Andresa Fernanda da Silva e Pablo Afonso Silva


O PROTAGONISMO DAS MULHERES NO ENSINO DE HISTÓRIA: UMA ANÁLISE DA PRESENÇA FEMININA NOS LIVROS DIDÁTICOS DA ESCOLA SESI



O presente artigo tem por objetivo trabalhar o ensino de História e seus desdobramentos em sala de aula, destacando as problemáticas que permeiam o tema a partir da análise do porquê mulheres são tão pouco citadas em livros didáticos? Qual sua importância histórica e por que tão cerceada por diversos autores ao retratar a História?

A reposta a estas indagações são apresentadas e discutidas durante todo o trabalho, resultando como principais hipóteses da persecução de tal problemática a própria ideologia a qual está envolvida a instituição de ensino, estando o SESI e demais instituições ligadas ao sistema “S” articuladas para a promoção dos serviços à indústria, carregando em seu material didático, indiscutivelmente, a mesma ideologia. Além de tal fato, destaca-se como uma hipótese a tal acontecimento, a própria armadilha na “comercialização da educação”, em que, em nome das renovações historiográficas, trazendo temas ditos mais atuais aos livros didáticos, acabam por deixar os grandes feitos femininos nas últimas páginas dos mesmos, em uma posição de mínimo destaque. Por fim, ao ofuscar o protagonismo da mulher, revela-se o andamento de interesses que seguem hierarquias, planos e principalmente projetos, para garantir o controle, sustentar as ideologias do sistema, planos e currículos, materializados de forma cultural e identitária.

A presença das mulheres nos livros didáticos de história
Os livros didáticos são sabidamente fonte de referência em sala de aula. O trabalho com o material em sala se não é, acaba sendo a única fonte de acesso a informação dos alunos, já que, suas representações e imagens refletem parte da formação de seus leitores, conforme sinaliza Costa a respeito de tais materiais, que:

“Na medida em que é acessível ao público ao qual se destina, também pode desempenhar um papel significativo na formação ideológica e cultural no cotidiano escolar, seus textos e imagens passam a ser um forte referencial para quem o lê. Por representar um importante instrumento de trabalho em sala de aula, constata-se que muitas vezes, professores e alunos o têm como única fonte de informação”. (COSTA,2006, p. 32).

A preocupação com o ensino de História, da maneira que deve ser, abrangente e democrático, vai completamente contra a distorção que é feita com os livros didáticos, principalmente no que diz respeito a história das mulheres, pois, ao analisar esses conteúdos, a inquietação dos historiadores e historiadoras está em garantir que os pilares epistemológicos que fomentam a pesquisa histórica despertem a consciência dos sujeitos, o que nos obriga a esmiuçar os conceitos que vão de encontro a realidade histórica dos indivíduos.

Trabalhar com a consciência histórica remonta a vários outros aspectos, pois, conforme salienta (CERRI, 2001) a consciência é referida muitas vezes a realidades diferentes ou até mesmo excludentes entre si, o que gera uma relação de identificação entre os sujeitos, que partem daquilo que vivem como parâmetro para guiar suas ações no presente.

Tendo a história das mulheres como parâmetro, para uma análise profunda dos livros didáticos, para falar dos sujeitos históricos, falar da história das mulheres que participaram dos processos e acontecimentos histórico, necessária é uma análise epistemológica, pois, pensar a epistemologia nos faz avaliar como o campo dos conceitos é responsável por produzir os conhecimentos, e entre eles, o conhecimento histórico.

Segundo Martins (2010) conhecimento histórico caracteriza-se de duas formas:

“O conhecimento histórico se caracteriza por duas dimensões comple­mentares. Uma diz respeito à historicidade de todo e qualquer con­hecimento. Com efeito, mesmo se o conhecimento vem a ser expres­so de forma genérica ou universal (como no caso das assim chamadas “leis da natureza”, por exemplo), sua aquisição e seu controle, assim como seus objetos e sujeito, somente subsistem no tempo histórico. A outra dimensão refere-se ao conhecimento produzido pela ciência histórica, de acordo com suas refer­ências teóricas e com seus procedimentos metódicos”. (MARTINS, 2010, p. 5-6)

Tomando como base a primeira dimensão de conhecimento histórico, ao analisar-se a história das mulheres, é sabido que as relações e discussões de gênero não estão presentes na escola e muito menos nos livros didáticos, e por isso, o controle daquilo que está nos livros estão submetidos a relações que impede os alunos de pensarem nas mulheres enquanto sujeitos da história, pois, conforme salienta Rago (1998), tomamos as representações daquilo que temos como verdade daquilo que operamos e reproduzimos, ou seja, a exclusão e o silenciamento das mulheres.

