o de ser obrigatoriamente feita para ser
mãe e dona de casa. Elizabeth Grosz em seu artigo “Corpos Reconfigurados”
(2000), expõe alguns dos diversos fatores que levaram a desvalorização do
corpo, são apresentados características das quais
herdamos as nossas concepções a respeito do que se trata o corpo, além de
destacar diversos dos fatores que levaram a sua desvalorização, expondo teorias
filosóficas e as próprias teorias feministas que, antes, não possuíam uma base
teórica totalmente consolidada. Por exemplo, temos algumas linhas de
pensamento contemporâneo - que foram herdados muito provavelmente do
cartesianismo – pela qual o corpo é visto apenas como objeto de estudo, tanto
para as ciências ditas como biológicas, como também para as ciências humanas,
esse tipo de visão mantem a desvalorização pois apresenta a ausência da
preocupação com as particularidades de cada corpo em suas pesquisas. Foram os
estudos que buscaram reelaborar a representação dos corpos de mulheres,
ressuscitando um conceito do corpo para seus próprios fins, desvinculado das
apropriações biológicas e naturalistas em que foram historicamente submetidos.
Devemos entender, portanto, que o corpo feminino deve ser o instrumento de
liberdade da mulher e não algo que a limite.
Grosz (2000), determinou, ainda, os
pensamentos das teóricas feministas em relação ao corpo em categorias ou ondas
e as classificou como feminismo igualitário, construcionismo social e diferença
sexual.
Na primeira categoria, inclui-se figuras como
Simone de Beauvoir e outras feministas liberais, conservadoras, humanistas e
até mesmo as ecofeministas. Muitas feministas nesta categoria veem um conflito
entre o papel de mãe e o de política ou cidadã, pois para elas, a opressão das
mulheres é consequência delas serem contidas em um corpo inadequado e,
portanto, é preciso superá-lo.
Já segunda categoria, Construcionismo social,
inclui a maioria das teóricas feministas contemporâneas, as feministas
marxistas e as feministas psicanalistas, esta categoria não vê o corpo como um
objeto a ser superado, mas sim como um objeto biológico. A segunda categoria
faz uma distinta relação entre mente/corpo e biologia/psicologia, onde o corpo
é responsável pela produção e reprodução, enquanto que a mente seria
responsável pela ideologia e pelas questões sociais. Sendo marcada, também,
pelo surgimento das preocupações sociais e políticas, sendo voltadas para a construção
de conteúdo teórico.
A diferença sexual, como Grosz nomeou a
terceira categoria, temos nomes como Judith Butler e muitas outras. Nesta, o
corpo é visto como crucial para a compreensão da existência psíquica e social
da mulher, mas não é mais visto como um objeto a-histórico, biologicamente
dado, não cultural. Ele é tanto um construto, quanto uma inscrição assim como o
que está registrado nele ou sobre ele, logo ele pode ser construído
culturalmente. Seguindo essa visão podemos problematizar questões como a
heterossexualidade compulsória ou heteronormatividade, apontando-as como
resultados do pensamento naturalizante que entrelaçam sexo-gênero-desejo e
prática sexual.
Ainda por essa visão é possível entender o
papel do corpo nas propagandas publicitárias, segundo Iara Beleli em “Corpo e
identidade na propaganda”:
‘(...) A propaganda distingue categorias de
pessoas e orienta modos de ser e viver, centrando sua eficácia na atenção que
ela desperta no consumidor. Persuadir, independentemente do target, é seduzir,
e a erotização passa pelo corpo da mulher e pelo desejo do homem, informando um
modo de organização social no qual as relações entre mulheres e produtos são as
mesmas estabelecidas entre homens e mulheres, que parecem tomar o lugar do
produto’. (BELELI, 2007, p.211 e 212)
Desse modo percebemos como o corpo feminino é
usado para identificar certos produtos. A indústria de bebidas é um excelente
exemplo a ser apontada, em suas propagandas ela acaba construindo uma simbiose
produto/mulher, mercantilizando, ainda que implicitamente o corpo feminino.
