Fabiano de Souza Coelho


JERÔNIMO DE ESTRIDÃO E AS REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NAS MISSIVAS 22 E 24 ÀS MULHERES NOBRES DE ROMA NA ANTIGUIDADE TARDIA




Esse Padre da Igreja se distinguiu dos demais Pais do Ocidente pela experiência prática monástica que teve no Oriente e, devido ao seu contato, pelo domínio de línguas não latinas, como o grego, um pouco de copta e do hebraico, e pelo profundo estudo dos textos bíblicos. Com isso, Jerônimo foi um pertinaz defensor da renúncia sexual cristã e teve acesso direto a uma gama de obras nessas outras línguas, relevantes para os Cristianismos na Antiguidade Tardia.

A atuação religiosa do monge Jerônimo de Estridão foi marcada pela presença da figura feminina, uma vez que muitos de seus trabalhos foram elaborados e idealizados em meio ao grupo de mulheres aristocratas que o cercavam.

Acreditamos na proximidade de Jerônimo com as mulheres da elite romana e, também, observamos a dependência material que existia desse monge em relação às cristãs matronas abastadas.

O monge Jerônimo teve muito interesse em selecionar os mais convenientes companheiros e companheiras. Assim, observamos que Jerônimo construiu um círculo de profunda amizade com as matronas romanas e seus descendentes. Ainda, entendemos que a cidade foi o lugar onde o monge de Estridão teve grande atuação sociocultural, mesmo tendo preferência pela vida retirada do século.

Em especial, essas estreitas relações de Jerônimo com feminino foram construídas em Roma, entre os anos de 382 e 385, quando esteve como auxiliar do bispo Dâmaso, como relatamos anteriormente. Desse modo, enxergamos o vasto epistolário e diálogo com tais mulheres de Roma, pois no interior dessas correspondências temos esse contato íntimo com o feminino. Por conseguinte, a partir desse instante, algumas missivas do monge de Estridão dirigidas para as mulheres aristocráticas de Roma serão nossas fontes de análise e aplicação de nossa problemática.

Em contrapartida, não podemos deixar de assinalar que grande parte das cartas do monge Jerônimo para as mulheres tinha a mesma finalidade, isto é, de convencê-las a guiar as suas vidas por meio de um rigoroso caminho ascético. A ideia de ascese em Jerônimo fora marcada pela desvalorização do corpo, ao considerá-lo como prisão da alma e fonte de impureza, e, consequentemente, devia-se ter uma total repulsa das coisas classificadas como temporais [Marcos Sánchez, 1986: 315-316].

Jerônimo, em grande parte de seu corpo epistolar, descreveu a respeito das figuras femininas que foram de suma importância para sua vida. Não podemos nos esquecer de que as missivas do monge de Estridão nos revelam sua complexa e polêmica personalidade. O calor de suas afeições, suas críticas e ofensas, reprovações e indignações, seu desejo passional de ser amado e reconhecido [Giannarelli, 1980: 11; Kelly, 1975: 51; Mattioli, 1990: 239].

Destarte, por sua formação e histórico, ele era um especialista na arte de escrever. Agora, em suas missivas, numa dimensão mais íntima, projeta seu pensamento em torno das representações do comportamento feminino e de gênero, ou seja, daquelas que eram tidas pertencentes da melhor linhagem social do Mundo Romano Tardo Antigo.

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A primeira carta que analisaremos será a de número 22 – Ad Eustochium de virginitate servanda –, escrita aproximadamente no ano 384. O monge Jerônimo se dirigiu à Eustóquia e essa produção foi considerada um tratado em relação à virgindade. Essa missiva ganhou muita fama nos meios cristãos e tal foi considerada uma distinta composição patrística acerca da virgindade cristã.

Era muito comum na Antiguidade Tardia, no Império Romano adepto e simpatizante das experiências cristãs, a elaboração de tratados a respeito da tônica da virgindade, exclusivamente endereçados ao gênero feminino.

