Nila Michele Bastos Santos e Luana Martins Pereira


CORPO, FEMINISMO, QUEER E OUTRAS TEORIAS



Nos dias atuais, inúmeros casos de preconceitos e desigualdades de gêneros tornam-se cada vez mais presentes em nossa sociedade, apesar disso, é notório perceber que as discussões em torno do gênero, feminismo e os movimentos LGBTQ+ também estão crescendo, mostrando que, além da importância que essas discussões trazem para tornarmo-nos uma sociedade mais justa e igualitária para todos, é preciso que estejamos aptos para levar informações para pessoas que, antes, não puderam ter as mesmas oportunidades de conhecer e entender as pautas de diversos movimentos sociais.

O presente trabalho é resultado do projeto de pesquisa aprovado pelo EDITAL FAPEMA N° 004/2018- GERAÇÃO CIÊNCIA, e faz parte dos estudos do Laboratório de Estudos de Gênero IFMA - Campus Pedreiras (LEGIP), onde buscamos primeiramente compreender os conceitos relativos à palavra gênero, o qual foi construído socialmente, para que depois possamos adentrar nas discussões a respeito do corpo, desde a sua desvalorização por meio de teorias filosóficas, como também o próprio feminismo que, antes, não possuía um embasamento teórico totalmente consolidado, até os dias atuais onde o corpo é sujeito às demais formas de hipersexualização nas propagandas, dos mais variados produtos.

O estudo também foca-se na chamadas “ondas do feminismo” e a sua relação com o estudo dos corpos, mostrando a diversidade de pensamentos e estudos de diversas teóricas feministas, como Simone de Beauvoir e Judith Butler, sendo esta então a que mais se destacou nos estudos relacionados à recente Teoria Queer, que emergiu nos Estados Unidos no final da década de 80, auxiliando na desconstrução de conceitos heteronormativos.

O corpo nas ondas do feminismo
A década de 1980 se tornou um marco significativo nos movimentos sociais de natureza feminista, com a eclosão de diversas pesquisadoras que estudaram, sobretudo, o gênero e as suas subdivisões. Dentre as teóricas que mais obtiveram destaque neste momento estar Joan Scott, em seus estudos ela determinou o gênero como algo constituído de categorias e esquemas de análise, sendo construído socialmente para compreender a identificação de um sujeito, como também, é uma forma primeira de significar as relações de poder. Em seu artigo “Gênero: uma categoria útil para análise histórica” (1989), ela afirma que o Gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos, é uma forma primeira de significar as relações de poder (SCOTT, 1989, p.21).

Corroboramos Scott e nesse contexto, se faz necessário o estudo dos corpos para podermos perceber de onde surge grande parte dos preconceitos e desigualdades de gênero. Desde cedo, a histórica opressão patriarcal subjugava o corpo feminino a seguir papéis sociais pseudo-biológicos, como por exemplo, o de ser obrigatoriamente feita para ser mãe e dona de casa. Elizabeth Grosz em seu artigo “Corpos Reconfigurados” (2000), expõe alguns dos diversos fatores que levaram a desvalorização do corpo, são apresentados características das quais herdamos as nossas concepções a respeito do que se trata o corpo, além de destacar diversos dos fatores que levaram a sua desvalorização, expondo teorias filosóficas e as próprias teorias feministas que, antes, não possuíam uma base teórica totalmente consolidada. Por exemplo, temos algumas linhas de pensamento contemporâneo - que foram herdados muito provavelmente do cartesianismo – pela qual o corpo é visto apenas como objeto de estudo, tanto para as ciências ditas como biológicas, como também para as ciências humanas, esse tipo de visão mantem a desvalorização pois apresenta a ausência da preocupação com as particularidades de cada corpo em suas pesquisas. Foram os estudos que buscaram reelaborar a representação dos corpos de mulheres, ressuscitando um conceito do corpo para seus próprios fins, desvinculado das apropriações biológicas e naturalistas em que foram historicamente submetidos. Devemos entender, portanto, que o corpo feminino deve ser o instrumento de liberdade da mulher e não algo que a limite.

Grosz (2000), determinou, ainda, os pensamentos das teóricas feministas em relação ao corpo em categorias ou ondas e as classificou como feminismo igualitário, construcionismo social e diferença sexual.