Trata-se novamente de uma relação de poder dicotômica pela qual o consumidor
masculino (preferencialmente o alvo desse tipo de campanha publicitária), que
detém o poder de compra, adquiri o produto simbioticamente feminino
(passivo).
Essa dicotomia Masculino X Feminino é o ponto
alvo dos debates da moderna Teoria Queer, sua construção, ainda que esteja em
constante elaboração, se fez presente em um contexto no qual os movimentos
LGBTs e as feministas da terceira onda emergiram nos Estados Unidos.
No final da década de 1980 a Teoria Queer
surge já realizando uma apropriação radical de uma palavra que era usada para
insultar e ofender. Segundo Richard Miskolci (2009, p.150),
A Teoria Queer emergiu nos Estados Unidos em
fins da década de 1980, em oposição crítica aos estudos sociológicos sobre
minorias sexuais e gênero. Surgida em departamentos normalmente não associados
às investigações sociais como os de Filosofia e crítica literária.
A teoria Queer nos permite pensar basicamente
na multiplicidade e na fluidez das identidades sexuais e de gênero mas, além
disso, também sugere novas formas de pensar a cultura, o conhecimento, o poder,
a educação e, além disso, problematizar as concepções atuais de gênero, sexo,
raça e outras categorias que criam identidades sobre as quais o “sujeito” se
localiza. A palavra queer, que até então era usada para se referir a essas
pessoas como “estranhos” e “bizarros”, além de que não se enquadram na norma
heteronormativa, passa a ser ressignificada para afirmar pessoas cujas
subjetivações realizam abalos nas estruturas normatizadoras do sujeito. A
filósofa pós-estruturalista estadunidense Judith Butler se destacou como uma
das principais pensadoras acerca da Teoria Queer, e apesar de sua evidente
ligação com a teoria feminista e foucaultiana, ela rejeita qualquer definição
teórica a respeito, por entender que isso poderia aprisionar e limitar suas
reflexões e seus trabalhos.
Em síntese, a teoria QUEER admite a
pluralidade de identidades, de modo que defende a ideia que existem mais que
apenas dois gêneros, que o sexo biológico não determina o gênero e que o corpo,
assim como o gênero, é construído culturalmente. Além disso, ela problematiza
as configurações de como os sujeitos se percebem e veem, biológica e subjetivamente,
além das formas de rompimento com as normas de sexualidade e gênero,
historicamente construídas.
A compreensão das visões postas na presente
pesquisa são essenciais para se repensar a forma como vemos o mundo e,
principalmente, tentar, a partir daí, a mudá-lo, pois infelizmente a realidade
nos mostra que quanto mais pessoas rompem com as normas de gênero
estabelecidas, mais estão suscetíveis a se tornar vítimas de violências.
Metodologias
O estudo em questão se constitui em uma
pesquisa exploratória, bibliográfica de caráter qualitativo. Ela faz parte das
ações do laboratório de gênero (LEGIP) e foi dividido em duas etapas: a
teórico-metodológica e a prática.
Durante a primeira etapa houve o levantamento
bibliográfico sobre os temas propostos, orientamo-nos primeiramente para as
concepções dos estudos de gênero, sendo as obras escolhidas: Gênero, uma
categoria útil para análise histórica, de Joan Scott; Diga-me, o que significa
gênero? de Marie-Victoire Louis; e Gênero, Sexualidade e Educação de Guacira
Lopes Louro. Para os demais temas como corpo, feminismo e Queer, foram
escolhidas as seguintes obras: Corpos Reconfigurados, de Elizabeth Grosz; Corpo
e identidade na propaganda, de Iara Beleli; O sujeito do feminismo e pós
estruturalismo, de Silvana Aparecida Mariano; Quem tem
medo do feminismo negro? de Djamila Ribeiro; Sejamos todos feministas, de
Chimamanda Ngozi Adichie; A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma
analítica da normalização, de Richard Miskolci; Ensaios sobre sexualidade e a
teoria queer, de Guacira Lopes Louro; Judith Butler e a Teoria Queer, de Sara
Salih.
