DANDO VOZ ÀS ESQUECIDAS: POR QUE AS MULHERES QUE FIZERAM HISTÓRIA NAS CIÊNCIAS NÃO APARECEM EM SALA DE AULA?
Quando pensamos na luta do movimento
feminista e na reivindicação pelos direitos das mulheres, sabemos que um longo
caminho já foi percorrido e que muitas conquistas aconteceram. Entretanto,
também é evidente que ainda há muito para ser feito. Garantir o acesso de
mulheres a uma educação de qualidade continua sendo uma das principais
bandeiras levantadas ao redor do mundo. Porém, mais do que isso, é
indispensável lutarmos por um ensino capaz de abranger e resgatar mulheres que,
ainda hoje, continuam sendo esquecidas e deixadas de lado pela História. A
grande maioria dos livros didáticos, por exemplo, permanecem silenciando o
feminino, ao mesmo tempo em que reforçam os estereótipos das representações
femininas e masculinas. Assim, mesmo quando aparecem ou são citadas, as
mulheres sempre desempenham um papel de menor função, como coadjuvantes ou
personagens que ajudam os homens em algumas tarefas, vistas como inferiores. Em
outras palavras, é possível afirmar que, de forma geral, o papel de
protagonista e de sujeito histórico continua sendo negado às mulheres pela
História (FERREIRA; GRISÓLIO, 2016, p. 85-86).
Guiadas por tais reflexões, nossa intenção
aqui é pensar acerca dessas personagens, apontando para a necessidade de
renovação, tanto dos materiais utilizados em sala de aula quanto dos próprios
docentes que, muitas vezes, ainda são pautados pela historiografia tradicional
que valoriza apenas os grandes feitos e os grandes homens. Partiremos de uma
revisão bibliográfica que nos permite identificar em que momento as mulheres
começaram a ganhar voz na historiografia, observando sempre quais foram as
lutas e reinvindicações necessárias para que isso acontecesse. Depois,
refletiremos sobre a realidade atual do ensino básico acerca desta temática,
problematizando a importância de resgatar a História das mais diversas mulheres
a fim de construirmos uma educação mais igualitária e não sexista em nosso
país.
A
inserção das mulheres na História e na Historiografia
As discussões sobre questões de gênero na
História começaram a emergir na década de 1970 defendidas, especialmente, pelo
feminismo. O movimento feminista estava em sua segunda fase, iniciada em fins
da década anterior e guiada, especialmente, pela ampla leitura da obra pioneira
O Segundo Sexo (1949) da escritora e teórica social francesa Simone de
Beauvoir. Nesse momento, as transformações também marcavam a historiografia e
os temas vistos como grandes, nos quais os donos do poder eram priorizados,
passavam a ceder lugar para temáticas e grupos sociais que eram excluídos até
aquele momento. Foi só a partir de então, baseadas em suas lutas, que as
mulheres começaram a ganhar um espaço que não existia, alcançando à condição de
objetos e sujeitos da História (SOIHET, 1998, p. 77).
A historiadora alemã Gisela Bock nos recorda
que, em 1979, outra historiadora, Anne Fior Scott, que se tornou Presidente da
Organização dos Historiadores Americanos cinco anos depois, definiu muito bem
as necessidades e reinvindicações da sua época ao afirmar que: “O lugar das mulheres
é nos livros de História” (SCOTT, 1979 apud BOCK, 1989, p. 158). O fato da
historiografia não se dedicar ao estudo do feminino, não significa que mulheres
não participaram da escrita historiográfica anteriormente. Pelo contrário, ao
dedicarem-se sobre o tema, pesquisadoras como Kathryn Kish Sklar (1975),
Natalie Z. Davies (1980) e Joan Thirsk (1985) descobriram mulheres
historiadoras que raramente foram reconhecidas pela historiografia profissional
de suas épocas. No entanto, um reconhecimento posterior também não ocorreu de
imediato. Dentre os principais acontecimentos desse processo, devemos destacar:
a implantação de uma cadeira subordinada ao tema As mulheres têm uma História?
em uma das universidades parisienses entre 1973-1974; a conferência Haverá uma
História das Mulheres? do historiador Carl N. Degler que ocorreu na mesma época
na Universidade de Oxford; as publicações de artigos sobre o tema nas revistas
Feminist Studies e American Historical Review; além das publicações de
coletâneas na Alemanha Ocidental (As mulheres estão procurando sua História) em
1983 e na França (É possível uma História de Mulheres?) em 1984 (BOCK, 1989, p.