Na primeira categoria, inclui-se figuras como Simone de Beauvoir e outras feministas liberais, conservadoras, humanistas e até mesmo as ecofeministas. Muitas feministas nesta categoria veem um conflito entre o papel de mãe e o de política ou cidadã, pois para elas, a opressão das mulheres é consequência delas serem contidas em um corpo inadequado e, portanto, é preciso superá-lo.

Já segunda categoria, Construcionismo social, inclui a maioria das teóricas feministas contemporâneas, as feministas marxistas e as feministas psicanalistas, esta categoria não vê o corpo como um objeto a ser superado, mas sim como um objeto biológico. A segunda categoria faz uma distinta relação entre mente/corpo e biologia/psicologia, onde o corpo é responsável pela produção e reprodução, enquanto que a mente seria responsável pela ideologia e pelas questões sociais. Sendo marcada, também, pelo surgimento das preocupações sociais e políticas, sendo voltadas para a construção de conteúdo teórico.

A diferença sexual, como Grosz nomeou a terceira categoria, temos nomes como Judith Butler e muitas outras. Nesta, o corpo é visto como crucial para a compreensão da existência psíquica e social da mulher, mas não é mais visto como um objeto a-histórico, biologicamente dado, não cultural. Ele é tanto um construto, quanto uma inscrição assim como o que está registrado nele ou sobre ele, logo ele pode ser construído culturalmente. Seguindo essa visão podemos problematizar questões como a heterossexualidade compulsória ou heteronormatividade, apontando-as como resultados do pensamento naturalizante que entrelaçam sexo-gênero-desejo e prática sexual.

Ainda por essa visão é possível entender o papel do corpo nas propagandas publicitárias, segundo Iara Beleli em “Corpo e identidade na propaganda”:

‘(...) A propaganda distingue categorias de pessoas e orienta modos de ser e viver, centrando sua eficácia na atenção que ela desperta no consumidor. Persuadir, independentemente do target, é seduzir, e a erotização passa pelo corpo da mulher e pelo desejo do homem, informando um modo de organização social no qual as relações entre mulheres e produtos são as mesmas estabelecidas entre homens e mulheres, que parecem tomar o lugar do produto’. (BELELI, 2007, p.211 e 212)

Desse modo percebemos como o corpo feminino é usado para identificar certos produtos. A indústria de bebidas é um excelente exemplo a ser apontada, em suas propagandas ela acaba construindo uma simbiose produto/mulher, mercantilizando, ainda que implicitamente o corpo feminino. Trata-se novamente de uma relação de poder dicotômica pela qual o consumidor masculino (preferencialmente o alvo desse tipo de campanha publicitária), que detém o poder de compra, adquiri o produto simbioticamente feminino (passivo).  

Essa dicotomia Masculino X Feminino é o ponto alvo dos debates da moderna Teoria Queer, sua construção, ainda que esteja em constante elaboração, se fez presente em um contexto no qual os movimentos LGBTs e as feministas da terceira onda emergiram nos Estados Unidos.

No final da década de 1980 a Teoria Queer surge já realizando uma apropriação radical de uma palavra que era usada para insultar e ofender. Segundo Richard Miskolci (2009, p.150),

A Teoria Queer emergiu nos Estados Unidos em fins da década de 1980, em oposição crítica aos estudos sociológicos sobre minorias sexuais e gênero. Surgida em departamentos normalmente não associados às investigações sociais como os de Filosofia e crítica literária.

A teoria Queer nos permite pensar basicamente na multiplicidade e na fluidez das identidades sexuais e de gênero mas, além disso, também sugere novas formas de pensar a cultura, o conhecimento, o poder, a educação e, além disso, problematizar as concepções atuais de gênero, sexo, raça e outras categorias que criam identidades sobre as quais o “sujeito” se localiza. A palavra queer, que até então era usada para se referir a essas pessoas como “estranhos” e “bizarros”, além de que não se enquadram na norma heteronormativa, passa a ser ressignificada para afirmar pessoas cujas subjetivações realizam abalos nas estruturas normatizadoras do sujeito. A filósofa pós-estruturalista estadunidense Judith Butler se destacou como uma das principais pensadoras acerca da Teoria Queer, e apesar de sua evidente ligação com a teoria feminista e foucaultiana, ela rejeita qualquer definição teórica a respeito, por entender que isso poderia aprisionar e limitar suas reflexões e seus trabalhos.