A segunda etapa do projeto consistiu na
realização de cards e desenhos, inspirados nas temáticas estudadas na primeira
etapa.
A pesquisa, por estar ligada ao LEGIP -
Laboratório de Estudos de Gênero Ifma/Campus Pedreiras - também possui uma
etapa ligada à extensão, de modo que os resultados produzidos foram divulgados
à comunidade através de palestras e apresentações orais e divulgada em redes
sociais – pessoais e do laboratório.
Resultados
e considerações
A partir das análises dos referenciais
teóricos pesquisados na primeira etapa do estudo, paralelamente, produzíamos
desenhos e cards em consonância com as temáticas apresentadas pela literatura
específica escolhida, pois acreditamos que as artes são um dos mecanismos mais
promissores na luta e no combate ao racismo, ao preconceito de gênero e outras
discriminações. Logo, ao nos valer da estética marginal e revolucionária dos
cards, pudemos fazer com que as teorias por nós estudadas, tenham tanto um
fácil entendimento, quanto uma rápida disseminação. Nosso público alvo foi a
Educação Básica, preferencialmente os alunos do ensino fundamental, mas também
procuramos alcançar aqueles que nunca tiveram acesso, ou não sabem a respeito
dessas discussões e de suas importâncias.
De maneira simples podemos conceituar os
cards como pedaços interativos de informação, contém informações resumidas,
relevantes e de rápida compreensão, em geral eles se apresentam quase sempre
num formato retangular, assemelhando-se aos formatos dos cartões de crédito ou
cartas de jogos. Apesar de objetivarmos os cards impressos, também construímos
“cards para web” cujo ponto forte desse formato é a interatividade e a
amplitude de espaços e pessoas que eles podem alcançar. Todos os cards foram
confeccionados manualmente pela bolsista.
O primeiro card foi inspirado no livro “Quem
tem medo do feminismo negro?”, de Djamila Ribeiro. E a informação posta foi
“Reconhecer fragilidades, dores e saber pedir ajuda são formas de restituir as
humanidades negadas. Nem subalternizada, nem guerreira: humana.” (RIBEIRO,
2018, p.20).
Figura 1: Card “QUEM TEM MEDO
DO FEMINISMO NEGRO?”
As concepções da autora, posta nesta obra
também inspiraram o card “Sem opressão”, que traz a citação: “O objetivo do
feminismo é uma sociedade sem hierarquia de gênero - o gênero não sendo
utilizado para conceder privilégios ou legitimar opressões.” (RIBEIRO, 2018,
p.44).
Figura 2: Card SEM OPRESSÃO
Do artigo “Gênero, uma categoria útil para
análise histórica” de Joan Scott foi escolhida a citação: “Do que se trata o
gênero? é uma construção social baseada nas diferenças percebidas entre os
sexos” e inspirou o card “Do que se trata o Gênero?”
Figura 3 Card DO QUE SE TRATA
O GÊNERO?
Do texto “A imagem do
corpo e a escrita da identidade”, de (GOMES e GUIMARÃES), foi retirada a
citação: “O corpo deve ser o instrumento de liberdade da mulher, não algo que a
limite.” (GOMES e GUIMARÃES,2014, p.09) e inspirou o card corpo e liberdade,
Figura 4: Card CORPO E
LIBERDADE
Frases de importante autoras Negras e
feministas também inspiraram cards como “Ao falar de mulheres, devemos sempre
nos perguntar de que mulheres estamos falando. Mulheres não são um bloco único,
elas possuem pontos de partida diferentes, apontando a urgência de não
universalizar essa categoria, ou seja, fala-se da importância de se dar nome e
trazer visibilidade para se restituir a humanidade.” de Sueli Carneiro.