Nessa carta, Jerônimo tratou Eustóquia com muita afeição e com vocábulos de grande estima, realizou uma série de recomendações e um jogo de citações bíblicas dos livros do Antigo e Novo Testamento, como uma manifestação de sua autoridade perante a temática da pureza corporal humana.

Jerônimo fez uma admoestação para as virgens, deste modo: “[...] E faltaram as virgens boas (Amós 8, 13). Porque temos virgens más. Todo aquele que olhar, disse o Senhor, para uma mulher com desejo libidinoso, já cometeu adultério em teu coração (Mateus 5, 28). Perde-se, pois, também a virgindade por pensamento. Estas são as virgens más, virgens na carne, mas não no espírito; por não ter azeite, são virgens errantes excluídas do tálamo do seu esposo” [Carta 22, 5]. 

O Estridonense representou o feminino como um indivíduo que deveria ter uma conduta dentro da castidade do corpo e do pensamento, pois para ele a mulher virgem ideal era aquela que precisaria ter dignidade em sua uma mente e se resguardaria da conduta impura e libidinosa.

Além de tudo, a mulher teria de evitar o excesso de vinho e, consequentemente, a embriaguez. Jerônimo nos relata tal petição nestes termos: “[...] o que peço e suplico é que a esposa de Cristo fuja do vinho como esse fosse um veneno, pois essas são as primeiras armas dos demônios contra a mocidade [...]” [Carta 22, 8, grifo nosso]. 

Aqui, o monge Jerônimo classifica a mulher virgem consagrada como esposa de Cristo (sponsa Christi) – unida em um matrimônio simbólico com a divindade cristã, representada em Jesus de Nazaré – e que ela não seja inclinada à bebedeira que, por sua vez, para o Estridonense, seria a base do vício da luxúria e intemperança.

Outro conselho de Jerônimo para um tipo exemplar de virgem: “[...] leia com muita frequência e aprende tudo o possível [...]. Que seu jejum seja diário e tua refeição sem fartura [...]” {Carta 22, 17]. Quanto a isso, as mocinhas, para Jerônimo, além da prática ascética do jejum, tinham que ser dedicadas aos estudos dos textos sagrados dos cristãos e de outras línguas – por exemplo, o grego e o hebraico.

Além disso, descreveu-nos sobre a conduta da virgem consagrada, desta maneira: “[...] Quando der esmolas, somente Deus a veja. Quando jejuar, tenha um rosto alegre. Que teu vestido não seja demasiado indiscreto e nem sujo. Não chames atenção por nada, para que não te pare diante da multidão que passa e te aponte o dedo [...]” [Carta 22, 27]. E por fim, a virgem tinha de ser desapegada dos bens materiais humanos e da falta de generosidade. Relata-nos o monge de Estridão que a virgem: “também teria que evitar o mal da avareza [...]” [Carta 22, 31].

A princípio, essa questão da avareza entre as mulheres aristocráticas aparenta algo contraditório, porque mesmo elas sendo integrantes de famílias abastadas da sociedade romana, precisariam ter condutas afastadas das ostentações materiais e seculares, ou seja, para Jerônimo, as matronas consagradas tinham de praticar intensas renúncias ante a realidade socioeconômica na qual estavam inseridas.

Por outro lado, também havia a existência, nesse contexto, de um intitulado ascetismo mundano. Uma vez que algumas mulheres optavam pelas práticas ascéticas, mas não rompiam com os antigos hábitos de ostentação e de suntuosos comportamentos existentes na sociedade de Roma [Serrato Garrido, 1993: 39].

Afinal, o monge Jerônimo foi um pertinaz opositor, crítico e repreensor de comportamentos que considerava inadequados para as mulheres ricas e que eram adeptas da experiência monástica e da ascese cristã. Em outras palavras, o Estridonense era contrário ao tipo de conduta cristã que ele considerava inapropriada para seu ponto de vista religioso.

