Rosilene Dias Montenegro


LUGARES DE DOMINAÇÃO LUGARES DE OPRESSÃO: QUESTÕES SOBRE A PRESENÇA DAS MULHERES NAS CIÊNCIAS



São muitos os lugares que mostram as desigualdades de gênero, a invisibilidade das mulheres, e a reprodução dos estereótipos de feminino e masculino. As instituições de ensino e pesquisa constituem espaço privilegiado para o estudo de das questões de gênero. De um lado, são espaço de produção científica em que ocorrem as mais significativas produções críticas sobre as desigualdades de gênero, por outro, espaço em que se dão práticas culturais as que predominam em toda sociedade, e ações corroboram para a naturalização das relações de dominação e opressão de gênero.

“Lugares de dominação lugares de opressão: questões sobre a presença das mulheres nas ciências”, se propõe apresentar considerações a partir de um estudo sobre desenvolvimento e gênero, que estamos realizando, em um estágio pós-doutoral. Pesquisa que parte um trabalho mais amplo há anos em desenvolvimento no Projeto Memória da Ciência e Tecnologia em Campina Grande (Projeto Memória).

Nas ações que coordenamos para a formação em iniciação científica de nossos alunos de graduação em História têm sido recorrentes as questões que buscam compreender as desigualdades de gênero nas ciências e tecnologias.

A proposta desta comunicação foi motivada por questões da pesquisa do Projeto Memória sobre a presença das mulheres, sejam na condição de professoras, seja como alunas dos cursos das ciências exatas e das engenharias, matemática, física, engenharia mecânica, engenharia elétrica, engenharia de minas etc., ou seja, cursos cultural e tradicionalmente tidos como masculinos. Inicialmente chama a atenção a pouca quantidade de mulheres nos cursos de ciências exatas e engenharias, cuja discussão foi nessa temática foi inicialmente promovida pelo estudo de Fanny Tabak (2000) ao investigar a existência e predomínio de situações de desigualdade de gênero no interior das universidades brasileiras.

É inegável que as mulheres obtiveram conquistas sociais e políticas históricas, principalmente a partir da década de sessenta do século vinte. Mas, não obstante as conquistas de direitos ainda existem muitas desigualdades sociais, políticas e econômicas entre os homens e mulheres.

No ensino superior e especialmente nas universidades públicas brasileiras, estruturadas na visão da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, espaço de produção cientifica, em que há de se esperar igualdade na importância e reconhecimento do trabalho de homens e mulheres, constata-se que se mantêm desigualdades de gênero. No tocante ao ensino superior, assunto mais relacionado ao tema desta comunicação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicou em 2018, dados sobre estatísticas de gênero no Brasil. Nesse estudo, o IBGE informa que:

“A maior diferença percentual por sexo encontra-se no nível “superior completo”, especialmente entre as pessoas da faixa etária mais jovem, de 25 a 44 anos de idade, em que o percentual de homens que completou a graduação foi de 15,6%, enquanto o de mulheres atingiu 21,5%, indicador 37,9% superior ao dos homens”. (IBGE, 2018).

Mas, se as mulheres têm conseguido em maior quantidade que os homens concluir o ensino superior, quando observamos os dados de mulheres atuando no magistério superior seja como docentes, seja como pesquisadoras e cientistas, chamam a atenção as disparidades. Em matéria publicada no Jornal da USP (2018), “Desequilíbrio de gênero afeta mulheres cientistas no Brasil”, a pesquisadora Jaroslava Valentova, apresenta os dados organizados a partir da coleta da base do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Essa pesquisadora, constatou que:

“Os números de pesquisadores financiados com a chamada Bolsa de Produtividade em Pesquisa por área foram coletados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) entre os anos de 2013 e 2014. Também foi verificada a proporção, no período, de membros na Academia Brasileira de Ciências (ABC), por sexo e por área”. (Jornal da USP, 1/01/2018).

