FORMAÇÃO DA MULHER NO ENSINO
SUPERIOR: UM OLHAR A PARTIR DO CURSO DE PEDAGOGIA NO BRASIL E NA UNESPAR,
CAMPUS PARANAVAÍ (1965-2019)
Temos como objetivo analisar em que medida o
processo sócio histórico de criação do Curso de Pedagogia no Brasil e em
Paranavaí e suas contribuições para a presença feminina no curso. Ao resgatar
aspectos do percurso histórico da mulher na educação, em particular aspectos
relacionados ao seu ingresso e permanência no nível superior, no Curso de
Pedagogia da Unespar, campus de Paranavaí. Fundamentamos o estudo em
documentações institucionais, legislações e pesquisas sobre o Curso de
Pedagogia e a mulher. Representações serão compreendidas a partir de Chartier
(1990, p.17), para quem “As lutas de representações têm tanta importância
quanto as lutas econômicas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo
impõe, ou tenta impor, a sua concepção do mundo social, os valores que são seus
e o seu domínio.” A pesquisa embasou-se em documentos históricos do curso disponíveis
em acervo institucional e particular, bem como em registros estatísticos na
página da Unespar/Prograd, acerca do ingresso e permanência de estudantes neste
curso (UNESPAR, 2018; 2019). O estudo se completa com resultados de uma
sondagem sobre perspectivas profissionais de estudantes e interesse pelo Curso,
junto aos 219 estudantes matriculados em 2019, turnos vespertino e noturno.
Recebemos 23 respostas, sendo: 3 estudantes do 1º ano; 3 do 2º ano; 13 do 3º
ano e 4 do 4º ano. Responderam 5 questões, via formulário do google drive.
Ao escolhermos como temática de estudo o
acesso da mulher ao ensino superior e ao mundo do trabalho por meio do Curso de
Pedagogia, estamos dando visibilidade a um grupo de profissionais que atua na
educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, gestão escolar, entre
outros. É fato que cada vez mais as mulheres tem predominado em cursos
superiores e que historicamente o Curso de Pedagogia tem sido majoritariamente
procurado por elas buscando a formação em nível superior. Mesmo com a
escolarização superior elas estão sujeitas a menores remunerações ocupando
função idêntica à do homem, conforme aponta o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada – IPEA (2019, s.p.) as “Mulheres com 12 anos ou mais de estudo ganham,
em média, 68% do que homens com a mesma escolaridade”, revelando a desigualdade
de gênero e o papel feminino na história. Contudo, essa questão conta com
especificidades no âmbito da educação, uma vez que as instituições contam com
plano de carreira para o magistério, garantindo que professoras e professores
tenham direitos iguais quanto à remuneração, tornando a carreira do magistério
atrativa para as mulheres. As “[...] mulheres não só representam a maior parte
dos inscritos nos vestibulares como a maioria dos ingressantes no ensino
superior e a maior parcela dos concluintes, tendo obtido mais sucesso acadêmico
que os homens” (ÁVILA e PORTES, 2009, p. 94), respeitadas as áreas específicas
e a conquista de direitos como processo sócio histórico, conforme Castro (2018).
Existem áreas de predominância femininas e masculinas e a pedagogia é
fundamentalmente feminina.
A criação do curso de pedagogia faz parte de
um contexto histórico de instalação das licenciaturas no Brasil, no ano de
1939. Mas, em Paranavaí, a criação do Curso de Pedagogia junto a recém criada
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranavaí (FAFI), ocorreu quase 3
décadas após a existência do primeiro curso, no Rio de Janeiro. Buscamos em
pesquisas já publicadas, mas também em fontes primárias o embasamento para
compreender esse movimento e permitindo a sua contextualização enquanto um
processo sócio histórico com a inserção da mulher no magistério, por meio do
Curso de Pedagogia.