158-159).
A partir das publicações sobre o tema, surgiu
uma outra preocupação: o fato de que a produção desses estudos se centrava nas
mulheres de maneira demasiado estreita, ou seja, apareciam como uma História
separada, escrita à parte das demais. Para reparar essa situação, o termo
“gênero” começou a ser utilizado, especialmente, pelas feministas
estadunidenses que visavam enfatizar o caráter fundamentalmente social das
distinções baseadas no sexo. Essa palavra não apenas enfatizava como igual o
aspecto relacional das definições normativas da feminilidade, mas também
indicava rejeição ao determinismo biológico que estava implícito no vocabulário
das pessoas a partir de termos como “sexo” ou “diferença sexual”. O objetivo
dessas mudanças era evidenciar e marcar a opinião de que as mulheres e os
homens deviam ser definidos em termos recíprocos, não sendo possível compreender
qualquer um dos gêneros por meio de um estudo inteiramente separado (SCOTT,
1995, p. 72). Dessa forma, a historiadora canadense-estadunidense Natalie Zemon
Davis, em artigo publicado pela Feminist Studies no ano de 1976, afirmou que:
“[...] deveríamos nos interessar pela
história tanto dos homens como das mulheres, e que não deveríamos tratar
somente do sexo sujeitado, assim como um historiador de classe não pode fixar
seu olhar apenas sobre os camponeses. Nosso objetivo é compreender a
importância dos sexos, isto é, dos grupos de gênero no passado histórico. Nosso
objetivo é descobrir o leque de papéis e de simbolismos sexuais nas diferentes
sociedades e períodos, é encontrar qual era o seu sentido e como eles
funcionavam para manter a ordem social ou para mudá-la" (DAVIS, 1976, p.
90).
No Brasil, as questões de gênero também
acompanharam as reinvindicações do movimento feminista. Apesar de desde meados
da década de 1970, mulheres brasileiras se mobilizarem e muitas pesquisadoras
demonstrarem uma grande preocupação pela temática feminista, o país passava
pelo período da Ditadura Militar. Assim, apenas na década de oitenta, quando o
Brasil começou a sair dos chamados “anos de chumbo”, é que os estudos de gênero
conseguiram crescer em quantidade e qualidade, marcados, principalmente, pelas
críticas em relação à condição da mulher no país. Nesse momento, as Ciências
Humanas e Sociais, em especial, a Sociologia, a Demografia e a História,
produziram trabalhos abordando diferentes temáticas, com uma perspectiva de
resgatar a mulher e o seu papel nas diferentes sociedades e, particularmente,
na sociedade brasileira contemporânea (SILVA, 2000, p. 1).
Como
tornar nossas aulas de História mais igualitárias e não sexistas?
Sabemos que o livro didático possui uma
grande importância no sistema educacional do Brasil e que, muitas vezes, acaba
sendo o protagonista das aulas por ser o único recurso de acesso ao
conhecimento utilizado pelos professores. Diversos motivos são responsáveis por
isso, mas podemos destacar aqui o excesso de aulas dos docentes, devido à baixa
remuneração da categoria, bem como a falta de outros recursos didáticos
disponibilizados nas escolas. Apesar disso, é importante defendermos a
relevância de uma revisão bibliográfica, identificando o que precisa ser
aperfeiçoado e inovado em sala de aula (FERREIRA; GRISÓLIO, 2016, p. 81).