Trabalhar com os alunos as esferas que envolvem os conceitos epistemológicos é o primeiro passo para trabalhar com as mulheres nos livros didáticos, entender como as relações de poder se estabelecem no âmbito da educação é essencial para analisar como as mulheres são representadas. Salienta Rago que:

“Dessa maneira é que percebemos como o discurso do poder se pronuncia sobre a educação, a fim de definir o seu sentido, a forma e a finalidade de sua prática pedagógica e o conteúdo a ser ensinado, estabelecendo sobre cada disciplina o controle das informações a serem transmitidas.” (RAGO, 1998, P.28)

O controle das informações a serem transmitidas traz aos livros didáticos de história um caráter excludente ou superficial, como no caso da história das mulheres, colocadas em muitos livros como um braço de ajuda aos homens, em papeis secundários, mas sempre as atribuindo características masculinas, o que impõe na formação dos alunos a ideia de que se “masculinizadas”, as mulheres seriam capazes de serem reconhecidas como sujeitos importantes da história. (SILVA, 2007)

As representações das mulheres nos livros didáticos revelam pensamentos que determinam funções sociais aos homens e mulheres, o que polariza os gêneros dentro de uma lógica dual:

“[...] O pensamento dicotômico e polarizado, que concebe os gêneros como polos opostos que se relacionam dentro de uma lógica de dominação-submissão, certamente em nada, ou muito pouco, contribui para um ensino de história que possa formar sujeitos plurais, capazes de pensar e refletir sobre o mundo e as relações a partir de uma história que se constrói cotidianamente, e não pronta e definitiva.” (SILVA, 2007, P. 236)

Estabelecer os lugares que homens e mulheres devam ocupar, revela de forma natural o modelo de sociedade atual, cheio de singularidades, espelhadas em comportamentos totalmente machistas que se materializam na realidade dos alunos, determinando comportamentos que legitimam as desigualdades sociais.

Contudo, trabalhar os conteúdos que abordam as desigualdades sociais como é o caso da história das mulheres, refletem avanços significativos ao ensino de história e aos estudos de gênero, pois, fomentar estas discussões traz a história, com todo o seu viés critico, oportuniza aos alunos a autonomia para reconhecer-se ou não, naquilo que aprendem e no que estudam nos livros, é o balanço fundamental para os estudantes se afirmarem como sujeitos da história. Sobre o assunto, articula Schmidt e Cainelli que:

“No ensino de História é fundamental tomar a experiência do aluno como ponto de partida para o trabalho com os conteúdos, pois é importante que também o aluno se identifique como sujeito da história e da produção de conhecimento histórico. Nesse sentido, tanto os professores quanto o material didático disponível devem atender a prerrogativa de que a História é feita por todos os seres humanos e que suas vivencias são importantes e contributivas nessa construção.” (SCHMIDT & CAINELLI, 2009, p. 47)

A participação e o reconhecimento do aluno enquanto sujeito histórico é o que move as propostas de ensino de história. Sobre isso, Pereira (2017) destaca a superação de determinados processos de alienação e o conhecimento das ciências humanas, como um fator crucial e determinante para que o aluno compreenda a discriminação e o preconceito declarado nas relações em sociedade.

Trabalhar a presença das mulheres nos livros didáticos contribui para a análise do preconceito e da discriminação destilada a elas, o que reflete o discurso dominante e majoritariamente masculino que há nos livros didáticos, que demanda um constante trabalho de revisão, e traga à tona a participação das mulheres, sobretudo, das mulheres negras, indígenas, operárias, que caracterizam uma história vista de baixo, história esta que fundamenta as mulheres e os demais sujeitos subalternizados como efetivos protagonistas da história.