Em síntese, a teoria QUEER admite a pluralidade de identidades, de modo que defende a ideia que existem mais que apenas dois gêneros, que o sexo biológico não determina o gênero e que o corpo, assim como o gênero, é construído culturalmente. Além disso, ela problematiza as configurações de como os sujeitos se percebem e veem, biológica e subjetivamente, além das formas de rompimento com as normas de sexualidade e gênero, historicamente construídas.

A compreensão das visões postas na presente pesquisa são essenciais para se repensar a forma como vemos o mundo e, principalmente, tentar, a partir daí, a mudá-lo, pois infelizmente a realidade nos mostra que quanto mais pessoas rompem com as normas de gênero estabelecidas, mais estão suscetíveis a se tornar vítimas de violências.

Metodologias
O estudo em questão se constitui em uma pesquisa exploratória, bibliográfica de caráter qualitativo. Ela faz parte das ações do laboratório de gênero (LEGIP) e foi dividido em duas etapas: a teórico-metodológica e a prática.

Durante a primeira etapa houve o levantamento bibliográfico sobre os temas propostos, orientamo-nos primeiramente para as concepções dos estudos de gênero, sendo as obras escolhidas: Gênero, uma categoria útil para análise histórica, de Joan Scott; Diga-me, o que significa gênero? de Marie-Victoire Louis; e Gênero, Sexualidade e Educação de Guacira Lopes Louro. Para os demais temas como corpo, feminismo e Queer, foram escolhidas as seguintes obras: Corpos Reconfigurados, de Elizabeth Grosz; Corpo e identidade na propaganda, de Iara Beleli; O sujeito do feminismo e pós estruturalismo, de Silvana Aparecida Mariano; Quem tem medo do feminismo negro? de Djamila Ribeiro; Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie; A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização, de Richard Miskolci; Ensaios sobre sexualidade e a teoria queer, de Guacira Lopes Louro; Judith Butler e a Teoria Queer, de Sara Salih.

A segunda etapa do projeto consistiu na realização de cards e desenhos, inspirados nas temáticas estudadas na primeira etapa.

A pesquisa, por estar ligada ao LEGIP - Laboratório de Estudos de Gênero Ifma/Campus Pedreiras - também possui uma etapa ligada à extensão, de modo que os resultados produzidos foram divulgados à comunidade através de palestras e apresentações orais e divulgada em redes sociais – pessoais e do laboratório.

Resultados e considerações
A partir das análises dos referenciais teóricos pesquisados na primeira etapa do estudo, paralelamente, produzíamos desenhos e cards em consonância com as temáticas apresentadas pela literatura específica escolhida, pois acreditamos que as artes são um dos mecanismos mais promissores na luta e no combate ao racismo, ao preconceito de gênero e outras discriminações. Logo, ao nos valer da estética marginal e revolucionária dos cards, pudemos fazer com que as teorias por nós estudadas, tenham tanto um fácil entendimento, quanto uma rápida disseminação. Nosso público alvo foi a Educação Básica, preferencialmente os alunos do ensino fundamental, mas também procuramos alcançar aqueles que nunca tiveram acesso, ou não sabem a respeito dessas discussões e de suas importâncias.

De maneira simples podemos conceituar os cards como pedaços interativos de informação, contém informações resumidas, relevantes e de rápida compreensão, em geral eles se apresentam quase sempre num formato retangular, assemelhando-se aos formatos dos cartões de crédito ou cartas de jogos. Apesar de objetivarmos os cards impressos, também construímos “cards para web” cujo ponto forte desse formato é a interatividade e a amplitude de espaços e pessoas que eles podem alcançar. Todos os cards foram confeccionados manualmente pela bolsista.

O primeiro card foi inspirado no livro “Quem tem medo do feminismo negro?”, de Djamila Ribeiro. E a informação posta foi “Reconhecer fragilidades, dores e saber pedir ajuda são formas de restituir as humanidades negadas. Nem subalternizada, nem guerreira: humana.” (RIBEIRO, 2018, p.20).


