Clarice Luz e Flávia Schena Rotta


O MODELO DE PRINCESA DA DISNEY E SEU DISCURSO AO LONGO DO TEMPO



As princesas dos desenhos e dos filmes da Walt Disney Company encantam gerações. Entretanto, desde o lançamento da Branca de Neve e os Sete Anões, em 1937, é possível notar mudanças de estereótipos nos modelos de personagens femininos apresentados nas animações sobre princesas. O universo encantado das princesas tem como base, na maioria das vezes, narrativas de contos de fadas que tornam se um referencial de feminilidade para meninas. O presente estudo tem por objetivo analisar fatores sociais e históricos que influenciaram na evolução do processo de criação do modelo de princesas nas produções da Disney, através de pesquisas exploratórias.

Os estúdios Walt Disney Company possuem grande poder de representação sobre a sociedade e através das suas narrativas reproduz padrões estereotipados e propaga discursos dominantes que foram estabelecidos e naturalizados em determinados períodos históricos. A indústria cinematográfica desenvolve narrativas compostas por elementos audiovisuais amparados em tecnologias inovadoras, oferecendo aos (as) telespectadores uma formula pronta de sensações e imaginações ilimitadas.

Através dos discursos apresentados nas produções cinematográficas, aspectos sociais e culturais são associados ao poder de representação e carregam consigo o poder de impor manter padrões e normas. Considerando que os discursos são produzidos por classes hegemônicas que conseguem criar ou manter costumes culturais de um determinado grupo que ao ser retratado é consolidado como realidade, a proposta de representação, assim como costumes e valores, daqueles que impõem começam a serem seguidos, ou seja, a sociedade se adapta aos discursos dominantes através das representações.

Diante das possibilidades de dar maior ênfase a determinados aspectos em prol de outros e da abrangência dos discursos é relevante avaliar o poder que este tem. Para analisar este aspecto, recorre se a análise de Michel Foucault presente no livro “A Ordem Do Discurso”, [2012]. Segundo o autor, os discursos sempre estiveram sob controle de uma classe hegemônica, que impõem “voz” sobre ouras denominadas como inferiores, em tentativa de manter a influência de uma ação dentro de um sistema de verdades impostas, [...] “em toda sociedade a produção do discurso é o mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que tem por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e terrível materialidade” [...] [FOUCAULT, 2012, p.8-9].

De acordo com a escritora Simone de Beauvoir, na obra “O Segundo Sexo”, as características femininas relacionadas a submissão e fragilidade são moldadas pela sociedade. [...] “tudo contribui para confirmar essa hierarquia aos olhos da menina. Sua cultura histórica, literária, as canções, as lendas com que a embalam são uma exaltação do homem. São os homens que fizeram a Grécia, o Império Romano, a França e todas as nações, que descobriram a terra e inventaram os instrumentos que permitem explorá-la, que a governaram, que a povoaram de estátuas, de quadros e de livros. A literatura infantil, a mitologia, contos, narrativas, refletem os mitos criados pelo orgulho e os desejos dos homens: é através de olhos masculinos que a menina explora o mundo e nele decifra seu destino”. [BEAUVOIR, 2009, P. 385]. [...]

A animação da Branca de Neve e os Sete Anões estreou em 21 de dezembro de 1937 quebrando recordes de bilheteria e marcando uma nova era dos estúdios Disney com a produção de filmes animados sobre princesas. Desde o primeiro filme até a atualidade foram treze produções, com treze princesas ao total: Branca de Neve e Os Sete Anões [1937] – Branca de Neve; Cinderela [1950] Cinderela; A Bela Adormecida [1959] Aurora; A Pequena Sereia [1989] Ariel; A Bela e a Fera [1991] Bela; Aladdin [1992] Jasmine; Pocahontas [1995] Pocahontas; Mulan [1998] Mulan; A Princesa e o Sapo [2009] Tiana; Enrolados [2010] Rapunzel; Valente [2012] Merida; Frozen: Uma Aventura Congelante [2013] Anna e Elsa.

O estereótipo das princesas apresentados nos filmes não foi sempre o mesmo. Aspectos ligados as perspectivas de consumo e as transformações da sociedade junto a primeira, segunda e terceira onda do movimento feminista influenciaram nas mudanças, a representação da figura feminina nos filmes reflete as mudanças relacionadas ao conceito de gênero em cada período histórico.

As princesas dos estúdios Disney se dividem em três grupos, o primeiro é representado por Branca de Neve, Cinderela, Aurora [Bela Adormecida], estas são denominadas princesas clássicas, relacionadas ao estereótipo da mulher de comportamento nobre, cujo objetivo é encontrar o amor verdadeiro com a chegada do príncipe encantado, cuidar da casa, do marido e da felicidade da família. O ideal de beleza e feminilidade estão relacionadas as formas de representação da mulher jovem, pele e cabelo impecáveis, altas, magras, sorridentes e delicadas.

Neste período que se inicia a primeira onda do movimento feminista, fim do século XIX e início do século XX, conforme a autora Mirla Cisne na obra “Feminismo e Consciência de Classe no Brasil” [2015], esse é o período em que as mulheres iniciam uma aproximação com as lutas sociais esse e o movimento feminista passa a ser desenvolvido.

O segundo grupo é formado pelas personagens Ariel, Bela, Jasmine, Pocahontas e Mulam, é o grupo das princesas rebeldes, destemidas e corajosas não se predem ao conformismo. Bela deseja conhecer o mundo, Jasmine vai contra as convenções e se apaixona por um ladrão, Pocahontas é aventureira, curiosa e não concorda com as vontades do pai e tradições da aldeia onde vive, Mulam vai contra os padrões ao entrar travestida de homem para o exército e ganha destaque.

O estereótipo das princesas rebeldes também apresenta um novo ponto de vista estético, Jasmine Pocahontas e Mulam marcam o início de novas tendências para a diversidade étnica em produções cinematográficas, exibem a beleza árabe, índia e chinesa, quebrando assim, padrões ocidentais de beleza feminina.

Nas décadas de 1960 e 1970 ocorre a segunda onda do movimento feminista e reflexões relacionadas às condições das mulheres em âmbito doméstico e social começam a serem discutidas, nessa época o movimento passa a levantar e abordar questionamentos relacionados aos papéis de gênero relações de poder entre homens e mulheres, questões étnicas, discriminação e desigualdades culturais.