A
mulher e o Curso de Pedagogia
Sobre as escolhas femininas para a
profissionalização, Barroso e Mello (1975, p.50) apontam que o “curso normal
pode mesmo não constituir uma escolha profissional para parte das jovens que o
procuram, mas apenas uma forma mais elaborada de preparação para o destino
doméstico.” Para outras, cursar uma escola normal não era uma opção pessoal,
revelando o tradicionalismo na formação feminina e masculina. Estudo realizado
pelas autoras a partir de dados do MEC, entre 1956 e 1971, indica crescimento
do número de mulheres em cursos superiores da área de Letras, Ciências Humanas
e Filosofia, compreendendo os cursos de Letras, Pedagogia, Geografia, História,
Ciências Sociais, Psicologia e Filosofia. Esses cursos abarcavam
aproximadamente a metade das mulheres matriculadas no curso superior, em
estabelecimentos públicos ou privados. Esse fato estava correlacionado a
elevação do número de mulheres egressas do ensino secundário.
Essa possibilidade para as mulheres foi
viável na região noroeste do estado do Paraná, em 1965, pela criação da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Paranavaí (FAFI), hoje campus da Unespar e
do Curso de Pedagogia. Entretecendo dados históricos e atuais com uma pesquisa
de campo realizada junto a estudantes deste Curso é possível evidenciar o
percurso histórico e perspectivas que o ensino superior traz para o
desenvolvimento e o futuro de uma região. Sua criação ocorreu junto com a
instituição, como aliás, ainda ocorre muito frequentemente nos dias atuais, nas
instituições de ensino superior. É
impossível compreendermos a escolha pelo Curso de Pedagogia sem
analisarmos aspectos a ela relacionados e as interrelações que se estabelecem
entre o processo formativo no curso superior e as expectativas de trabalho.
Diferentes períodos marcaram a existência do
Curso de Pedagogia no Brasil, de acordo com Furlan (2008). O processo histórico
de criação, segundo o autor citado, teve o primeiro período, entre 1939 e 1972,
caracterizado pelo processo de criação e fortalecimento da identidade do curso
que formava professores para a escola secundária e de técnicos para a educação.
Pelo Parecer do Conselho Federal de Educação nº 252/1969 (CONSELHO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, 1969a) e Resolução do Conselho Federal de Educação nº 02/1969
(CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, 1969b), foram fixados o currículo mínimo e o
tempo de integralização do curso. A legislação manteve “a formação de
professores para o Ensino Normal, mas acrescentou as habilitações destinadas a
formar especialistas para: planejamento, supervisão, administração e orientação
educacional”, de acordo com Castro (2018, p.51).
A reestruturação global dos cursos superiores
e de formação do magistério no Brasil, marcou o segundo período, entre 1973 e
1978, em que antigas atribuições foram modificadas, fortalecendo a formação
para a licenciatura, aponta Furlan (2008). Interessante observar que os estudos
de Barroso e Mello (1975) evidenciam o crescimento significativo de mulheres
nos cursos das áreas de Letras, Ciências Humanas e Filosofia. Em 1956, elas
ocupavam 67% das vagas dos cursos e em 1971 esse percentual subiu para 77%.
Segundo as autoras citadas, duas raízes que poderiam explicar a mudança: “a
crescente perda de prestígio da profissão docente e a restrição das
alternativas existentes para a mulher no mercado de trabalho.” (1975, p. 54).
De fato, o magistério para a educação básica tornou-se um campo de trabalho
eminentemente feminino com o passar dos anos.
O terceiro período, compreende as décadas de
1980 e 1990, foi marcado pela discussão da identidade do curso, conforme assevera
Furlan (2008). “Na década de 1980, receptor de inúmeras críticas, o Curso de
Pedagogia apontava a fragmentação de forte caráter tecnicista e a ênfase na
divisão técnica do trabalho na escola” conforme revela Almeida e Lima (2012,
s.p.). Nesse período de intensa mobilização nacional, professores e estudantes
se organizaram num movimento de resistência às reformas e de luta contra a
ditadura militar. Encontros nacionais bianuais e seminários regulares,
resultaram em documentos referência para a construção da identidade do pedagogo
e do próprio Curso de Pedagogia, com ênfase na formação de professores para os
anos iniciais do ensino fundamental, conforme apontam os autores citados acima.