“A área mais discrepante foi a de “Engenharia, Ciências Exatas e da Terra”. Não houve nenhuma das sub-áreas deste grupo em que a mulher foi melhor representada. Em engenharia elétrica, por exemplo, o número de mulheres inseridas no setor foi de 13 para 269 homens; em engenharia civil e engenharia biomédica, a proporção foi de 56 para 210 e de 4 para 60, respectivamente. A segregação não ficou somente nas engenharias. Em física e matemática, o número de mulher também foi infinitamente menor: 101 mulheres para 806 homens, na primeira categoria, e de 29 para 271 na a segunda”. (Jornal da USP, 1/01/2018).

São muitos os artigos e estatísticas que mostram as disparidades de gênero na ciência no Brasil e no mundo. Em nossa pesquisa sobre a presença das mulheres no magistério superior na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), constatamos o seguinte quadro:



No quadro acima chama-nos a atenção as disparidades entre a quantidade de homens e mulheres no Centro de Engenharia Elétrica e Informática, com apenas 11% de mulheres (quatro engenheiras eletricistas e sete cientistas da computação), seguia pela pouca presença de mulheres no Centro de Ciência e Tecnologias, que oferece cursos na área de Ciências Exatas e da Terra (Física, Matemática, Estatística) e as Engenharias (Mecânica, Química, Petróleo, Produção, Materiais). Dados que organizamos em um gráfico com as grandes áreas de conhecimento, conforme classificação do CNPq, que mostramos a seguir:


Quadro – Presença de gênero por grande área de conhecimento


No tocante às diferenças na distribuição de homens e mulheres nas áreas acima, muito provavelmente os percentuais referentes a UFCG são muito próximos aos encontrados nessas mesmas áreas em outras universidades públicas brasileiras.

Nesse sentido, como compreender a pequena quantidade de mulheres nas engenharias, principalmente as que têm subáreas de especialização teoricamente relacionadas ou que requerem maior força física? Como exemplo especialidades dentro da engenharia Mecânica e engenharia de Minas. Por que tão grande desproporção de gênero na distribuição de bolsas de Produtividade em Pesquisa, nas lideranças de Grupos de Pesquisa, na autoria principal de artigos científicos, na ministração de conferências e palestras? Por que tão reduzida quantidade de mulheres Diretoras de Centro ou Institutos, Pró-Reitoras, Reitoras?

Constata-se que as instituições públicas de ensino superior cumprem a legislação que garante a igualdade de salários no serviço público segundo o cargo, função e titulação, independentemente do gênero. Mas, mantêm as desigualdades de gênero em outros níveis das atividades acadêmicas e de gestão político administrativa. Por que aceitar como natural que uma instituição de ensino superior que deve ser, por essência, questionadora e crítica, mantêm relações de poder que colocam as mulheres em desigualdade de gênero? Que práticas evidenciam a cultura de desigualdade de gênero na universidade? Como poderiam ser modificadas essas práticas culturais? Quais consequências sociais e econômicas das desigualdades de gênero? São questões que estão no cerne desta proposta.

Como é do conhecimento da comunidade científica, a análise de dados não é destituída do lugar de fala, concepção de sociedade e visão de mundo do pesquisador ou pesquisadora. Nesse sentido, buscamos referências e contribuições que problematizam e refletem as questões de gênero na perspectiva teórica histórica e filosófica da desconstrução dos discursos e narrativas que naturalizam as desigualdades de gênero. Para esta análise estamos privilegiando as contribuições de autoras mulheres – historiadoras, antropólogas, sociólogas, cientistas políticas, e filósofas, destacando-se Joan Scott, Mariza Corrêa, Maria Margaret Lopes e Luce Irigaray. A escolha por uma bibliografia produzida majoritariamente por mulheres tem também um propósito de valorizar o gênero feminino.