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Examinemos a carta 24, dirigida novamente à Marcela, sobre a vida de sua irmã Asela, escrita no outono do ano 384, dois dias após compor a carta 23. Assim, Asela que fazia parte do ao renomado romano gens Caeonii e parte de sua família aderiu às experiências cristãs no decorrer do quarto século E.C.

Acreditamos que Jerônimo produziu essa missiva para mostrar mais uma vez o exemplo de uma virgem para as demais mulheres cristãs. Isto é, essa carta se adequa como uma representação do gênero feminino em seu tempo, contudo, particularmente, acreditamos que eram somente as mulheres pertencentes aos grupos mais poderosos do Império Romano na Antiguidade Tardia.

Essa nossa assertiva se justifica com as próprias palavras de Jerônimo, pois, ao fazer uso de argumentos retóricos, empenhava-se na persuasão de mulheres na adesão do modo de vida que, para ele, era considerado excelso. Assim ele escreveu: “[...], pois quando advertimos os maus estamos corrigindo os demais e ao louvar os melhores despertamos o fervor dos bons para a prática das virtudes [...] Contar-se-á brevemente a vida de nossa querida Asela [...]. Essa carta deve ser lida por moças jovens, a fim de que se formem conforme seus exemplos e tenham na vida dela exemplo de vida perfeita” [Carta 24, 1].

Nessa argumentação de Jerônimo, entendemos quão laudáveis eram as pessoas que se dedicavam ao ascetismo, em particular, as mulheres, como uma forma de exteriorização da sua crença religiosa. Essas pessoas, classificadas com virtudes, eram para ele revestidas de elementos simbólicos e transcendentes, uma vez que seriam modelos para aqueles considerados bons e um incômodo para aqueles considerados maus.

Esse discurso era dirigido exclusivamente para o gênero feminino e constatamos que o monge Jerônimo, em nenhum momento desse escrito se dirige a homens (pelo menos de forma direta e estrita), pois essa missiva deveria ser lida por mulheres que se encontravam na mocidade – adulescentulae (adulescens): uma donzela ou menina bastante jovem.

Jerônimo de Estridão nos relatou que Asela era recoberta de virtudes. Nestes termos nos mostra que: “Pois, como havia começado a dizer, sempre [Asela] se portou com tal modéstia e manteve-se tão oculta em secreto em seu aposento, que jamais se apresentou em público e nem sabia o que era falar com um homem e, o que é mais admirável, amava mais quando via uma irmã virgem. Trabalhava com suas mãos, sabendo que está escrito: quem não deseja trabalhar também não há de comer (2 Tessalonicenses 3,10). Falava com seu Esposo rezando ou cantando salmos, visitava apressadamente as memórias dos mártires sem ser vista, e, não obstante, a alegria que dava a sua profissão de fé, no que, sobretudo, se gozava era em que ninguém a conhecera. Todo ano praticava contínuo jejum, permanecendo assim dois ou três dias seguidos; [...]. E com esse regime – coisa que pode parecer ao homem impossível, mas para Deus isso pode ser feito perfeitamente – chegou à idade de cinquenta anos sem saber o que era uma dor de estômago [...]” [Carta 24, 4].

Notamos, nessa exposição, que monge Jerônimo representou Asela com os seguintes valores: renúncia aos bens terrenos, modéstia, discrição, vivência de uma vida privada, trabalho manual, vida de oração e leituras das escrituras, testemunho de fé e prática de árduos jejuns no decorrer de sua vida. Em outros termos, percebemos que essa virgem cristã consagrada portava, pelo menos, três predicados tradicionais romanos: domiseda, lanifica et lentica e acupingere.

Além disso, defensor pertinaz do ascetismo e monasticismo, Jerônimo, sendo guia espiritual de inúmeras mulheres cristãs, acreditava que severos jejuns poderiam controlar os desejos do corpo humano e ajudariam as religiosas a terem foco no ente divino [Salisbury, 2002: 32].