Figura 1: Card “QUEM TEM MEDO DO FEMINISMO NEGRO?”

As concepções da autora, posta nesta obra também inspiraram o card “Sem opressão”, que traz a citação: “O objetivo do feminismo é uma sociedade sem hierarquia de gênero - o gênero não sendo utilizado para conceder privilégios ou legitimar opressões.” (RIBEIRO, 2018, p.44).


Figura 2: Card SEM OPRESSÃO

Do artigo “Gênero, uma categoria útil para análise histórica” de Joan Scott foi escolhida a citação: “Do que se trata o gênero? é uma construção social baseada nas diferenças percebidas entre os sexos” e inspirou o card “Do que se trata o Gênero?”


Figura 3 Card DO QUE SE TRATA O GÊNERO?

Do texto “A imagem do corpo e a escrita da identidade”, de (GOMES e GUIMARÃES), foi retirada a citação: “O corpo deve ser o instrumento de liberdade da mulher, não algo que a limite.” (GOMES e GUIMARÃES,2014, p.09) e inspirou o card corpo e liberdade,


Figura 4: Card CORPO E LIBERDADE

Frases de importante autoras Negras e feministas também inspiraram cards como “Ao falar de mulheres, devemos sempre nos perguntar de que mulheres estamos falando. Mulheres não são um bloco único, elas possuem pontos de partida diferentes, apontando a urgência de não universalizar essa categoria, ou seja, fala-se da importância de se dar nome e trazer visibilidade para se restituir a humanidade.” de Sueli Carneiro.


Figura 5: Card Sueli Carneiro
E “Em uma sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.” de Ângela Davis



Figura 6: Card Ângela Davis

A partir das diversas leituras voltadas para a teoria QUEER, uma sequência de 5 cards, formou um pequeno guia explicativo sobre o significado da sigla “LGBTQIA+” com as suas respectivas bandeiras, o primeiro card apresenta o guia e consta a seguinte informação: “Sempre tratamos de discussões relacionadas a comunidade LGBTQIA+, mas, do que se trata a sigla?”


Figura 7. Capa do Guia LGBTQ+

Os cards seguintes explicam o significados das letras L, G e B, sendo o L para Lésbicas: mulheres que sentem atração pelo mesmo gênero; G para Gays: homens que sentem atração pelo mesmo gênero e B para Bissexuais: homens ou mulheres que sentem atração pelos gêneros feminino e masculino, consta ainda a observação: as pessoas que sentem atração por todos os gêneros se identificam como pansexuais; que explica que apesar não está na nomenclatura ainda existe essa identidade.


Figura 8: card 2 do guia LGBTQIA+

O terceiro card do guia explica os significados das letras T e Q, sendo T para Transexuais: pessoas que se identificam com outro gênero que não aquele atribuído no nascimento, inclusive dentro do aspecto não-binário, além disso, traz a seguinte observação: trata-se de um conceito relacionado à identidade de gênero e não à orientação; logo abaixo está a letra Q de Queer: pessoas que se identificam como gênero queer transitam entre os gêneros feminino e masculino, com a observação: o termo faz referência a teoria queer;


Figura 9: card 3 do guia LGBTQIA+

O quarto card do guia explica os significados das letras I e A, sendo I para Intersexo: pessoas cujo o desenvolvimento sexual corporal-expressado em hormônios, genitais, cromossomos, e/ou outras características biológicas não se enquadram na forma binária; e A para Assexuais: pessoas que não sentem atração por outras pessoas, independente do gênero;


Figura 10. Card 4 do guia LGBTQIA+

O último card traz o símbolo +, que significa: abriga todas as diversas possibilidades de orientação e/ou de identidade de gênero.


Figura 11. Card 5 do guia LGBTIQ+

A sequencia seguinte de cards foram autorais, inspiradas em experiencias próprias e no convívio com os demais pesquisadores do Legip.


Figura 12. Card “Seja uma mulher que levanta outras mulheres”.


Figura 13. Card “Resistimos”.

Nosso último card é uma homenagem à um amigo, que queríamos demonstrar apoio, por isso o nomeamos de apenas de “Amigo”.