O terceiro grupo é formado pelas personagens Tiana, Rapunzel, Mérida, Anna, Elza e Moana. São as princesas contemporâneas, as próprias heroínas nas histórias dos filmes e animações da Disney. Seguem o modelo da mulher que busca individualidade, é independente, segura de si e luta por seus objetivos.

Os filmes das princesas contemporâneas acabam trazendo fantasias juntamente com dramas vivenciados por mulheres na vida real. Sendo assim, os personagens apresentam qualidades e defeitos como qualquer outro ser humano e com isso os telespectadores podem se identificar com os mesmos. Isso também acontece por que hoje à um novo discurso em relação ao papel da mulher na sociedade, pois, a história das mulheres permaneceu durante muito tempo restrita ao papel feminino, apenas pelo o olhar da maternidade e consequentemente da boa esposa.

Nesse sentido, Joan Scott, na obra ‘História das Mulheres’ [1992], apresenta um  estudo no qual  pretendia fazer da história das mulheres não uma história linear, mas sim impor a posição das mulheres na história, como também não somente introduzir uma história das mulheres, mas fazer dela um suplemento história: “A emergência da história das mulheres como um campo de estudo acompanhou as campanhas feministas para a melhoria das condições profissionais e envolveu a expansão dos limites da história.” [SCOTT, 1992, p. 75]

Deste modo, o estudo das mulheres almejava colocar a mulher como um objeto de estudo e como sujeito pertencente à história, interpretando as várias ações e experiências das mulheres que foram ocultas no passado, buscando assim, o fim da subordinação, da invisibilidade, sendo totalmente contra ao controle do corpo e da vida das mulheres. Com base nesse estudo, o discurso em relação as mulheres vêm se modificando aos poucos, em que as mesmas podem e devem estudar, trabalhar e serem independentes, possuindo uma condição de existência de equidade em relação aos homens.

Portanto, é claro que nem todas as meninas de hoje se identificam com as princesas clássicas, em que são frágeis e buscam um príncipe para viverem felizes para sempre. Outrossim, a Walt Disney, visando essa mudança do discurso em relação ao papel na mulher na sociedade, vêm trazendo em seus filmes, princesas de personalidades diversificadas, em que não buscam o verdadeiro amor de um príncipe para se tornarem completas.

O filme A princesa e o sapo [2009], conta a história de Tiana, uma mulher negra e apaixonada pela culinária e que sonha em abrir um restaurante para melhorar de vida. Na trama ela acaba sendo transformada se apaixona por um sapo que na verdade é um príncipe enfeitiçado e acaba sendo transformada também. No final eles se casam, voltam a verdadeira forma de humanos e a mesma consegue realizar seu sonho, apesar de realizá-lo juntamente com o príncipe. Deste modo, Tiana se torna uma mulher independente, buscando na sua relação com o príncipe uma complementação e não um ideal.

Um filme de grande importância é o filme Frozen: uma aventura congelante [2013], sendo um dos filmes que possuem um duplo discurso em relação a mulher, em que uma tem vontade imensa de se casar e outra que nunca nem cogitou isso.

A trama do filme gira em torno da vida de duas irmãs que são princesas, Elsa e Anna. Ambas possuem um amor imenso uma pela outra, mas devido à um acidente provocado pelos poderes mágicos (produz gelo com as mãos) de Elsa na infância, são separadas pelos pais, pois como ela não ainda não tem domínio do seu próprio poder, poderia acabar machucando alguém. Logo após a morte deles em uma viagem no alto mar, Elsa, como filha mais velha deveria então assumir o reinado de Arendell. Neste dia tão esperado da coroação, os portões do castelo finalmente se abrem e Anna acaba saindo pela primeira vez do castelo, encontra um príncipe chamado Hans e resolve querer se casar com o mesmo.

Decidindo pedir a bênção de Elsa para seu noivado, as duas acabam brigando, pois, Elsa não aceita que sua irmã se case com alguém que acabará de conhecer. Neste instante, Elsa acaba perdendo o controle, seus poderes acabam sendo revelados ocasionando muito medo ao povo do reino. Elsa decide se isolar do mundo, mas infelizmente antes de partir, acaba congelando o reino todo. Anna, sentindo-se culpada, parte em busca de Elsa pelas montanhas e encontra Kristoff, sendo dele um homem solitário amigo de uma rena que decide ajudar Anna a encontrar sua irmã.

Quando finalmente encontram o reino de gelo construído por Elsa, a mesma se recusa a ajudar pois não sabe como deter seu próprio poder e acaba atingindo Anna com gelo em seu coração. Deste modo, agora eles começam a lutar contra o tempo, pois, Anna poderia congelar completamente caso não se salva-se por um ato de amor verdadeiro, decidindo então encontrar Hans para que se beijem e assim quebrando o feitiço. Quando Anna retorna ao reino, descobre que na verdade Hans é um farsante e que buscava somente se tornar rei de Arendell, com intuito de matar Elsa. Deste modo, Anna acaba percebendo que Kristoff que esteve ao seu lado em momentos difíceis é seu amor verdadeiro e mesmo morrendo decide encontrá-lo.

Elsa tenta fugir de Hans antes que a matasse, ele anuncia que na verdade Anna já havia sido morta por culpa da mesma matá-la, a tempestade de neve para e Anna consegue finalmente encontrar Kristoff, mas no mesmo instante enxerga Hans com uma espada pronto para matar Elsa que está no chão chorando, e então resolve colocar-se na frente da espada para salvar a irmã ao invés de salvar sua própria vida e, imediatamente vira uma estátua de gelo. Elsa aos prantos abraça a irmã petrificada e Anna descongela e volta à vida, sendo este então o ato de amor verdadeiro. Assim, através do amor entre irmãs. Por fim Elsa consegue finalmente dominar os seus poderes, retira o inverno de Arendell, e se torna rainha.

Deste modo, pode-se perceber que as princesas do filme acabam rompendo com esse imaginário que construído, mostrando-as fortes, corajosas e independentes. As duas possuem personalidades diferentes e ao longo do filme precisam lidar com as suas qualidades e com seus defeitos. Em algumas cenas elas se diferem daquelas retratadas em outros filmes, nem sempre as mesmas aparecem com o cabelo impecável. Anna sempre se mostra muito alegre e Elsa é retratada como uma mulher madura, na qual quando era criança, era ensinada a “encobrir, não sentir, não deixar saber”, para ser uma boa menina e esconder o seu poder, mas quando fica sozinha, se sente livre e dona de si.