No que diz respeito às questões de gênero, a
grande parte dos livros didáticos ainda perpetuam a condição de exclusão
feminina quando, na realidade, deveria ocorrer o contrário. O livro teria de
ser um dos principais responsáveis por incorporar a História das Mulheres a fim
de desconstruir as desigualdades no espaço escolar. Por isso, é indispensável
que nós, enquanto professores, cobremos uma atualização das referências utilizadas
na elaboração destes materiais. Não basta colocar a História das Mulheres em um
box informativo ao fim dos capítulos, é necessário incluir de maneira efetiva
tais questões nos conteúdos a serem trabalhados, mostrando aos alunos que as
mulheres também fazem, e sempre fizeram, parte da História (ibidem, p. 81). De
acordo com a historiadora Angela Ribeiro Ferreira (2005, p. 59):
“Na sociedade brasileira atual, a discussão
sobre igualdades entre os sexos já foi superada, pelo menos legalmente. Para que
essa igualdade de direitos seja realmente vista por todos, precisa ser
concluído o processo de mudança na cultura do país, erradicando os pontos de
vista preconceituosos e desinformados em relação à mulher, seus direitos e seus
papéis sociais. O tempo todo podem ser encontrados resquícios da sociedade
patriarcal circulando, e a escola não é exceção. Entre outras iniciativas
educacionais, o ensino de História teve um papel importante nessa permanência,
mas pode também ter um papel decisivo na mudança, na transformação.”
Assim como em todas as áreas da História, a
História das Ciências, da qual trataremos de forma mais específica agora,
também foi responsável por apagar os nomes de muitas mulheres que contribuíram
para o avanço científico. Para começar a mudar essa situação, nossa primeira
tarefa deve ser a de desconstruir a ideia da Ciência sempre associada aos
homens, particularmente, brancos e da elite. É indispensável recuperarmos nomes
de personagens importantes, como, por exemplo: Marie Curie (1867-1934) que
ganhou dois prêmios Nobel (primeira mulher a conquistar o título); Lise Meitner
(1878-1968) que descobriu a fissão nuclear; Rosalind Frank (1920-1958) que
desvendou o DNA; Marie Tharp (1920-2006) que mapeou o fundo oceânico; e
Margaret Hamilton (1936-) que levou a humanidade à Lua.
O historiador brasileiro Durval Muniz de
Albuquerque Júnior (2016, p. 34) nos lembra que a História, enquanto saber,
surgiu na sociedade grega, onde a imortalidade era conseguida através do renome
conquistado na vida pública, ou seja, era importante construir uma fama em
vida, de preferência a partir de um ato heroico, para ser lembrado após morrer.
No entanto, ficar na memória não era um privilégio de todos, mas apenas dos
cidadãos, homens livres e gregos que efetivamente contavam na sociedade.
Mulheres, crianças, escravos e estrangeiros não tinham um lugar na História,
justamente porque não estavam reservados a um lugar da memória. De acordo com o
autor:
“[...] a História tem uma relação diferencial
e conflituosa em relação às memórias, notadamente aquelas memórias que se
tornam oficiais, monumentalizadas, cristalizadas, motivo de comemorações e
efemérides. A pesquisa histórica visa, por meio da crítica, afastar-se das
versões consagradas do passado, fazendo aparecer seus defeitos, seus pontos de
sutura, fazendo aparecer as costuras malfeitas, os nós forçados, os pontos de
esgarçamento das tessituras do passado. Os historiadores devem fazer as
memórias errarem, no sentido de que elas devem ter seus sentidos deslocados,
devem ter seus lugares de inscrição alterados. O historiador tem a tarefa de
desfazer os enredos dessas memórias, retramá-las, fazendo o que Paul Veyne
(1989) chamou de um ‘inventário das diferenças’.” (ibidem, p. 37).
Dessa forma, o fato como a História surge e
as necessidades que ela visava atender, nos explica muito sobre a forma como os
conteúdos continuam sendo lecionados até hoje em sala de aula. Ensinar sobre
mulheres anteriores ou contemporâneas a nós, mostra-se de extrema necessidade e
urgência para o ensino básico, pois ao identificarmos estas personagens e
inseri-las nos conteúdos históricos, estamos resgatando vozes esquecidas
durante muito tempo e contribuindo para a construção de uma educação menos
sexista. Dentre as obras que podem nos auxiliar nessa atividade, destacamos o
livro História das Mulheres no Brasil (2004) escrito pela historiadora Mary Del
Priore e que narra a trajetória das mulheres no país a partir da colonização; e
a obra Extraordinárias – Mulheres que Revolucionaram o Brasil (2018) de Aryane
Cararo e Duda Porto de Souza, cujo objetivo é apresentar 40 biografias de
personalidades brasileiras.