A reorganização do Curso se efetivou no contexto de lutas contra a ditadura,
redemocratização e reordenamento legal da educação com a publicação da Lei de
Diretrizes e Bases, LDB no. 9394/96. (BRASIL, 1996).
O quarto período teve início em 1999, com a
publicação do Decreto nº 3.276 de 6 de dezembro de 1999 e se prolonga até os
dias atuais, de acordo com Furlan (2008). Esse Decreto regulava a formação em
nível superior de professores para atuar na educação básica, determinando que a
formação de professores para a educação infantil e anos iniciais do ensino
fundamental seria realizada, nos Cursos Normais Superiores. Novamente a
comunidade acadêmica se organizou para resistir a essa ideia. O então
presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e o ministro da educação,
Paulo Renato de Souza, assinaram o Decreto-Lei nº 3.554 de 7 agosto de 2000,
dando nova redação ao § 2o do Art. 3o do Decreto no 3.276, de 6
de dezembro de 1999, substituindo o termo “exclusivamente” por
“preferencialmente”. (BRASIL, 1999; 2000). O Curso de Pedagogia recuperava a
sua função como licenciatura.
O Curso de Pedagogia possibilita as mulheres
exercem sua profissão conciliando a carreira com família, desejos e sonhos.
Contudo, por vezes, a falta de opção por outra formação em nível superior
definiu a escolha de acadêmicos, que também buscam estabilidade no trabalho
após a formatura, especialmente por meio de concurso público. Além da sala de
aula e possibilidade de trabalho com crianças que possuam dificuldades na
aprendizagem na educação básica, o curso prepara para a continuidade dos
estudos em nível stricto sensu. (ALMEIDA, 2019). Chegamos a esses dados por
meio de uma sondagem sobre perspectivas profissionais de estudantes e interesse
pelo Curso, realizada junto aos 219 estudantes matriculados em 2019, turnos
vespertino e noturno. Recebemos 23 respostas, sendo: 3 estudantes do 1º ano; 3
do 2º ano; 13 do 3º ano e 4 do 4º ano. O Ensino Superior, por meio do curso de
pedagogia, oportuniza à mulher crescimento profissional e pessoal.
A escolha da profissão está relacionada ao
contexto sócio histórico e ao percurso de vida. Contudo, mesmo com o ingresso
no curso superior, não abandonam atividades historicamente atribuídas a elas.
Como a mulher era ensinada a cuidar de crianças, o Curso de Pedagogia as
aproximou desse caminho, mas com a base para a ação docente fundamentada nas
ciências da educação. São muitos os
desafios. Estes fatores também contribuem para o acesso e permanência das
mulheres no nível superior. É possível inferir pelos estudos realizados e pela
análise dos dados da pesquisa de campo obtidos, que a discussão sobre as
condições para a permanência das mulheres na universidade é urgente e
necessária.
Desde a primeira turma de formandos, o Curso
de Pedagogia, do campus da Unespar de Paranavaí teve número maior de mulheres
entre as formandas. Os documentos que embasaram este estudo evidenciam a
relevância do Curso para a sociedade, especialmente registrados por meio de Ata
de solenidades de formatura, dos registros de estudantes e diplomas, bem como
na imprensa local.
O Diploma representa o empoderamento da
mulher, abre oportunidades para sua independência financeira e autonomia
intelectual. Entre os documentos que localizamos na pesquisa, está este diploma
que pertence a uma professora aposentada, formada na primeira turma de
formandos do Curso de Pedagogia em Paranavaí. Era um período de muita carência
de professores formados.
Fotografia 1 - Diploma de Licenciando em
Pedagogia
Fonte: Acervo particular de Berenice Vessoni
Historicamente o Curso de Pedagogia sofreu
mudanças legais, implicando na organização didático-pedagógica. Ao pesquisar
sobre a sua história, assim como a história da criação deste no campus da
Unespar, constatamos que essa história ainda é desconhecida por muitos que hoje
frequentam o curso. A pesquisa contribuiu para tornar conhecida parte da
história da educação da região. Conhecer nossa história é a base para termos
uma criticidade acerca dos problemas, fatos históricos, entre outros, que
ocorreram e permeiam nossa sociedade.