Analisando a história das mulheres nos livros didáticos da escola SESI
O trabalho com os livros didáticos da escola Sesi traz consigo peculiaridades, as quais deve-se primeiramente analisar-se a escola e o que é o sistema “S”? Pelo que e para quem o Sesi trabalha? São estes e vários outros questionamentos que emanam uma análise quanto a abordagem feita em seus livros didáticos e de como seus princípios enquanto instituição financiada pela indústria respinga na história, e em especial na história das mulheres.

Os livros didáticos aqui expostos fazem jus a conteúdos trabalhados no ensino médio, trataremos das três series, e de conteúdos diversos, dando enfoque no período histórico, na participação das mulheres e na maneira como as mesmas são representadas.

A luta pela representação das mulheres e das demais minorias políticas nos livros didáticos é complicada, pois, por mais que exista o latente conflito entre estabelecer a historiografia nos parâmetros do materialismo histórico, ainda há dificuldades em abordar estes conteúdos, conforme sinaliza BITTENCOURT:

“(...) um aspecto fundamental que preside a seleção dos conteúdos é o domínio da produção historiográfica e do processo de reelaboração e apropriação desse conhecimento em uma situação escolar que, invariavelmente, tem de estar relacionada aos objetivos pedagógicos e às especificidades das condições de aprendizagem.” (BITTENCOURT, 2008, P.138)

As relações pedagógicas e as condições de aprendizagem não são dadas aos alunos pelos livros didáticos, pois, a historiografia e o debate feito sobre os conteúdos revelam inúmeras defasagens, como é o caso do conteúdo trabalhado no primeiro ano do ensino médio, que aborda as mulheres na Grécia antiga, porém, apesar da breve contestação, é interessante analisar que o material se preocupa em analisar o papel das mulheres no presente também, o que implica em uma discussão que diz respeito a pouca representação das mulheres em cargos políticos e como as mesmas estão suscetíveis a violência doméstica.

Analisando a presença das mulheres nos livros didáticos do Sesi, é possível verificar que há uma classificação, não se tem registros de textos e imagens de mulheres negras e indígenas, as únicas mulheres presentes nas discussões são mulheres brancas, que também protagonizam a história, porém, não são somente elas que a fazem.

Compreender que os livros didáticos potencializam comportamentos que afastam os alunos de suas realidades é o primeiro passo para trabalhar com a educação histórica, pois, como pontuado acima, é impossível falar da presença das mulheres no ensino de história se não falarmos das minorias políticas de maneira geral, a ausência desses debates cria entre os alunos e os livros os chamados signos, ou seja, como é recorrente a falta de debates sobre as mulheres, os alunos nem questionam a presença dessas temáticas. (GOMES, 2007)

Pontuando mais uma vez a presença das mulheres nos livros didáticos do Sesi, passemos a segunda série do ensino médio, onde o enfoque é dado as mulheres operárias, uma abordagem muito breve e superficial, e que foca especialmente nas condições precárias e insalubres que as mulheres estavam expostas, porém, uma questão interessante trazida pelo material é a ascensão dos movimentos sociais de luta pelo direito das mulheres, que impulsionaram as trabalhadoras têxtis a irem as ruas, especialmente nas greves de 1917, que desembocaram na famosa revolução russa.

A abordagem da história das mulheres nos livros é mínima, mas, essa análise demanda um olhar mais crítico por parte dos professores, pois, um bom planejamento didático configura o professor da seguinte maneira:

“[...] professores de História bem informados, com acesso a conhecimentos oriundos de diferentes fontes, têm melhores possibilidades de exercer qualificadamente o seu trabalho, descortinando horizontes mais amplos, posicionando- se com maior autonomia diante das demandas da sua profissão e, consequentemente, fazendo escolhas e utilizações do livro didático com maior protagonismo” (CAIMI, 2010, p. 106).

Utilizar os livros didáticos com maior protagonismo é o caminho para aperfeiçoar a consciência histórica dos alunos, e ainda mais o ensino de história, pensando em sua abordagem na escola e no debate epistemológico na qual promove, ou que pelo menos, deveria promover.