Outro fator importante, é que Elsa é uma princesa e possui poderes mágicos, o que até então isso era atribuído as bruxas nos outros contos de fada, uma vez que as bruxas eram seres malignas, longe do ideal da mulher da princesa adorável.

Quando Elsa diz a Anna que a mesma não se pode casar com alguém que acaba de conhecer, se difere de imediato dos outros filmes de princesas, pois, era normal que o casamento acontecesse logo após o encontro do príncipe e a princesa, até porque as mulheres que não casavam, eram duramente criticadas pela sociedade, já que deveriam ser uma boa esposa e encontrar seu ápice na maternidade. Assim, Frozen quebra com esse paradigma que o final feliz da princesa era ao lado de homem, pois, o filme termina sem casamento algum e ainda sim tem um final feliz.

No filme Valente a personagem Mérida é formulada e representada em um discurso que retrata a sociedade do século XXI de países Ocidentais em sistema capitalista. Diferente da temporalidade onde a narrativa do filme se passa, uma sociedade feudal, sobretudo em relação ao papel feminino na hierarquia.

Entre as personagens principais da obra existe um choque de ideias. Mérida é personificação da mulher atual em uma sociedade que o normal é ser como sua mãe. Esse pode ser considerado um artifício utilizado pelos criadores para estabelecer um elo entre a sociedade do século V com a sociedade do século XXI. O papel da princesa diferente e revolucionário no filme se faz possível de existir através da luta de movimentos feministas e de direitos conquistados pelas mulheres. Mérida é a primeira protagonista mulher de um filme da Companhia Pixar e produzido pela Disney afirmando que o discurso e os interdiscursos são marcantes e se encontram cada vez mais presentes nas produções da indústria cultural, incluindo assim, no imaginário popular uma imagem de ser princesa na sociedade atual.

As mudanças de consciência do papel do feminino, na criação dos personagens das princesas foram influenciadas junto as mudanças ocorridas na sociedade e com o progresso e influência cada vez maior dos movimentos feministas.  Na década de 1990 iniciou a chamada terceira onda feminista, e permanece até a atualidade, e a luta do movimento estende se em várias vertentes e considerando as desigualdades entre homens e mulheres uma construção social.

Perante todos, as transformações ocorridas no mundo globalizado, e principalmente, no que se refere as mulheres. As produções culturais incorporaram em suas narrativas uma nova versão do papel feminino. A mulher moderna que exerce diferentes papéis na sociedade e tem o controle da sua própria vida, diferente daquela educada no modelo patriarcal, onde sua função era servir.

Durante muito tempo as produções cinematográficas apresentaram personagens femininos compostos por narrativas construídas em aspectos de contos de fadas, nos quais a princesa mora em castelos encantados, usa vestidos longos, sapatos belíssimos, tem cabelo longo, liso e loiros e possui modos e postura impecáveis dignos da realeza à espera do príncipe do cavalo branco. Porém a sociedade mudou. Durante o último século as lutas femininas transformaram o posicionamento da mulher perante a sociedade, em dinâmica política, econômica e sexual.

O papel da princesa diferente e revolucionário no filme se faz possível de existir através da luta de movimentos feministas e de direitos conquistados pelas mulheres. Merida é a primeira protagonista mulher de um filme da Companhia Pixar e produzido pela Disney afirmando que o discurso e os interdiscursos são marcantes e se encontram cada vez mais presentes nas produções da indústria cultural, incluindo assim, no imaginário popular uma imagem de ser princesa na sociedade atual.

Referências
Clarice Luz, acadêmica do 4º ano de História da Unespar – Campus União da Vitória.
Flávia Schena Rotta, acadêmica do 4º ano de História da Unespar – Campus União da Vitória.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo Sexo: a experiência vivida volume2, / Tradução Sérgio Milliet - 3. ed. – Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2016.
SCOTT, Joan. História das Mulheres. In: BURKE, Peter (org.) A Escrita da história: Novas perspectivas. São Paulo: Ed. Universidade Estadual Paulista, 1992.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 2012.

51 comentários:

  1. Levando em conta a importância do movimento feminista ao longo da história, como vocês percebem a influência das lutas feministas, dos debates e publicações sobre os objetivos da luta das mulheres, e a repercussão para uma mudança com relação ao modelo de princesa de desenhos animados? Foi uma mudança positiva ou apenas atende aos objetivos capitalistas? Vanessa Nascimento Souza

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    1. Olá Professora Vanessa Nascimento Souza, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Realmente de fato os debates referentes às lutas feministas influenciaram os filmes de princesa da Disney da terceira geração, uma vez que elas não seguem o mesmo padrão feminino que as outras, em relação ao seu modo de vestir, ao sistema patriarcal, enfim seu modo de viver. Acreditamos que isso foi sim uma mudança positiva, em que muitas crianças puderam se identificar com as mesmas e possibilitou perceber que não precisam seguir os padrões que a sociedade machista impõe. Entretanto, é lógico que no mundo capitalista que vivemos tudo que tem grande repercussão é transformado em várias formas de consumo, levando em consideração como, por exemplo, o filme Frozen (2013), é raro não encontrar alguma criança que não conheça o filme e que não tenha pelo menos uma roupa ou brinquedo do mesmo, porém o que podemos notar, é que as maiorias das roupas que são vendidas do tema são da cor azul devido ao vestido da Elsa ser desta cor, e isso acaba caindo naquela discussão que azul não é só a cor que o menino deve usar, mas a menina também, uma vez que a cor não define gênero e desta forma podemos perceber que os filmes tiveram sim uma mensagem positiva apesar de o capitalismo ser favorecido também.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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    2. Muito obrigada pela excelente explicação.

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  2. Olá, Clarice e Flávia. Muito caprichoso o trabalho de vcs, amei o tema e as análises. Bem, na terceira geração de princesas acompanham, como vocês colocaram, as percepções de um feminismo atual que busca a individualidade, independência, sororidade e poder de escolha feminino de querer estar em um relacionamento com um homem desvinculado de ser um ideal. Aliás, muito pelo contrário isso é questionado.