O pensador Sigmund Freud, fundador da psicanálise, afirmou em conferência que proferiu, entre 1932 e 1936, sobre o tema Feminilidade, que “o menino, ao descobrir a menina, a descobre portadora de uma falta [o pênis], isto é, como desigual e não como diferente, como inferior e não como complementar.” (CORRÊA, 2018, p.9), (grifos meus).

Segundo Luce Irigaray, filósofa, linguista, psicanalista e feminista belga, a “concepção de feminilidade” de Freud, teria contribuído para fortalecer ainda mais as práticas culturais da desigualdade de gênero, uma vez que Freud teria se pautado em:

“um determinismo biológico a partir da qual a mulher é inferiorizada, e seu sexo não tem valor. A distinção anatômica entre os sexos explicaria a diferença na economia psíquica, sendo só o sexo do homem capaz de representação.” (COSSI, 2015). 

Mas a verdade cientifica estabelecida pelos pressupostos deterministas de superioridade biológica do sexo masculino sobre o feminino, também fundamentado, na biologia, uma ciência exata (diferentemente das supostas especulações e abstrações psicanalistas), partira de um pressuposto, apresentado como “neutro”. Um pressuposto que justificava, fundamentado em estudos e experiências de laboratórios, que a ciência mostrava a diferença entre homens e mulheres como uma questão genética, daí a compreensão da desigualdade.

A desigualdade seria a consequência natural da diferença biológica. Um argumento de autoridade argumentado a partir das ciências naturais cujos conhecimentos produzidos possuíam uma “autoridade inigualável nas culturas ocidentais dos últimos séculos.” (LOPES, 2006, 37). Desigualdade também naturalizada por visão de ciência ainda “pautada no discurso Mertoniano que caracteriza o sistema cientifico como meritocrático e neutro.” (LIMA; COSTA, 2016).

É possível afirmar que as ciências seriam um lugar tão masculino e androcêntrico que não teria sequer cogitado a possibilidade de ser ocupado por mulheres? Para Londa Schienbinger, “[...] a promoção das ações de inclusão são constituídas em uma arquitetura concebida para excluir o feminino, uma vez que a ciência [...] foi constituída em valores centrados no masculino” (SCHIENBINGER apud LIMA; COSTA, 2016).

Essa é uma das questões mostradas no estudo “Qual foi o impacto do feminismo na ciência?”, de Evelyn Fox Keller (2006), no qual apresenta aos leitores as principais ideias e buscas de confirmação científica da superioridade dos homens sobre as mulheres desde a “A Origem das Espécies” (1859), passando pela “A descendência do homem e seleção em relação ao sexo” (1871) chegando aos “efeitos modernos” dos avanços nos estudos da biologia evolutiva e na ecologia, a partir de 1970, “quando os biólogos perceberam que havia mais coisas na seleção sexual”, ou seja, mais de um século após Charles Darwin.

Segundo Margaret Lopes (2006), “os termos conjugados gênero e ciência aparecem pela primeira vez em 1978, como título de um artigo em que Evelyn Fox Keller (1978)”. Nesse artigo, Keller identifica que existe:

“[...] uma “associação historicamente onipresente” entre masculino e objetivo, caracterizada por ter simultaneamente um “ar de auto-evidente” no âmbito do conhecimento comum e por “não ter sentido” no âmbito do conhecimento cientifico. O silêncio virtual sobre o tema lhe sugeria que a associação entre masculinidade e pensamento cientifico possuía status de um mito que ou não podia ou não devia ser investigado a sério, uma vez que entrava em conflito com nossa imagem de ciência sexual e emocionalmente neutra. (KELLER, apud LOPES, 2006, p.40).”

Ou seja, Keller identifica construções discursivas que estabelecem padrões de masculinidades e feminilidades que reproduzem não diferenças, mas desigualdades.