Inclusive, as qualidades observadas por Jerônimo, a respeito da austeridade da virgem Asela, mostra-nos na carta: “[...] Nós podemos descrever que vimos. Nada mais alegre que sua severidade; nada mais severo que sua alegria. Nada mais triste que seu sorriso; nada mais risonho que sua tristeza. Seu rosto está de forma pálida, que, sendo indício de sua mortificação, não tem cheiro de ostentação. Seu falar é silencioso e seu silêncio é eloquente. Seu andar, nem precipitado nem demorado; seu porte, sempre o mesmo [...]. Somente ela tem merecido que em uma cidade de pompa, lascívia e prazeres, em que ser humilde é humilhação do ânimo; os bons a louvem, os maus não se atrevam a murmura dela, as viúvas e as virgens a imitem, as casadas a reverenciem, as más a temam e até os sacerdotes a admirem” [Carta 24, 5].

Nesse escrito do Estridonense, há uma representação da virgem como um arquétipo a ser imitado e, portanto, teria de ser enaltecido por bondosos e maldosos, viúvas e casadas e até sacerdotes. Esse Padre da Igreja caracterizou essa dama romana como uma pessoa honrada e virtuosa, pois Asela era, para ele, portadora de atributos ascéticos e valores associados a muitos tipos de renúncias, inclusive corpóreas. Então, o exemplo dessa virgem romana seria um objeto simbólico para que o monge Jerônimo persuadisse as aristocráticas do presente e do futuro a aderirem a um testemunho cristão numa continência perfeita.

De uma maneira geral, Jerônimo de Estridão recomendava para as jovens destinadas à virgindade, muita austeridade e modéstia, desde seus primeiros anos de vida. Ele representou tais senhoritas, sem dúvida pertencentes às altas classes sociais de Roma, com uma vida longe de luxos materiais, dedicadas aos estudos e com uma conduta voltada ao recolhimento.

Por ser um especialista em textos bíblicos e retórica, há, ao nosso entendimento, uma alusão indireta ao texto atribuído a Paulo quando o Estridonense escreveu nessa carta assim: Sermosilens et silentiumloquens (Seu falar é silencioso e seu silêncio é eloquente). Porquanto, essa parte nos porta ao trecho que diz: “[...] Como acontece em todas as Igrejas dos santos, estejam caladas as mulheres nas assembleias, pois não é permitido tomar a palavra [...]” [1 Coríntios 14, 34-35]. Em vista disso, típico da cosmovisão patriarcal, o monge Jerônimo igualmente planteava e esperava do gênero feminino expressiva quietação, serenidade e bastante modéstia.

Por último, concordamos com Michelle Perrot [2003: 21] que atestou que, no campo das representações religiosas, os monoteísmos do Ocidente adotaram uma visão bem negativa a respeito da figura feminina. A mulher foi vista como causadora do mal existente no mundo – figura de Eva –, como aquela que deve ficar em silêncio – relatos de Paulo. Ou seja, as mulheres foram associadas ao pecado do qual os homens deveriam se defender e, com isso, submetendo-as ao silêncio.

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Jerônimo tinha uma espécie afeição por questões que envolviam o ascetismo feminino e uma dependência da ajuda das mulheres ascéticas. Em outros termos, o monge de Estridão tinha uma espécie de fascinação e obsessão pelo gênero feminino pertencente aos grupos abastados de Roma e, de maneira igual, nitidamente, percebemos uma profunda dependência afetiva e material do feminino por parte desse Padre da Igreja.

Assim, grande parte do epistolário de Jerônimo direcionado para o polo feminino tem em seu componente final um modelo prático de recomendações de como elas deveriam conduzir suas vidas como cristãs consagradas. Para o monge de Estridão, tais mulheres tinham de ser diferentes das cristãs comuns e das politeístas, que eram inclinadas à vida mundana ou secular [Marcos Sánchez, 1990: 145].