    Mas um debate que também se faz presente é o cruzamento das demandas femininas com a do movimento negro. Neste sentido, como vocês observam isso nas produções de princesas da Disney...mais especificamente...Como vocês enxergam a representatividade das princesas relacionada à condição e vivências da mulher negra?!

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    1. Assinado: Talita do Rosário

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Olá Talita, tudo bem?
      Agradecemos sua pergunta.
      Bom, na primeira e na segunda geração das princesas da Disney, não há representatividade da mulher negra nos filmes, muitas possuem uma aparência eurocêntrica, tirando a Pocahontas e a Jasmine. Na terceira geração, as produções culturais deram novas narrativas às mulheres devido à influência dos movimentos femininos. Nesta geração temos a presença da princesa negra Tiana, no filme A princesa e o sapo (2009). Tiana é retratada como uma mulher trabalhadeira que sonha em abrir um restaurante. Na trama ela é transformada em um sapo e acaba se apaixonando por um que na verdade é um príncipe. Por fim quando eles voltam a forma de humanos, eles se casam e ela abre um restaurante, deste modo a mesma não busca a paixão, mas é algo que acontece sem querer. Para além de o filme apresentar uma mulher negra e independente, percebemos que o filme ainda implica um universo cultural em que apresenta as diferenças econômicas e sociais entre a Tiana e outra personagem que é branca, sendo sua amiga de infância, ficando dessa maneira visível as diferenças raciais, pois, a personagem da princesa ainda retrata que os (as) negros (as) não têm uma vida fácil e que precisam batalhar e enfrentar muitas coisas para conquistar seus objetivos, ou seja, apesar dos avanços, muitas coisas ainda precisam ser mudadas em relação as próximas princesas negras que a Disney deve apresentar.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  3. Com relação a Elsa, pensando as frases "encobrir, não sentir, não deixar saber" e "sempre uma boa menina deve ser", vocês acreditam que elas podem ser um reflexo do que as mulheres em situação de poder, ou comando podem enfrentar ao trabalharem para criar uma imagem que evoque respeito e autoridade?
    Parabéns pelo texto.
    Assinado: Milena Calikoski

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    1. Olá Milena, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Acreditamos que sim, pois as mulheres que atuam em cargo de comando precisam criar formas para que as pessoas as respeitem, e tudo isso reflete na maneira em que as mulheres devem se vestir e se portar, atendendo a padrões que permitam que as mulheres se apresentem sérias e, portanto “capazes” de ter autoridade sobre alguém ou algo. A princesa Elsa no inicio do filme, é retratada como uma mulher séria e que deve ser uma boa menina, pois é ela que vai assumir o reino após a morte dos seus pais, diferente da postura que Anna tem no filme, sendo uma menina extrovertida e que tem vontade de um dia se casar. Mas no decorrer do filme tudo isso muda e Elsa decide viver com seus poderes revelados e abandonar essa postura séria que deveria ter pra ocupar o cargo de rainha e é isto que faz do filme algo significativo, uma vez que ela escolhe viver livremente.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  4. Parabenizo as duas pelo trabalho e pela temática instigante!


    Interessante análise entrelaçando as personagens e a dinâmica dos tempos, entre a 1º, 2º e 3º geração de princesas e suas emancipações no decorrer das transformações socioculturais. Gostaria de saber um pouco sobre o espaço que caberia no estudo a respeito da princesa Vanellope Von Schweertz, personagem do filme Detona Ralph, criado pela Disney. A princesa mostra astúcia e inteligência, rompendo a característica de possuir um príncipe, apesar de manter e dividir o protagonismo com um melhor amigo, Raph. Obrigada, abraços!

    Ass: Ingrid Taylana Machado

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    1. Olá Ingrid, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      No primeiro filme do Detona Ralph, a Vanellope Von Schweertz se apresenta como um bug de um jogo de fliperama, ao final da trama descobre-se que ela é a princesa mais importante do jogo. Já no segundo filme, ela acaba caindo em um jogo de personalidades das princesas e é aonde acaba se encontrando com as mesmas. As princesas começam a instigá-la de todas as formas para saber se ela se encaixaria como uma princesa, e o quesito que ela se encaixa é que “apareceu um homem forte e quis salvar a sua vida”, dessa forma podemos notar que essa cena do filme ficou contraditória, uma vez que isso ainda emerge ao machismo. Entretanto, acreditamos que a Vanellope se encaixa também na terceira geração de princesas, pois tirando esse fator de que o Detona Ralph seria o seu salvador, ela não usa vestidos, o que se torna o seu diferencial das demais e, além disso, seu comportamento não condiz o dito de uma ”boa menina” e tem uma personalidade muito forte.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  5. Olá!
    Muito boa a pesquisa!
    Minha pergunta é: quais seriam as atividades e reflexões em sala de aula que fariam com que a construção social de uma mentalidade autônoma feminina alcançasse tanto os alunos quanto os pais desses alunos, levando em consideração que há uma enorme resistência por parte dos pais que encaram a autonomia feminina como algo perigoso e transgressor, em um contexto em que muitas garotas vislumbram a liberdade ao invés do comprometimento que envolve um casamento.

    Atenciosamente
    Gessica de Brito Bueno

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    1. Olá Gessica. Como vai?
      Agradecemos sua pergunta!
      Acreditamos que cabe ao professor (a) encontrar as melhores atividades para abordar a temática em sala de aula, considerando a faixa etária dos (das) estudantes e um conhecimento prévio de cada turma. Uma atividade que contribui no processo de empoderamento e que pode levar a compreensão da importância da mulher em sociedade seria o desenvolvimento de atividades que envolvem o protagonismo feminino na história em âmbitos científicos, políticos e da física, por exemplo. E para envolver a família nas atividades o (a) professor (a) pode propor e incentivar a leitura para casa de livros escritos por mulheres que apresentem questões e personagens pertinentes sobre o lugar da mulher em sociedade.
      Esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  6. Muito interessante essa temática e podemos perceber que a sociedade está nessas desconstruções até na questão televisiva, que é de suma importância, visto que as crianças estão muito ligadas na tecnologia e cada vez mais se espelham no que elas assistem.
    Minha pergunta é de como vocês acham que isso pode ser colocado na escola? se é uma boa ideia levar esses filmes para introduzir em algum conteúdo relacionado ao tema?