Ao refletir sobre diferenças e desigualdades de gênero, Luce Irigaray (2002) ressalta: “a mulher deve aprender a entrar em relação com o homem como outro, um outro diferente, mas não hierarquicamente superior ou inferior”. Colocar-se na relação social segundo essa forma de compreender a questão de gênero, “representa também o gesto capaz de sustentar o conhecimento de todas as outras formas de outros, sem hierarquia, privilégio nem autoridade sobre eles: que se trate de raças, idades, culturas, religiões”.
É pertinente ressaltar que todo tema que se relaciona com gênero já enfrenta de imediato o preconceito: “Isso é coisa de feminista”. As pesquisadoras e pesquisadores do tema podem ser os mais brilhantes e reconhecidos pela qualificação e competência acadêmica e intelectual, mas parece sempre terem seus estudos resumidos a algum comentário do tipo “que interessante!”. Porque “o envolvimento com as questões de gênero e feministas ainda pode gerar preconceito entre os pares, uma vez que isso representa um questionamento sobre o discurso hegemônico da ciência e tecnologia. assim, pode dificultar parcerias e alianças.” (LIMA; COSTA, 2016, p.15). Aspecto já observado em trabalho clássico Joan Scott sobre esse assunto:

[…] a reação da maioria dos(as) historiadores(as) não feministas foi o reconhecimento da história das mulheres para depois descartá-la ou colocá-la em um domínio separado (“as mulheres têm uma história separada da dos homens, portanto, deixemos as feministas fazer a história das mulheres, que nãos nos concerne necessariamente” ou “a historia das mulheres Trata do sexo e da família e deveria ser feita separadamente da história política e econômica”). (SCOTT, 1989, p.5).

Talvez essa subjetividade faça parte das razões conscientes ou não conscientes do fato de no Brasil serem raros os trabalhos de mulheres cientistas ou mulheres engenheiras se interessarem por pesquisas sobre as questões de gênero em suas áreas de formação, segundo trabalho citado de Betina Lima (2016). Uma implicação negativa ao conhecimento desse enfoque dentro dos estudos de gênero é o de esse debate ter um impacto ainda menor nas áreas das Ciências Exatas e da Terra e na área das Tecnologias. Ou seja, não conseguir despertar o interesse por esses estudos nos cientistas das ciências exatas e técnicos das engenharias, principalmente.

Cabe interrogar o porquê de as mulheres cientistas e engenheiras no Brasil não pesquisarem sobre as questões de gênero na ciência e tecnologia. E observar que existem estudos sobre essas áreas sendo feito por mulheres cientistas dessas áreas. Por exemplo, as contribuições de Evelyn Fox Keller, autora referência nos estudos de gênero nas ciências. Refletindo sobre essas ausências, as sociólogas Betina Lima e Conceição Costa sugerem que a quase ausência de estudos de <gênero, ciência e tecnologia> por mulheres dessas áreas possa estar relacionado ao “não reconhecimento da questão de gênero como fator estruturante da ciência e tecnologia” (2016, p.15). Um fator não-consciente.

Lima e Costa também nos ajudam a compreender as ressignificações de objetividade, segundo a área de formação. Diferentemente das formações nas Ciências Humanas e nas Ciências Sociais Aplicadas, os/as cientistas das chamadas ciências duras e da área tecnológica entendem o conceito de objetividade como um valor atemporal e central no conhecimento cientifico (2016, p.16). Uma compreensão que tende a desmerecer a contribuição do conhecimento produzido pelas Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas.

Esperamos que as questões aqui apresentadas possam motivar estudantes e pesquisadores de História à investigação e ao debate sobre um problema tão importante e grave como o é o da desigualdade de gênero. Entendemos que é preciso combater as visões que negam projetos coletivos de mudança social norteada pela utopoia de um mundo melhor, menos desigual, e menos injusto, um mundo com mais democracia, uma democracia mais forte, que permita o empoderamento das mulheres e consiga construir as condições para o respeito de gênero reivindicado pelas mulheres para todas as esferas de suas vidas e lutas.

Referências
Dra. Rosilene Dias Montenegro é professora de História do Brasil, e coordenadora do Projeto Memória da Ciência e Tecnologia, na Universidade Federal de Campina Grande.