Figura 5: Card Sueli Carneiro
E “Em uma sociedade racista, não basta não
ser racista. É necessário ser antirracista.” de Ângela Davis
Figura 6: Card Ângela Davis
A partir das diversas leituras voltadas para
a teoria QUEER, uma sequência de 5 cards, formou um pequeno guia explicativo
sobre o significado da sigla “LGBTQIA+” com as suas respectivas bandeiras, o
primeiro card apresenta o guia e consta a seguinte informação: “Sempre tratamos
de discussões relacionadas a comunidade LGBTQIA+, mas, do que se trata a
sigla?”
Figura 7. Capa do Guia LGBTQ+
Os cards seguintes explicam o significados
das letras L, G e B, sendo o L para Lésbicas: mulheres que sentem atração pelo
mesmo gênero; G para Gays: homens que sentem atração pelo mesmo gênero e B para
Bissexuais: homens ou mulheres que sentem atração pelos gêneros feminino e
masculino, consta ainda a observação: as pessoas que sentem atração por todos
os gêneros se identificam como pansexuais; que explica que apesar não está na
nomenclatura ainda existe essa identidade.
Figura 8: card 2 do guia
LGBTQIA+
O terceiro card do guia explica os
significados das letras T e Q, sendo T para Transexuais: pessoas que se
identificam com outro gênero que não aquele atribuído no nascimento, inclusive
dentro do aspecto não-binário, além disso, traz a seguinte observação: trata-se
de um conceito relacionado à identidade de gênero e não à orientação; logo
abaixo está a letra Q de Queer: pessoas que se identificam como gênero queer
transitam entre os gêneros feminino e masculino, com a observação: o termo faz
referência a teoria queer;
Figura 9: card 3 do guia
LGBTQIA+
O quarto card do guia explica os significados
das letras I e A, sendo I para Intersexo: pessoas cujo o desenvolvimento sexual
corporal-expressado em hormônios, genitais, cromossomos, e/ou outras
características biológicas não se enquadram na forma binária; e A para
Assexuais: pessoas que não sentem atração por outras pessoas, independente do
gênero;
Figura 10. Card 4 do guia LGBTQIA+
O último card traz o símbolo +, que
significa: abriga todas as diversas possibilidades de orientação e/ou de
identidade de gênero.
Figura 11. Card 5 do guia
LGBTIQ+
A sequencia seguinte de cards foram autorais,
inspiradas em experiencias próprias e no convívio com os demais pesquisadores
do Legip.
Figura 12. Card “Seja uma
mulher que levanta outras mulheres”.
Figura 13. Card “Resistimos”.
Nosso último card é uma homenagem à um amigo,
que queríamos demonstrar apoio, por isso o nomeamos de apenas de “Amigo”.
Figura 14. Card AMIGO
Além dos cards, produzimos artigos, resumos
expandidos e apresentações em slides e tivemos a oportunidade de levar, através
dessa produção, informações tanto de cunho acadêmico e mais prolixo, quanto por
meio de frases curtas e imagens diversas que facilitam o entendimento. Não
obstante, contribuímos para o aumento dos debates nas instituições de ensino do
IFMA, bem como nos eventos que foram realizados pelo Neabi (Núcleo de Estudos
Afrodescendentes e indígenas) em diversos campi do Instituto Federal do
Maranhão e do Brasil. Ao tratarmos dessas discussões, temos o desejo de dar voz
às minorias que, por tanto tempo, tiveram suas vozes silenciadas para as mais
diversas formas de preconceitos.