    Miriára Santos Farias

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    1. Olá Miriára. Como vai?
      Os filmes são produções em que imagem e movimentos de uma história são aliados a múltiplas técnicas de filmagens e que ao ser exibidos despertam a imaginação e levam o (a) telespectador (a) a construir sua própria interpretação sobre determinado contesto. Portanto, achamos que a melhor maneira de trabalhar os filmes em sala de aula é como ferramenta no processo de ensino aprendizagem e não como mero divertimento ou como um meio para preencher o tempo de aula. É papel do professor (a) encontrar o melhor meio de utilizar um determinado filme em aula e direcionar o conteúdo do filme de acordo com a temática que almeja abordar. Os filmes podem ser abundantes em potencial pedagógicos desde que sejam bem explorados.
      Esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  7. Ótimo texto! É muito interessante pensar a transformação do papel da mulher refletido em filmes destinados, em teoria, para mulheres. Com a mudança das personagens para mulheres auto suficiente e donas de si, vocês acham que alas conservadoras podem começar a boicotar os filmes? (Por exemplo, Frozen ao ser dito que Elsa seria lésbica, alas conservadoras brasileiras criticaram seriamente o filme e declararam boicote).

    Amanda da Silva Neto

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    1. Olá Amanda, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Infelizmente acreditamos que sim! Muitas instituições, principalmente religiosas, ainda colocam a mulher inferior ao homem e já ensinam as meninas desde pequenas que devem ter um modo de se comportar diferente dos meninos. Ano passado a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que a Elsa seria lésbica por preferir viver sozinha e livre a se casar com um príncipe encantado, o que implica naquele pensamento de que se a mulher é feminista logo é “falta de macho”. Porém acreditamos ainda que esse boicote das instituições conservadoras não irá abalar novas produções da Disney que contenham princesas da terceira geração, a luta feminista é muito maior que isto!
      Obrigada novamente pela pergunta e esperamos ter respondido.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  8. Primeiramente quero lhes parabenizar pelo artigo de cunho interessantíssimo.
    A história criada entre as 3 gerações de princesas chama muita atenção. Primeiro pelo tempo que já se passou entre a primeira produção (Branca de Neve, 1937) e a última (Moana, 2016) – observem que no 6° parágrafo falta a produção de Moana, totalizando assim, treze produções com o total de quatorze princesas oficiais. – porém acredito que o artigo poderia ter se aprofundado nos requisitos para ser considerada princesa, já que não são todas que recebem o título por nascimento e casamento. Moana é uma das produções contemporâneas que provocam o espirito aventureiro. A música “Saber quem sou” é um ótimo exemplo para se trabalhar na sala de aula.
    “Tento obedecer, não olhar pra trás
    Sigo meu dever, não questiono mais
    Mas pra onde vou, quando vejo, estou onde eu sempre quis”
    A de Frozen também compõe excelente conteúdo
    “Livre estou, Livre estou Não posso mais segurar
    Livre estou, livre estou
    Eu saí pra não voltar
    Não me importa o que vão falar
    Tempestade vem
    O frio não vai mesmo me incomodar”
    Diante disso, gostaria de saber se vocês acreditam que essas produções também possam ser utilizadas como meio para trabalhar as questões LGBTQIA+ e qual suas opiniões acerca da falta de presença ativa dessas comunidades nas produções Disney.
    - Bárbara Antônia Souza da Silva

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    1. Olá Bárbara, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta e a sua reflexão sobre a Moana.
      No nosso trabalho, optamos por fazer um recorte temporal que abrangesse até o filme Frozen (2013), entretanto, acredito que realmente poderíamos ter citado Moana, já que ela é uma princesa valente e faz de tudo para mudar o destino do seu povo, mas para isso também seria necessário um número maior de palavras para a escrita do texto. Em relação a sua questão em relação a utilização desses filmes como meio para trabalhar as questões LGBTQIA+, acreditamos que isso ainda não é possível com esses filmes, principalmente Frozen. Antes de Frozen 2 ser lançado, foi levantado rumores de que Elsa teria um par romântico com a nova personagem Honeymaren, porém isso não aconteceu. Além disso, ano passado a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que a Elsa seria lésbica por preferir viver sozinha e livre a se casar com um príncipe encantado, logo, entendemos que se a princesa não quer ter um par romântico e ser independente ela é portanto lésbica, ou seja isso é reflexo de uma sociedade machista que busca afirmar que o ideal de princesa é aquela que sonha com o “felizes para sempre”. Sobre sua segunda questão, achamos que produções que abrangesse as comunidades seria muito enriquecedor para a sociedade como todo, mas infelizmente achamos que a Walt Disney ainda demore algum tempo para considerar e começar a produzir filmes que envolvem as temáticas do movimento LGBTQI+, pois muitos países ainda são extremamente preconceituosos em relação a isso, mas já existem rumores na mídia de que irá acontecer e por isso afirmamos que apesar dessas mudanças em relação ao modelo ideal de princesa, as produções da Disney podem avançar ainda mais e levar um conteúdo que permita que englobe todos os sujeitos presentes em nossa sociedade.
      Obrigada novamente pela sua questão e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz

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  9. Prezadas Clarice Luz e Flávia Schena Rotta,

    Parabéns pelo texto. Gostei bastante.

    Contudo, não se trata de um tema propriamente inédito no Brasil. Existem outros trabalhos sobre as princesas Disney publicados (“Feminismo e príncipes encantados: a representação feminina nos filmes de princesa da Disney” de Fernanda Breder e “Girando entre Princesas: performances e contornos de gênero em uma etnografia com crianças” de Michele Bueno, entre outros). Como vocês dialogam com essa produção?