Conclusão
A partir de uma revisão bibliográfica ficou
claro que a luta pela inserção das mulheres na História é um movimento que já vem
ocorrendo com força desde a década de 1970. Se pensarmos a nível da História da
humanidade, tais conquistas são extremamente recentes e, até mesmo por isso,
ainda encontramos dificuldades em implantá-las nas salas de aula do ensino
básico. Conhecer quem foram as mulheres que fizeram História nas mais diversas
áreas da Ciência é essencial tanto para a representatividade feminina, pois é
importante que meninas também saibam que podem ser cientistas como muitas
outras antepassadas ou contemporâneas a elas, quanto para uma constituição
educacional igualitária, na qual homens e mulheres reconheçam a importância da
igualdade entre os gêneros.
Enquanto professores, cabe a nós analisarmos
qual o nosso papel e o da escola na tarefa de tornar o ensino de História o
mais adequado possível à realidade sociocultural dos educandos, bem como a
necessária implantação de uma educação voltada para a formação da consciência
histórica, já que entendemos que esta é inerente aos alunos (as), assim como as
concepções de masculinidades e de feminilidades. Por isso, a análise dos livros
didáticos, a partir da História das Mulheres e das questões de gênero,
apresenta-se de fundamental importância, pois pode e deve contribuir para que
os livros incorporem mudanças e, assim, possibilitem a revisão de
comportamentos normativos, preconceitos e discriminações erigidos sobre a
diferença (FERREIRA; GRISÓLIO, 2016, p. 81).
Referências
Me. Anelisa Mota Gregoleti é doutoranda no
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá (UEM)
e bolsista CAPES.
Nathália Moro é mestranda no Programa de
Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e bolsista
CAPES.
Dr. Christian Fausto Moraes dos Santos
(orientador) é professor pós-doutor em História das Ciências, professor da
Graduação e Pós-Graduação do Departamento de História da Universidade Estadual
de Maringá (UEM), bolsista produtividade do CNPq e orientador do Laboratório de
História, Ciências e Ambiente (LHC – UEM).
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Fazer
defeitos nas memórias: para que servem o ensino e a escrita da história? In:
GONÇALVES, Márcia de Almeida; et al (Org.). Qual o valor da história hoje? Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2012. p. 21-39.
BOCK, Gisela. História, História das Mulheres,
História do Gênero. Fazer e Desfazer História. Universidade de Bielefeld,
Florença, nº 4, p. 158-187, nov./ 1989.
DAVIS, Natalie Zemon.
"Women's History" in Transition: The European Case. Feminist
Studies, v. 3, n. 3-4, p. 83-103, 1976.
FERREIRA, Angela Ribeiro. Representações da
História das Mulheres no Brasil em livros didáticos de História. 2005.
Dissertação (Mestrado em Educação) – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes,
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa.
FERREIRA, Juliana Kummer Perinazzo; GRISOLIO,
Lilian Marta. Os Feminismos e a ausência das mulheres nos livros didáticos de
História. In: NEVES, Adriana Freitas; PAULA, Maria Helena de; ANJOS, Petrus
Henrique Ribeiro dos. (Org.). Estudos Interdisciplinares em Humanidades e Letras.
São Paulo: Blucher, 2016. p. 73-87.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de
análise Histórica. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p.
71-99, 1995.
SILVA, Susana Veleda da. Os estudos de gênero
no Brasil: algumas considerações.
Revista Bibliográfica
de Geografía y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona, n. 262, p. 1-13,
nov. 2000.
SOIHET, Rachel. História das mulheres e
história de gênero: um depoimento. Cadernos Pagu, n. 11, p. 77-87, ago. 1998.
Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8634464>.
Acesso em: 15 abr. 2020.
Como sabemos, a realidade de construção de livros didáticos no Brasil deixa de lado ou mesmo aborda de forma muito resumida questões relacionadas às minorias sociais, dentre as quais se verifica as mulheres. Diante dessa realidade, como nós professores podemos trabalhar a temática das mulheres cientistas que não são citadas nos livros didáticos, tendo em vista, por exemplo, o seguimento da cultura conteudista, ou seja, seguir o livro didático? Vanessa Nascimento Souza
ResponderExcluirOlá, Vanessa!
ExcluirObrigada pela leitura e participação!