Considerações
Finais
Esta pesquisa embasou-se em documentos
históricos do curso disponíveis em acervo institucional e particular, bem como
em registros estatísticos na página da Unespar/Prograd, acerca do ingresso e
permanência de estudantes neste curso (UNESPAR, 2018; 2019). Olhamos para o
passado, mas vislumbrando perspectivas de profissionalização para a mulher por
meio da educação.
Ao final da segunda década do Século XXI,
momento em que muitas profissões vivem uma crise de existência, o Curso de
Pedagogia se apresenta como um dos cursos que continuam com grande procura,
especialmente por mulheres. Ter diploma de pedagogo representa possibilita trabalho
para os egressos e nos dias atuais a mulher ainda luta para adentrar em cursos
de graduação e permanecer na universidade, devido ao trabalho, maternidade e
lar, entre outros motivos. Ávila e Portes (2009, p. 95) afirmam que “[...] as
preferências quando à escolha dos cursos foram se construindo ao longo do
processo de escolarização dos sujeitos femininos e masculinos”, de acordo com
áreas de maior interesse feminino ou masculino. Um egresso do curso de
pedagogia ocupa papel central na organização didático-pedagógica, curricular e
de gestão nas escolas de educação básica e junto a outros cursos de formação de
professores, em todas as áreas de conhecimento. As mulheres passaram a ocupar
esse espaço com respeito e consciência do que representa ser Pedagoga numa
instituição de ensino.
Referências
Beatriz Fernanda Almeida da Silva é acadêmica
do 4º ano de Pedagogia da UNESPAR, campus Paranavaí. Membro do Grupo de Estudos
História e Memória da formação de Professores. E-mail
biiaallmeida2227@gmail.com.
Dra. Márcia Marlene Stentzler é
docente no Curso de Pedagogia da UNESPAR, campus Paranavaí
(PR). Docente do Programa de Pós-Graduação "PPIFOR" da Unespar.
E-mail mmstentzler@gmail.com
ALMEIDA, Beatriz. Pesquisa junto a acadêmicos
do Curso de Pedagogia. Paranavaí,
2019.
ALMEIDA, Marlisa Bernardi de; LIMA, Maria das
Graças de. Formação inicial de professores e o Curso de Pedagogia: reflexões
sobre a formação matemática. In: Ciência & Educação. V. 18, n. 2. Bauru:
UNESP, 2012.
ÁVILA, Rebeca Contrera; PORTES, Écio Antônio.
Notas sobre a mulher contemporânea no ensino superior. Mal-Estar e Sociedade,
Barbacena, ano II, n. 2, p. 91-106, Jun. 2009.
BARROSO, Carmen Lucia de Melo; MELLO, Guiomar
Namo de. O acesso da mulher ao ensino superior brasileiro. In: Caderno de
Pesquisa. No. 15. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1975. Disponível em
http://publicacoes.fcc.org.br/index.php/cp/issue/view/147
Acesso em 15 dez 2019.
BRASIL. Decreto n° 3.276, 6 de Dezembro de
1999. Dispõe sobre a formação em nível superior de professores para atuar na
educação básica, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3276.htm.
Acesso em 17 nov. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer nº
252/1969. Estudos pedagógicos superiores. Mínimos de conteúdos e duração para o
curso de graduação em pedagogia. Relator Valnir Chagas. In: Documenta,
Brasília, DF, nº 100. 1969a. P.101-179.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e
representações. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 1990.
DIPLOMA de Licenciando em Pedagogia. Acervo
particular de Berenice Vessoni. Paranavaí, 1970. 1 fotografia.
_____.
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registros acadêmicos. Paranavaí, 2018. Disponível em http://prograd.unespar.edu.br/dados/inicial
Acesso em 20 nov. 2019.
Olá, Beatriz!
ResponderExcluirO acesso à educação superior ainda é um dos grandes desafios para a mulher. Em sua pesquisa você traz pontos relevantes dessa conquista histórica. Como foi o processo de pesquisa? Você encontrou dificuldades? O que mais lhe agradou? Conte um pouco sobre essa caminhada.