Perspectivas
de continuidade ou desdobramento do trabalho
O estudo desses temas contribuiu para o
aumento dos debates no IFMA- campus Pedreiras e se se tornou algo essencial
para que determinados estereótipos fossem desconstruídos e superados. Faz-se
necessário dar voz aos grupos historicamente marginalizados, devido suas
identidades de gêneros, fazendo com que essas pautas possam ocupar lugares onde
existam determinados tabus e, além disso, contribuir para a formação de uma
sociedade que não compactue de forma alguma com antigos estigmas e
preconceitos. Logo um estudo mais aprofundado sobre as diversas identidades de
gênero, os princípios da heteronormatividade e da Heterossexualidade
compulsória, bem como a divulgação destes estudos nos espaços de educação
básica, exteriores ao Ifma, poderão ser alvo de um projeto futuro que aliará
pesquisa e extensão.
Referências
Ma. Nila Michele Bastos Santos é
Historiadora, Psicopedagoga, Especialista em Formação de Professores. Mestra em
História Social pela Universidade Federal do Maranhão. Professora EBTT de
História do Instituto Federal do Maranhão IFMA - Campus Pedreiras. Coordenadora
do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do IFMA campus Pedreiras e
Coordenadora do LEGIP. Contato: nila.santos@ifma.edu.br
Luana Martins Pereira, Técnica em
Eletromecânica na forma integrada ao ensino médio pelo Instituto Federal do
Maranhão - Campus Pedreiras (2019). Membro do LEGIP, Bolsista I.C. Júnior
FAPEMA (2019). Atualmente Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade
Federal do Piauí.
BELELI, Iara. Corpo e Identidade na
Propaganda. Estudos Feministas, Florianópolis, 15(1): 193-215,
janeiro-abril/2007.
GOMES, Jaqueline Frantz de Lara e GUIMARÃES,
Rafael Eisinger. A imagem do corpo e a escrita da identidade: a relação entre
corporalidade e autoria feminina na obra de eliane brum, VERBO DE MINAS, Juiz
de Fora, v. 15, n. 26. p. 5-15, ago./dez. 2014 – ISSN 1984-6959
GROSZ, Elizabeth. “Corpos Reconfigurados”.
Pagu (14), 2000, p. 45-86.
MISKOLCI, Richard. A Teoria Queer e a
Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização Sociologias.
Nº.21, Porto Alegre Jan/June 2009. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-45222009000100008
RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo:
Companhia das Letras, 2018.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para
análise histórica. In: Gender and the
Politics of History. New York: Columbia University Press, 1989.
Tradução: Cristine Ruffino Dabat e Maria Betânia Ávila. 3.ed. Recife: SOS
CORPO, 1996. Disponível em:
http://www.observem.com/upload/935db796164ce35091c80e10df659a66.pdf
Trabalho importantíssimo! Pouco se fala sobre isso nas universidades e poucos trabalhos são produzidos. Apesar de ser um espaço aberto e diversificado. Me lembrou o TCC de um amigo que falou sobre o grupo Dizi Croquettes relacionando-os com a teoria Queer. Vi que o projeto de vocês abraçou a causa juntou ao Laboratório de pesquisa e levou o mesmo a alguns setores, vocês pretendem levar mais a diante? Digo as escolas, na qual temos uma discussão atual sobre a "Ideologia de Gênero", relacionada por alguns (o que chega a ser cômico) a Educação Sexual, ideologia essa que eu acredito que não exista. Os Cards são uma forma muito importante de fazer com que essa informação chegue até as escolas. De maneira simples e objetiva. Se sim, vocês pretendem usá-los?
ResponderExcluirParabéns pelo texto e pelos Cards.
Paulina Ferreira de Araújo.
Olá, Paulina Ferreira de Araújo, agradecemos sua pergunta.