De fato, reconhecemos que a inserção de novas metodologias e conteúdos em sala de aula não é tão simples, visto que seguimos uma cultura conteudista como você mesmo citou. No entanto, acreditamos que o docente é o maior responsável pelo ensino dentro de sala e, por isso, consideramos de extrema importância nossa constante atualização, a fim de que possamos apresentar aos alunos novas abordagens (neste caso, para que possamos abranger as mulheres deixadas de lado pela História). Sugerimos desde a inserção do conteúdo nas aulas teóricas até mesmo trabalhos maiores como exposições e seminários sobre a temática. Incitar debates sobre questões de gênero e ouvir o que os alunos tem a nos dizer também pode ser uma atividade interessante a ser realizada.
Att. Nathália Moro.
Muito obrigada pela explanação. Gostei da dica de exposições. Parabéns pelo trabalho de pesquisa!
ExcluirA geração de professores/as de História a qual pertenço tem a possibilidade de identificar o processo de invisibilidade imposto às mulheres. Muito se deve as pesquisas, como a de vocês por exemplo, que tratam do tema e se esforçam em chegar a um número maior de leitores, incluindo aí docentes de História da educação básica. Se no campo da pesquisa muito já se avançou em situar os grupos invisibilizados no seu lugar de direito, nos livros didáticos essa realidade ainda é distante. Não há uma política de Estado, que se configure numa política pública que coloque às editoras a necessidade ou obrigatoriedade da abordagem sobre as mulheres na História e dessa forma convivemos com a ausência delas nos livros didáticos, com a BNCC e o engessamento do currículo ao conteúdo cobrado nas provas isso é ainda mais presente. Meu questionamento seria se a abordagem sobre as mulheres no ensino de História não poderia partir da sua própria ausência no material didático, se esse elemento não poderia ser o problematizador de qualquer assunto relacionado a história? E dessa forma abordar com os estudantes o porque do silenciamento, suas razões históricas, abordar as lutas e conquistas das mulheres, os estudos de gênero, enfim, ampliar o olhar, mas partindo daquilo que o livro didático omite? Carla Martins de Oliveira
ResponderExcluirOlá, Carla!
ExcluirObrigada por sua participação, consideramos sua dúvida muito pertinente! Sim, acreditamos que o próprio "silêncio" pode servir como o início de uma problematização. Nesse caso, em específico, é interessante levar os alunos à refletirem porque o livro didático não aborda mulheres na História geral, ou até mesmo, porque alguns só citam as mulheres em boxes de conteúdos a parte. Dessa forma, além de suscitarmos a discussão, também estaremos contribuindo para um ensino mais crítico, do qual os alunos podem (e devem) ser protagonistas ao questionarem o que leem e aprendem.
Att. Nathália Moro.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de parabenizar as autoras por trazerem esse tema de suma importância.
ResponderExcluirE segundamente,u dúvida que fiquei após a leitura é que se essa exclusão das mulheres nos livros didáticos colabora para o machismo, uma vez que esses meninos, talvez se sintam superior às mulheres, pelo fato dos grandes feitos representados no livro serem protagonizados pelos homens.
Gleissiano Ruan de Freitas
Olá, Gleissiano!
ExcluirObrigada por sua leitura e participação!
Com certeza, ao "silenciarmos" as questões de gênero em sala de aula contribuímos para a perpetuação de práticas e pensamentos machistas tão enraizados em nossa sociedade. Trazer essas questões aos alunos e permitir que eles reflitam e debatam sobre a temática é de extrema importância e necessidade, pois, ao mesmo tempo em que trazemos representatividade às meninas, também mostramos a todos que homens e mulheres são responsáveis pela construção da História.
Att. Nathália Moro.
Obrigado pela seu feedback sobre a questão a qual eu coloquei, sucesso!
ExcluirAtt. Gleissiano Ruan de Freitas
Boa noite, parabéns pelo texto, maravilhoso, gostaria de saber se a questão em pauta no artigo fosse acrescentada aos livros didáticos, como vc acredita que isso seria trabalhado em sala de aula,pois as questões sobre gêneros são diversas, e além disso, não existem só homens que realizaram feitos históricos, e muitos deles se aproveitaram de mulheres maravilhosas para perpetuar o machismo, isso se tornaria uma confusão na mente dos alunos?.
ResponderExcluirBeatriz Fernanda Almeida da Silva