    Atenciosamente,
    Emy Falcão Maia Neto

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  10. Olá Clarice e Flávia! Primeiramente quero parabenizá-Mas pelo ótimo trabalho. Pessoalmente eu conhecia pouca sobre a origem das histórias sobre as princesas, portanto foi muito informativo .Também gostei da forma como vocês contaram á trajetória delas no tempo.
    Milena Silvério Ferreira

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    1. Olá Milena, como vai?
      Agradecemos a sua participação e interesse em nosso trabalho. Mais uma vez, muito obrigada!
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz

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  11. Olá Clarice e Flávia! Primeiramente quero parabenizá-las pelo ótimo trabalho. Pessoalmente eu conhecia pouca sobre a origem das histórias sobre as princesas, portanto o texto foi muito informativo .Também gostei da forma como vocês contaram á trajetória delas no tempo.
    Milena Silvério Ferreira

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    1. Olá Milena, como vai?
      Agradecemos a sua participação e interesse em nosso trabalho. Mais uma vez, muito obrigada!
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz

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  12. Olá Clarice e Flávia, belo trabalho.
    Após o lançamento de Frozen, a Disney recebeu algumas críticas acerca da diversidade cultural do filme e buscou corrigir isso na sequência Frozen 2, ao abordar a cultura de povos nativos. Ainda no Frozen 2, a Disney apresenta a personagem Honeymaren e grande parte do público esperava que esta se tornasse um interesse romântico da personagem Elsa. No entanto, isto não se concretizou. Após retratar as princesas destacando temas como raça e classes sociais, vocês acreditam que em futuras produções o próximo passo a ser dado seja o debate acerca das temáticas do movimento LGBTQI+?
    Julia Alvino de Souza

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    1. Olá Julia, muito obrigada pela pergunta!
      Acreditamos que a Walt Disney ainda demore algum tempo para considerar e começar a produzir filmes que envolvem as temáticas do movimento LGBTQI+. Visto que existe um certo receio por parte do estúdio em lançar produções que apresentem um casal homossexual em países onde ainda são proibidos, considerando que são produções feitas em massa. Entretanto não é uma possibilidade a ser descartada, tanto que já existem rumores na mídia de que irá acontecer, e em nossa modesta opinião, achamos que isto seria muito enriquecedor para a sociedade como um todo.
      Obrigada pelo interesse no trabalho e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  13. Olá Clarice e Flávia, adorei a temática de pesquisa de vocês, parabéns!
    Eu pesquiso sobre revistas femininas, e nelas encontro muitas coisas que se aproximam dos filmes da Disney sobretudo na representação de mulher.
    Como nas princesas da 1° geração analisada por vocês em minhas pesquisas encontro que a maioria das mulheres ainda sonhavam em se casar e ter filhos e isso era propagado até em músicas como as de Celly Campelo, ela mesmo no auge de sua carreira deixou a música para se casar. Deste modo percebemos que estes conteúdos não são "alheios ao mundo", mas sim, muitas vezes, reafirmacões de representações assim direciono a pergunta para você: Estás mudanças nas representações das princesas está ligada a luta feminista ou ao capitalismo?
    Outra questão é quando você fala sobre a Elsa que como uma princesa tradicional não era comum ter os poderes porque estes eram atribuídos as bruxas. Isso me fez lembrar sobre o filme Malévola, no qual a uma descontração da imagem da "bruxa" e traz também a Aurora (Bela adormecida) vocês analisaram elas, talvez em outro trabalho?

    ass: Cibeli Grochoski

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    1. Olá Cibeli, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta e a sua reflexão sobre as reafirmações das representações do ideal feminino. Acreditamos que as mudanças nas representações das princesas possibilitaram que muitas crianças se identificassem com essa terceira geração e também possibilitou perceberem que não precisam seguir os padrões que a sociedade machista impõe. Em relação ao seu questionamento sobre o capitalismo, devemos ressaltar que no mundo capitalista que vivemos tudo que tem grande repercussão é transformado em várias formas de consumo, levando em consideração como, por exemplo, o filme Frozen (2013), é raro não encontrar alguma criança que não conheça o filme e que não tenha pelo menos uma roupa ou brinquedo do mesmo, porém o que podemos notar, é que as maiorias das roupas que são vendidas do tema são da cor azul devido ao vestido da Elsa ser desta cor, e isso acaba caindo naquela discussão que azul não é só a cor que o menino deve usar, mas a menina também, uma vez que a cor não define gênero e desta forma podemos perceber que os filmes tiveram sim uma mensagem positiva apesar de o capitalismo ser favorecido também. Achamos muito bacana você ter citado a Malévola, ela que é taxada como vilã, mas que tem um coração enorme por cuidar tão bem de Aurora (Bela Adormecida), a mesma também é uma mulher incrível e também quebra padrões depois de uma desilusão amorosa. Nós não a analisamos e nem outras personagens da Disney consideradas vilãs, mas isso poderia sim ser analisado em outro trabalho que tratasse desse tema, agradecemos sua contribuição.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  14. Olá Clarice e Flávia,parabéns pelo ótimo trabalho, gostei muito do texto e de conhecer mais sobre as princesas da Disney.
    A minha pergunta é a seguinte, vocês acham que a escolha da Disney de produzir princesas independentes e com pensamentos que se assemelham aos ideais do movimento feminista, é somente para vender o personagem e de certa forma, agradar o público, ou vai da necessidade de produzir personagens contemporâneas mesmo?

    Elis Machado Paiva

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    1. Olá Elis, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Acreditamos que a produção das princesas da terceira geração pode sim ter o intuito de agradar ao público e ser algo e também vender essas personagens, uma vez que, no mundo capitalista que vivemos tudo que tem grande repercussão é transformado em várias formas de consumo. Porém para, além disso, não podemos deixar de ressaltar a importância que essas mudanças no ideal de princesa permitiram que muitas crianças se identificassem com essa terceira geração e também possibilitou perceberem que não precisam seguir os padrões que a sociedade machista impõe. Então pensamos que essas duas questões se complementam, mas que ainda o fato de produzirem essas princesas que se assemelham aos ideais das lutas feministas é muito mais significativo.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  15. Olá, Clarice e Flávia! Tudo bem?

    Primeiramente, gostaria de parabenizar vocês pelo excelente texto, por conseguinte, gostaria de enfatizar que os filmes de princesas e suas histórias influenciam muito, pois as meninas desde criança querem imitar. Alguns filmes passam a ideia de que a salvação de uma rotina de humilhação é um homem, ou o casamento. No entanto, graças aos movimentos feministas isso vem mudando, logo, as figuras femininas mais recentes das princesas trazem uma nova abordagem acerca do papel feminino na sociedade, rompendo com a representação do ideal de mulher. Ora, personagens como Elsa infere que nem toda princesa precisa de um príncipe e que a mulher pode decidir os caminhos da sua existência e assumir o seu próprio destino. Diante disto, a minha pergunta é a seguinte: É possível utilizar os contos de fadas como recurso pedagógico para discutir questões sociais, a exemplo de relações sociais e machismo? Se sim, de que maneira o docente pode trabalhar esses recursos em sala de aula?