CORRÊA, Mariza. Cara, cor, corpo. Cadernos Pagu. No. 54. 2018, pp. 01-13.
COSSI, Rafael Kalaf. Pensando a positivação da feminilidade: Luce Irigaray e a psicanálise. Disponível em: <https://psibr.com.br/colunas/sexualidade-e-genero/daniela-smid/pensando-a-positivacao-da-feminilidade-luce-irigaray-e-a-psicanalise>. Acesso em 10 Set. 2019.
IRIGARAY, Luce. A questão do outro. Labrys, estudos feministas. No. 1-2, Jul/Dez. 2002. Disponível em:
<http://www.historiacultural.mpbnet.com.br/feminismo/irigaray1.pdf>. Acesso em: 10 Set. 2019.
KELLER, Evelyn Fox. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? No. 27. Jul/Dez, 2006, pp. 13-34.
LIMA, Betina S; COSTA, Maria Conceição da. Gênero, ciências e tecnologias: caminhos percorridos e novos desafios. Cadernos Pagu. No. 48, 2016, pp.1-39
LOPES, Maria Margaret. Sobre convenções em torno de argumentos de autoridade. Cadernos Pagu. No. 27. Jul/Dez, 2006, pp. 35-61.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. 1989, pp.5-35.
IBGE. Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil. (2018). Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101551_informativo.pdfAcesso em: 4 Abr. 2020.
Jornal da USP. Desequilíbrio de gênero afeta mulheres cientistas no Brasil. Disponível em:
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/desequilibrio-de-genero-afeta-mulheres-cientistas-no-brasil/. Acesso em: 4 Abr. 2020.

3 comentários:

  1. Bom tarde. Parabéns pela pesquisa. Gostaria de saber se a pesquisa verificou alguma política institucional na Universidade em que atua com o projeto Memória, para combater as desigualdades de gênero na instituição? Essa desigualdade está centrada nos cursos de engenharias/ exatas ou também está presente na estrutura de cargos ( e pro-reitorias)?
    Atenciosamente: Georgiane Garabely Heil Vázquez

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  2. Oi Georgiane Vásquez, obrigada pela oportunidade de falar um pouco sobre minha pesquisa. As desigualdades estão em todos as áreas. Nas ciências exatas, são maiores as desigualdades na Física, Computação e Matemática, nessa sequência. Nas engenharias, a Eng. Elétrica tem mantido uma média de 7% de mulheres professoras; já a Eng. Mecânica em quase cinco décadas só teve 2 professoras engenheiras mecânicas; e a Eng. de Minas, que tem 44 anos de existência em nosso campus, nunca teve uma professora formada em Engenharia de Minas. Esse curso tem 3 professoras, mas são Geólogas. As desigualdades são significativas também em alguns cursos das Ciências Humanas, por exemplo, a Filosofia. Em doze anos de criado em nosso campus, até hoje nunca teve uma professora. E nas Artes também existem desigualdades. O curso de Música de nossa instituição tem uma presença de pouco mais de 10% de mulheres professoras. As desigualdades se tornam ainda maior quando verificados os dados dos cargos de gestão superior. De 11 centros de ensino, somente 1 tem uma diretora; dentre os 10 cargos de pró-reitoria, dois são mulheres. A instituição nunca teve uma Reitora. E somente uma mulher candidatou-se em eleição para Reitoria. Estou concluindo minha pesquisa que pretendo publicar em breve. Obrigada.

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  3. Georgiane, boa tarde. Lembrei que não respondi sua primeira questão. A UFCG não tem nenhuma política para enfrentar as desigualdades de gênero. Nossa pesquisa obteve depoimentos grave sobre assédio moral de professores contra alunas, mas infelizmente as alunas não autorizaram que usássemos esse material para denúncias. Mas vamos consultar a Procuradoria Jurídica sobre se existe forma de usarmos esse material sem criar riscos para as depoentes.

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