Acredita-se que Jerônimo de Estridão escreveu missivas que não eram simplesmente lidas por seus destinatários, mas esses textos eram copiados e tinham uma ampla circulação no Mundo Romano Tardo Antigo [Salisbury, 2002:118].

À vista disso, tais empreendimentos desse autor cristão não somente tiveram uma dimensão particular naquela sociedade, como essas missivas puderam atingir objetivos e perspectivas cristãs e ascéticas mais amplas naquele mundo e em tempos póstumos.

Destarte, ao realizarmos uma análise densa dessas fontes de Jerônimo de Estridão e de uma forma muito específica, percebemos que todos esses predicados propostos para o gênero feminino – aristocratas consagradas, patronas, matronas cristãs e continentes – foram idealizados por homens e, consequentemente, dirigidos exclusivamente ao feminino. Raramente se fez alusões, nesses escritos, aos homens, aos varões.

Outrora e no tempo presente, propunha-se e propõe-se a continência perene para o gênero masculino pertencente ao clero católico – o celibato clerical. Verificamos que, em Jerônimo, não há tratados remetidos ao masculino, para que homens se mantenham virgens ou para que os viúvos se dediquem a uma vida consagrada e continente, fiel à memória de sua esposa falecida. Não se observam escritos que sugerissem os homens a permanecerem em suas residências e trabalharem manualmente em suas residências.

Assim posto, a renúncia sexual feminina permitiu que as mulheres ricas, mediante o exercício da virgindade e a viuvez consagrada, criassem uma rede de patronato e evergetismo sobre a nova fórmula da caridade cristã, que consistia em uma das mais importantes bases econômicas da comunidade eclesial e um atrativo para o proselitismo das manifestações cristãs [Teja, 1999: 224]. Portanto, rompendo com a ordem androcêntrica e patriarcal imposta a gênero feminino no Mundo Romano na Antiguidade Tardia.

As mulheres notáveis que adotavam a experiência ascética cristã, por meio do estado de vida virginal, de certa forma quebravam uma ordem sócio-política que por muito tempo predominava na sociedade romana Antiga. Em outros termos, a estrutura tradicional que ditava que a mulher geraria para aquela sociedade novos cidadãos – o gênero feminino era entendido como uma espécie de um aparato que deveria conceber descendentes.

No Mundo Tardo Antigo, as figuras femininas cristãs abastadas poderiam alcançar prestígio na sociedade se rejeitassem suas obrigações familiares. Elas seriam capazes de realizar tal intento para se dedicarem aos estudos teológicos e para fazerem peregrinações em lugares considerados sagrados pelos cristãos daquele tempo. Além do mais, a virgindade consagrada cristã era um instrumento para mulher estar livre da demanda imposta a ela pelo meio social. Contudo, esse estado de vida era um meio de controle de seus desejos particulares, o que poderia resultar na continência perpétua [Clark, 1993: 126-127].

Por seu turno, a continência perfeita, a pudicícia e a repulsa ao casamento ou novas núpcias, adotado pelas aristocratas cristãs – exclusivamente virgens e viúvas –, foram vias para libertação das vicissitudes negativas da vida matrimonial – molestiaenuptiorum. Dessa maneira, a recusa ao casamento ou recasamento era um meio alternativo a uma possível dependência e serventia a um esposo (ao masculino).

Muitas matronas viúvas cristãs se dedicavam não somente às doações para os mais necessitados da sociedade, mas também na construção de edifícios religiosos para finalidades ascéticas – exercendo o tradicional evergetismo, caracterizado por sua tradicional modalidade chamada beneficentia [Serrato Garrido, 1999: 347].

Finalmente, as matronas da Antiguidade cristã ousaram em suas conquistas e realizações e lutaram por elas em meio a uma sociedade e estrutura religiosa que privilegiava somente os homens.


Referências
Fabiano de Souza Coelho é doutor em História Comparada (PPGHC/UFRJ) e atualmente é professor da Educação Básica do Estado do Espírito Santo.

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