    Atenciosamente,

    Jeane da Silva Lopes.

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    1. Olá Jeane. Agradecemos a sua pergunta.
      Sim, é possível e acreditamos que é de extrema importância utilizar os contos de fada como recursos pedagógico para problematizar e desconstruir sexismo que acabaram sendo naturalizados com o decorrer do tempo e acabam contribuindo com a reprodução das desigualdades. Sugerimos o trabalho com interpretação de imagens dos filmes produzidos a partir de contos dos contos de fadas, pode ser entregue aos (as) estudantes uma imagem das princesas da primeira geração, Cinderela por exemplo, e uma imagem da Elza, que é da chamada terceira geração, e pedir para seja feita a interpretação das imagens, em seguida pode ser estimulado a apresentação e um debate em torno das questões que mais chamarem a atenção. Os contos de fadas funcionam como uma ponte entre o imaginário e o real, estabelecem um espaço as emoções e permitem uma reflexão sobre o local de pertencimento de cada indivíduo em sociedade.
      Mais uma vez, agradecemos a participação e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz

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  16. Primeiramente, parabéns pela produção. É sabido que desenhos animados como estes tem como público alvo maior, as crianças, crianças essas só sexo feminino. Para vocês, a influência das princesas comportadas, submissas, um poço de delicadeza, e que espera um príncipe, ainda é muito forte entre esse público alvo? Visto que grande maioria não conseguem identificar tais qualidades nos contos em que as princesas se mostram donas de si!


    Dorilene Vieira dos Santos

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    1. Olá Dorilene. Agradecemos a sua questão!
      A influência é forte até certo ponto, no entanto, os filmes da Walt Disney apresentam e ensinam sobre diferentes modos de ser e viver em sociedade. Reapresentados por meio de recursos e de uma tecnologia aprimorada para um fácil entendimento e de produção em massa. Os personagens dos filmes evidenciam que, identidades não são imutáveis, e contribuem para uma reflexão de que não há um único e verdadeiro jeito de ser homem ou mulher.
      Esperamos ter respondido a sua questão. Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  17. Olá em sua opinião, levando em conta os três grupos de princesas, clássicas, rebeldes e contemporâneas, essa mudança que ocorre da branca de neve em 1937, até a Anna e a Elsa em 2013, se deu por conta do empoderamento feminino e pela luta da classe,tendo assim a necessidade de ter princesas que representam a mulher contemporânea, ou essa evolução se deu com intuito lucrativo?

    Ass: Sthefany Dos Santos Batista

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    1. Olá Sthefany, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Acreditamos que a produção das princesas da terceira geração pode sim ter o intuito de agradar ao público e também visar lucro, uma vez que, no mundo capitalista que vivemos tudo que tem grande repercussão é transformado em várias formas de consumo. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar a importância que essas mudanças no ideal de princesa permitiram que muitas crianças se identificassem com essa terceira geração e também possibilitou perceberem que não precisam seguir os padrões que a sociedade machista impõe. Então pensamos que essas duas questões se complementam, mas que ainda o fato de produzirem essas princesas que se assemelham aos ideais das lutas feministas é muito mais significativo e atende a necessidade de ter princesas que representam a mulher contemporânea.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  18. Vocês acham que esses filmes realmente são produzidos com o intuito de "empoderar" as meninas atualmente? Ou apenas para se adequarem e obterem lucro em um momento em que as mulheres passaram a buscar mais independência?




    - Amanda dos Santos costa

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    1. Olá Amanda, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Acreditamos que a produção das princesas da terceira geração ter o intuito de empoderar as meninas e também visar lucro, pois, no mundo capitalista que vivemos tudo que tem grande repercussão é transformado em várias formas de consumo. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar a importância que essas mudanças no ideal de princesa permitiram que muitas crianças se identificassem com essa terceira geração e também possibilitou perceberem que não precisam seguir os padrões que a sociedade machista impõe. Então pensamos que essas duas questões se complementam, mas que ainda o fato de produzirem essas princesas que se assemelham aos ideais das lutas feministas é muito mais significativo que momento em que as mulheres passaram a buscar mais independência.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz

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  19. Olá. Parabéns pelo texto! Gostei muito de saber a história e a análise do discurso que tem por trás dos filmes de princesas da Disney! Gostaria de saber a opinião de vocês sobre se essa transformação no papel feminino de princesa se dá pela luta feminista ou exclusivamente para atender a demanda capitalista?
    ANA DANIELE HOLOVATY AMARAL

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    1. Olá Ana, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Acreditamos que a produção das princesas da terceira geração teve influencia da luta feminista e também visando lucro, pois, no mundo capitalista que vivemos tudo que tem grande repercussão é transformado em várias formas de consumo. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar a importância que essas mudanças no ideal de princesa permitiram que muitas crianças se identificassem com essa terceira geração e também possibilitou perceberem que não precisam seguir os padrões que a sociedade machista impõe. Então pensamos que essas duas questões se complementam, mas que ainda o fato de produzirem essas princesas que se assemelham aos ideais das lutas feministas é muito mais significativo pois propiciou a transformação no papel feminino de princesas.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz

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  20. Ache bem interessante essa análise que você teve entre o filme e o período de cada onda feministas, e assim poder ficar mais claro como as mudanças nas sociedade refleti no mundo cinematográfico, Uma filme que eu lembrei e apesar de não fazer parte do universo das princesas mais traz essa crítica sobre os estereótipos impostos nelas e o filme “WiFi Ralph: Quebrando a Internet - 2019” que tem aquela cena que repercutiu muito na internet sobre o choque quando a personagem vanellope encontra as princesa da Disney e elas ao ve - la tenta descobrir qual princesa ela seria. Mais você percebeu isso também como um jogo de marketing? Um jeito deles estarem usando isso para poderem ainda está em alta? como atualmente está ocorrendo de muitas vezes a utilização do discursos feministas e várias áreas.
    - Layane de Lima do Amaral Gonçalves