ExcluirO projeto CORPO, FEMINISMO, QUEER E OUTRAS TEORIAS é um dos projetos do Laboratório de Gênero, nosso objetivo é atuar tanto na pesquisa quanto na extensão. Nós do LEGIP estávamos organizando uma “Caixa Lúdica” (evitamos usar o termo Kit, justamente para evitar os preconceitos, já estabelecido) que contará com outros materiais desenvolvidos no laboratório, tais como mapas da Violência, cartilhas sobre a identidade de Gênero, fanzines e é claro os Cards. Já fizemos o levantamento das escolas da primeira cidade que iremos atuar. São escolas Públicas do Estado do Maranhão, na cidade de Pedreiras. Infelizmente a pandemia, suspendeu essa ação, mas tão logo possível retornaremos e buscaremos ampliar nosso foco de atuação, a ideia é atingir todas as escolas públicas das adjacências que possuem contato com o nosso Instituto. Ainda não sabemos o tipo de resistência que podemos sofrer, a final o tema é cercado de preconceitos, mas afirmamos que não desistiremos, quanto mais formas lúdicas de trabalhar essas questões pudermos produzir, mais contribuições para uma educação para a diversidade teremos.
Para divulgação e exposição dos nossos trabalhos, além de propor questões de reflexão criamos inclusive uma conta no Instagram: @legip.ifma. Esperamos que nos visite, para que possamos continuar o debate
Nila Michele Bastos Santos
Olá, Paulina Ferreira de Araújo, complementando a resposta da Nila, de fato, são poucos os trabalhos produzidos tendo em vista a Teoria Queer, acredito que trazendo esse projeto para discussão e mais a frente atuando nas escolas com palestras e a levando a nossa "caixa lúcida" com os cards, fanzines e as cartilhas, poderemos contribuir para a formação de indivíduos capazes de saber entender e respeitar as diferenças do outro, assim como também possam trazer o olhar para reconhecer a si mesmos.
ExcluirAtt,
Luana Martins Pereira
Caras,
ResponderExcluirComo estão?
Primeiro, gostaria de parabenizá-las pelo conteúdo e pela criatividade que abordaram o tema. Os cards ficaram incríveis!
Tenho algumas questões, uma delas vai de encontro ao que a Paulina falou a cima. Faz parte do Projeto vocês levarem estes cards a escolas ou vocês construíram para se tornar um instrumento para professores utilizarem?
Gostaria de indicar um livro, O Corpo Educado. Pedagogias da Sexualidade, organizado pela Guacira Lopes Louro. Nele tem a introdução traduzida do livro da Butler "Corpos que pesam",além de vários outros artigos ótimos, acredito que possa auxiliar vocês nos projetos futuros.
Novamente, parabenizo o trabalho de vocês.
Att,
Gabbiana Clamer Fonseca Falavigna dos Reis.
Olá, Gabi Fonseca agradecemos sua pergunta.
ExcluirNossos cards fazem parte de uma “Caixa Lúdica” (evitamos usar o termo Kit, justamente para evitar os preconceitos, já estabelecido) que contará com outros materiais didáticos desenvolvidos no laboratório, tais como mapas da Violência, cartilhas sobre a identidade de Gênero, fanzines. Infelizmente por uma questão de financiamento e do número de escolas que desejamos atender só poderemos levar duas caixas para cada instituição, assim a distribuição nas escolas seguirá um protocolo que incluem tanto apresentações aos alunos, realizadas pelos nossos membros estudantes do Ensino médio, quanto uma pequena formação aos professores com sugestões de como trabalhar com o material, nesta fase teremos tanto a presença dos membros estudantes, quanto dos professores orientadores do Laboratório.
Agradecemos e ficamos muito feliz com sua indicação, o livro já faz parte das leituras de nosso grupo de estudo no laboratório e em breve estará como referencias em nossos futuros trabalhos.
Gostaria de convidá-la a visitar nossa página no Instagram: @legip.ifma. lá divulgamos e expomos nossos trabalhos, além de propor questões de reflexão sobre os temas do Legip.
Prof. Nila Michele Bastos Santos
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