Figura 14. Card AMIGO

Além dos cards, produzimos artigos, resumos expandidos e apresentações em slides e tivemos a oportunidade de levar, através dessa produção, informações tanto de cunho acadêmico e mais prolixo, quanto por meio de frases curtas e imagens diversas que facilitam o entendimento. Não obstante, contribuímos para o aumento dos debates nas instituições de ensino do IFMA, bem como nos eventos que foram realizados pelo Neabi (Núcleo de Estudos Afrodescendentes e indígenas) em diversos campi do Instituto Federal do Maranhão e do Brasil. Ao tratarmos dessas discussões, temos o desejo de dar voz às minorias que, por tanto tempo, tiveram suas vozes silenciadas para as mais diversas formas de preconceitos.

Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho
O estudo desses temas contribuiu para o aumento dos debates no IFMA- campus Pedreiras e se se tornou algo essencial para que determinados estereótipos fossem desconstruídos e superados. Faz-se necessário dar voz aos grupos historicamente marginalizados, devido suas identidades de gêneros, fazendo com que essas pautas possam ocupar lugares onde existam determinados tabus e, além disso, contribuir para a formação de uma sociedade que não compactue de forma alguma com antigos estigmas e preconceitos. Logo um estudo mais aprofundado sobre as diversas identidades de gênero, os princípios da heteronormatividade e da Heterossexualidade compulsória, bem como a divulgação destes estudos nos espaços de educação básica, exteriores ao Ifma, poderão ser alvo de um projeto futuro que aliará pesquisa e extensão.

Referências
Ma. Nila Michele Bastos Santos é Historiadora, Psicopedagoga, Especialista em Formação de Professores. Mestra em História Social pela Universidade Federal do Maranhão. Professora EBTT de História do Instituto Federal do Maranhão IFMA - Campus Pedreiras. Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do IFMA campus Pedreiras e Coordenadora do LEGIP. Contato: nila.santos@ifma.edu.br
Luana Martins Pereira, Técnica em Eletromecânica na forma integrada ao ensino médio pelo Instituto Federal do Maranhão - Campus Pedreiras (2019). Membro do LEGIP, Bolsista I.C. Júnior FAPEMA (2019). Atualmente Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Piauí.

BELELI, Iara. Corpo e Identidade na Propaganda. Estudos Feministas, Florianópolis, 15(1): 193-215, janeiro-abril/2007.
GOMES, Jaqueline Frantz de Lara e GUIMARÃES, Rafael Eisinger. A imagem do corpo e a escrita da identidade: a relação entre corporalidade e autoria feminina na obra de eliane brum, VERBO DE MINAS, Juiz de Fora, v. 15, n. 26. p. 5-15, ago./dez. 2014 – ISSN 1984-6959
GROSZ, Elizabeth. “Corpos Reconfigurados”. Pagu (14), 2000, p. 45-86.
MISKOLCI, Richard. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização Sociologias. Nº.21, Porto Alegre Jan/June 2009. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-45222009000100008
RIBEIRO, Djamila.  Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. In: Gender and the Politics of History. New York: Columbia University Press, 1989. Tradução: Cristine Ruffino Dabat e Maria Betânia Ávila. 3.ed. Recife: SOS CORPO, 1996. Disponível em:
http://www.observem.com/upload/935db796164ce35091c80e10df659a66.pdf

6 comentários:

  1. Trabalho importantíssimo! Pouco se fala sobre isso nas universidades e poucos trabalhos são produzidos. Apesar de ser um espaço aberto e diversificado. Me lembrou o TCC de um amigo que falou sobre o grupo Dizi Croquettes relacionando-os com a teoria Queer. Vi que o projeto de vocês abraçou a causa juntou ao Laboratório de pesquisa e levou o mesmo a alguns setores, vocês pretendem levar mais a diante? Digo as escolas, na qual temos uma discussão atual sobre a "Ideologia de Gênero", relacionada por alguns (o que chega a ser cômico) a Educação Sexual, ideologia essa que eu acredito que não exista. Os Cards são uma forma muito importante de fazer com que essa informação chegue até as escolas. De maneira simples e objetiva. Se sim, vocês pretendem usá-los?
    Parabéns pelo texto e pelos Cards.