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    1. Olá Layane, tudo bem?
      Agradecemos a sua pergunta.
      Ao assistir WiFi Ralph (2019), percebemos que na cena em que as princesas começam a instigá-la de todas as formas para saber se ela se encaixaria como uma princesa, e o quesito que ela se encaixa é que “apareceu um homem forte e quis salvar a sua vida”. Entretanto, acreditamos que a Vanellope se encaixa também na terceira geração de princesas, pois tirando esse fator de que o Detona Ralph seria o seu salvador, ela não usa vestidos, o que se torna o seu diferencial das demais e, além disso, seu comportamento não condiz o dito de uma ”boa menina” e tem uma personalidade muito forte. Em relação a sua questão sobre a presença delas no filme ser um jogo de marketing, acreditamos que isso pode sim ter influenciado, mas também o filme tenta adaptar essas princesas para a sociedade atual , tanto que a Vanellope apresenta o moletom para as princesas e as mesmas decidem usar e acham muito mais confortante do que usar vestidos e isso é de suma relevância para quebrar estereótipos do modelo ideal de princesa.
      Obrigada novamente e esperamos ter respondido a sua questão.
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  21. Boa tarde meninas! Parabéns pelo belíssimo trabalho e pelo empenho na pesquisa de vocês! É admirável vocês abordarem nesse debate as princesas e rainhas da Disney é muito importante para que se possa perceber que por trás de uma produção de filmes ou desenhos das mais variadas histórias de contos de fadas, há uma essência, uma resistência, demonstrando que as princesas não somente são belas, mas são guerreiras, que passam por desafios em qualquer circunstância, seja consigo mesmas ou com a sociedade que é representada nessas histórias e no fim essas princesas são exemplos para todas as mulheres independente de cor, cultura, classe social. Minha questão a deixar para ampliar a discussão é: como vocês percebem o trabalho em sala de aula envolvendo essas histórias a partir das mulheres vilãs da Disney ou de demais clássicos?


    Obrigado!!!

    Juliano Dilkin

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    1. Olá Juliano. Agradecemos o seu interesse e a sua participação!
      Os contos de fadas trabalhados como ferramentas pedagógica possuem relevância na formação educacional e cultural dos (das) estudantes. Eles despertam o gosto pela leitura e são um estímulo no processo de aprendizagem. Ao ser trabalhado valores presente em um determinado conto,pode ser promovido o desenvolvimento da criança, fazendo a compreender que as pessoas não são sempre boas. Os contos de fadas ajudam a despertar o senso crítico.
      Mais uma vez, agradecemos e esperamos ter respondido a sua questão!
      Ass: Flávia Schena Rotta e Clarice Luz.

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  22. Olá, parabéns pelo texto!Apesar dos filmes produzirem uma narrativa que promove uma identidade feminina o que é muito importante principalmente por ser infantil. Na opinião de voces, essa identidade promovida é uma identidade para todas as mulheres/meninas? Abarca todas as realidades?

    Isabelle Gontijo de Paiva Barreto

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  23. Amei o texto!

    Trazer pautas assim para crianças é de extrema importância e Mulan, Frozen e Moana foram bastante importantes para isso, creio eu, mudaram bastante a visão de mulher indefesa que se notava nos primeiros filmes. O quão ruim pode ser para as mulheres serem retratadas como indefesas?

    Na última era a Disney trouxe princesas como Elsa, Anna, Merida, entre outras. Uma dessas é a Tiana, a única princesa negra do estúdio, e o que me intriga no filme é que a maior parte dele, a personagem principal que é negra está transformada em um sapo, a mudança deixou a história mais emocionante e menos rasa (como era a original), mas esse fator de ter uma personagem negra representada por um sapo na maior parte do filme sempre me incomodou.
    Entretanto no live action que está sendo produzido de A Pequena Sereia, a empresa escalou uma atriz negra pra fazer a famosa sereia Ariel, contrariando muitos fãs.
    Em relação a isso, qual a importância da representatividade negra na bandeira feminista levantada pela Disney? Vocês acham que se trata apenas do dinheiro ou eles estão realmente interessados em incluir as minorias?

    Gustavo Santos de Oliveira

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  24. Boa noite, obrigada pelo texto fascinante! Realmente as princesas em um primeiro momento representavam a personificação do que era bem visto para uma mulher,com princesa definidas tão lindas e cheias de qualidades,como não sonhar ser uma princesa? Felizmente esse papel foi se alterando ao longo do tempo e hoje não é retratado para as garotinhas de 5,6 ,7 ...anos que elas precisam ter lindos cabelos,uma pele perfeita,corpo esguio e só será feliz quando e "se" encontrar um príncipe, pois sua felicidade e realização se resume a um par! Na compreensão de vocês quão grande foi o fato para as meninas poderem se sentir representadas por" princesas", principalmente pelo fato de até certo tempo não se ter princesas de outros padrões estéticos ?
    Lilian Daiane Both

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  25. Olá, boa noite. De cara achei muito legal o tema de vocês, e desde o começo do texto fiquei refletindo sobre a temática e foi uma leitura maravilhosa. Enquanto lia também me perguntei se seria correto pensar que o padrão de beleza imposto pela sociedade, em parte, sofreu influência do tipo de beleza perfeita, por exemplo, da princesa Aurora abordado no filme. O que vocês acham sobre isso? Faz sentido? kkk
    Mais uma vez obrigada pelo trabalho.

    Luane França da Silva
    Email: luanelu531@gmail.com

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  26. Parabéns pela abordagem! Podemos ver que ao longo do movimento feminista, o esteriótipo da princesa branca, loira, delicada e frágil foi sendo desfeita e pôde se ver outras princesas, de outras etnias e outras personalidades mas igualmente princesas. Muitas crianças (e adultas também) se identificam com elas. você acredita que esse leque de princesas representa todas as mulheres?
    Ana Patricia dos Santos

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  27. Géssica Cristiane Ferreira Pinto22 de maio de 2020 às 21:43

    Parabéns pela temática! Amei o trabalho realmente essa 1,2 e 3 Geração de princesas da Disney vem quebrando alguns paradigmas mais ao mesmo tempo trás o patriarcalismo mesmo que de forma "oculta" nos filmes da disney. Vem ganhando destaque essa força feminina. Você já aplicou alguma atividade envolvendo essas personagens em sala de aula? se sim, como foi?

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