A pesquisa foi bibliográfica e documental, encontrei muitas e muitas dificuldades, uma delas foi o tempo, tive pouco tempo pra correr atrás de documentos, fotos, coisas que fossem concretas pra embasar minha pesquisa, o que mais me agradou foi descobrir que minha universidade tem um história linda que ainda não foi contada em detalhes, que meu curso tem muitas histórias e pessoas que participaram da sua construção, por um lado, me deixou triste saber que muitos, a maioria aliás, dos universitários de pedagogia da minha universidade não conhecem a história do seu curso, mas foi um trabalho gratificante demais, tive a honra de ter uma orientadora maravilhosa, que sempre estava ali puxando a orelha, tive amigos que me ajudaram demais e outros professores que me incentivaram muito, e ficou uma pesquisa linda que ainda vai ter uma continuação!
ExcluirBoa noite!
ResponderExcluirMe sentir contemplada já que sou pedagoga com sua pesquisa.
Gostaria de sabe como você se sentiu na construção dessa pesquisa, já que somos mulheres e diariamente sentimos na pele o quanto nossa sociedade nós exclui.
Essa pesquisa foi muito difícil pra mim, pois eu engravidei indo para o último ano, tive que abandonar muitas coisas, eu acabei percebendo como é difícil para diversas mulheres que optam por fazer um curso superior, muitas como eu tem que abandonar ou escolher, entre ser mãe, profissional, a carreira universitária, o lar, entre outros, mas ao mesmo tempo eu me senti como uma super heroína que consegue fazer tudo e alcançar tudo o que quer, claro que com muito esforço e apoio, foi muito gratificante ver a luta de várias mulheres, inclusive colegas de curso, eu já tinha feito outra pesquisa ,mas essa foi a que me fez sentir mais grata por estar onde estou como mulher.
ExcluirOlá Beatriz
ResponderExcluirSeu texto faz apontamentos históricos interessantes. Embora a perspectiva do seu texto seja apresentar a questão feminina e o seu acesso no ensino superior, posteriormente no mercado de trabalho, minha experiência pessoal no curso de Pedagogia é o contraponto do seu texto. Por ser homem sempre tive causava estranhamento em quem me perguntava qual curso estava. Também percebi que esse "universo" da pedagogia é dominado por mulheres e que homens mesmo tendo formação não devem estar em alguns espaços. Exemplo: Educação infantil não é para homens(estou falando de maneira geral e pelo senso comum). Assim, embora não seja o foco da discussão do seu texto, como você percebe a presença de homens no curso de pedagogia?
Eu percebi através da minha pesquisa que na Educação infantil há uma tradição de "maternagem" que é socialmente e culturalmente associada a mulher, os pais antigamente tinham apenas a função de prover os alimentos e a proteção para os filhos, os tempos vêm mudando, hoje vemos pais mais participativos, e com isso, se sentindo mais a vontade no trato com as crianças, nesse ponto,acredito que a presença dos homens na educação infantil, vêm para oferecer as crianças um círculo de convivência e aprendizado mais diversa possível. Afinal, a resolução dessa questão começa por entender que a Educação Infantil é algo muito diferente de maternagem. É questão da aprendizagem.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPassando pra agradecer a leitura e os comentários, obg a todos!
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirGostei muito da sua pesquisa. A docência, como você coloca, sobretudo atrelada ao curso de Pedagogia, está historicamente relacionada à mulher, visto que estar na escola, educando crianças, seria uma extensão da "função feminina" de cuidar dos filhos, do lar. Diante dessa realidade e da sua pesquisa, eu gostaria de saber se você pretende dar continuidade a esses estudos, fazer, quem sabe, um mestrado ou doutorado, visto que há uma gama de opções de estudos vinculados à mulher na docência? Desde já, agradeço. Ass: Tatiane Carraro
Boa tarde Tatiane, obrigada pela leitura, que bom que gostou! Sim!! Com certeza pretendo levar adiante essa pesquisa, não só em relação a mulher, mas a minha universidade também, ela tem uma história muito rica, assim como a história de muitos universitário(as) que passaram por ela, eu amei e amo pesquisar, você conhece histórias fantásticas, tenho um longo caminho, e estou ansiosa pra começar!
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