    Paulina Ferreira de Araújo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Paulina Ferreira de Araújo, agradecemos sua pergunta.

      O projeto CORPO, FEMINISMO, QUEER E OUTRAS TEORIAS é um dos projetos do Laboratório de Gênero, nosso objetivo é atuar tanto na pesquisa quanto na extensão. Nós do LEGIP estávamos organizando uma “Caixa Lúdica” (evitamos usar o termo Kit, justamente para evitar os preconceitos, já estabelecido) que contará com outros materiais desenvolvidos no laboratório, tais como mapas da Violência, cartilhas sobre a identidade de Gênero, fanzines e é claro os Cards. Já fizemos o levantamento das escolas da primeira cidade que iremos atuar. São escolas Públicas do Estado do Maranhão, na cidade de Pedreiras. Infelizmente a pandemia, suspendeu essa ação, mas tão logo possível retornaremos e buscaremos ampliar nosso foco de atuação, a ideia é atingir todas as escolas públicas das adjacências que possuem contato com o nosso Instituto. Ainda não sabemos o tipo de resistência que podemos sofrer, a final o tema é cercado de preconceitos, mas afirmamos que não desistiremos, quanto mais formas lúdicas de trabalhar essas questões pudermos produzir, mais contribuições para uma educação para a diversidade teremos.
      Para divulgação e exposição dos nossos trabalhos, além de propor questões de reflexão criamos inclusive uma conta no Instagram: @legip.ifma. Esperamos que nos visite, para que possamos continuar o debate

      Nila Michele Bastos Santos

      Excluir
    2. Olá, Paulina Ferreira de Araújo, complementando a resposta da Nila, de fato, são poucos os trabalhos produzidos tendo em vista a Teoria Queer, acredito que trazendo esse projeto para discussão e mais a frente atuando nas escolas com palestras e a levando a nossa "caixa lúcida" com os cards, fanzines e as cartilhas, poderemos contribuir para a formação de indivíduos capazes de saber entender e respeitar as diferenças do outro, assim como também possam trazer o olhar para reconhecer a si mesmos.

      Att,
      Luana Martins Pereira

      Excluir
  2. Caras,
    Como estão?

    Primeiro, gostaria de parabenizá-las pelo conteúdo e pela criatividade que abordaram o tema. Os cards ficaram incríveis!
    Tenho algumas questões, uma delas vai de encontro ao que a Paulina falou a cima. Faz parte do Projeto vocês levarem estes cards a escolas ou vocês construíram para se tornar um instrumento para professores utilizarem?
    Gostaria de indicar um livro, O Corpo Educado. Pedagogias da Sexualidade, organizado pela Guacira Lopes Louro. Nele tem a introdução traduzida do livro da Butler "Corpos que pesam",além de vários outros artigos ótimos, acredito que possa auxiliar vocês nos projetos futuros.
    Novamente, parabenizo o trabalho de vocês.

    Att,
    Gabbiana Clamer Fonseca Falavigna dos Reis.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Gabi Fonseca agradecemos sua pergunta.
      Nossos cards fazem parte de uma “Caixa Lúdica” (evitamos usar o termo Kit, justamente para evitar os preconceitos, já estabelecido) que contará com outros materiais didáticos desenvolvidos no laboratório, tais como mapas da Violência, cartilhas sobre a identidade de Gênero, fanzines. Infelizmente por uma questão de financiamento e do número de escolas que desejamos atender só poderemos levar duas caixas para cada instituição, assim a distribuição nas escolas seguirá um protocolo que incluem tanto apresentações aos alunos, realizadas pelos nossos membros estudantes do Ensino médio, quanto uma pequena formação aos professores com sugestões de como trabalhar com o material, nesta fase teremos tanto a presença dos membros estudantes, quanto dos professores orientadores do Laboratório.
      Agradecemos e ficamos muito feliz com sua indicação, o livro já faz parte das leituras de nosso grupo de estudo no laboratório e em breve estará como referencias em nossos futuros trabalhos.
      Gostaria de convidá-la a visitar nossa página no Instagram: @legip.ifma. lá divulgamos e expomos nossos trabalhos, além de propor questões de reflexão sobre os temas do Legip.

      Prof. Nila Michele Bastos Santos

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.