Fazendo uma análise do livro de história da terceira série do ensino médio, visualiza-se que de fato, os livros do Sesi não tocam mesmo nas mulheres negras e indígenas, apesar de debater da ascensão do movimento feminista e a participação política das mulheres durante no período da república velha, as protagonistas de luta pelas conquistas ainda são as mulheres brancas e operárias. O protagonismo dessas mulheres evidencia constantemente a indústria, como uma forma de reafirmar as ideologias da escola o tempo todo.

A vista disso deve-se considerar que um ensino de história pautado no protagonismo feminino ainda precisa de muitos avanços, trabalhar com os livros didáticos, com a revisão dos conteúdos e a reformulação dos planos pedagógicos é preciso, o objetivo central é incluir os alunos como adjuntos da história, para que assim possam reconhecer como as identidades são fragilizadas, como os estudos de gênero devem estar presentes na escola, e como todos os outros debates que fomentam a colocação de determinados sujeitos a margem da sociedade precisam estar regulamentados no chão da sala de aula.

Algumas considerações
Como fora apontado ao longo deste ensaio, o protagonismo das mulheres ainda é superficial nos livros didáticos, em especial nos livros da escola Sesi aqui analisados, a ausência de um debate latente sobre as questões de gênero e a relação entre homens e mulheres falta no material, assim como, uma maior expansão do protagonismo feminino, para além das mulheres brancas e operárias.

Mediante a isso, é que o presente trabalho buscou contextualizar um pouco sobre as ideologias que cercam a escola Sesi, e também, como os livros didáticos foram bombardeados pela interferência de inúmeras relações de interesse e poder, masculinizando as mulheres, trazendo-as sempre as sombras dos homens, como se as mesmas fossem inerentes aos processos e acontecimentos históricos.

Finalizando, a abordagem ao ensino de história foi essencial para a criação deste texto, pois, tratar as minorias dentro de uma perspectiva histórica é o que sem dúvida guia o pilar principal de formação do historiador, que deve expressar a seus alunos que são sujeitos da história.

REFERÊNCIAS
Andresa Fernanda da Silva, graduanda do curso de Licenciatura em História, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas (UFMS/CPTL), e-mail: andresa.fernanda1606@gmail.com
Pablo Afonso Silva, graduando do curso de Licenciatura em História, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas (UFMS/CPTL), integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Formação de Professores (GForP-UFMS/CPTL), e-mail: pabloafonsosilva@hotmail.com

BITTENCOURT, Circe (Org.) O saber Histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2010.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos/Circe Maria Fernandes Bittencourt – 2. Ed. – São Paulo: Cortez, 2008.
CASTALDI. José Zanardi Dias. História: Ensino médio 1º ano. 1 ed.- São Paulo: SESI, 2012. P. 27 (Movimento do aprender.)
CASTALDI. José Zanardi Dias. História: Ensino médio 2º ano. 1 ed.- São Paulo: SESI, 2012. P. 113 (Movimento do aprender.)
CASTALDI. José Zanardi Dias. História: Ensino médio 3º ano. 1 ed.- São Paulo: SESI, 2012. P. 19 (Movimento do aprender.)
CAIMI, Flávia Heloísa. Escolhas e usos do livro didático de história: o que dizem os professores. In: BARROSO, Véra Maciel [et al]. Ensino de história: desafios contemporâneos. Porto Alegre: EST/Exclamação/ANPUH, 2010. P. 101-114.
CERRI, Luis Fernando. Os Conceitos de Consciência Histórica e os Desafios da Didática da História.  In: Revista de História Regional 6(2): 93-112, Inverno 2001
COSTA, Warley da.As imagens da escravidão nos livos didáticos de História do ensino fundamental: representações e identidades. Dissertação (Mestrado em Educação) –Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
GOMES, João Carlos Amilibia. As representações do feminino nas imagens dos livros didáticos de história – ensino médio. Canoas: ULBRA, 2007. 158 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Educação), Universidade Luterana do Brasil, 2007.
MARTINS, Estevão de Resende. História, conhecimento, verdade, argumento. In: Dimensões, vol. 24, 2010, p. 5-32. ISNN: 1517-2120
PEREIRA, Jeferson da Silva. Escola, homofobia e ensino de história no tempo presente. Florianópolis- UDESC, 2017.
RAGO, Margareth. “Epistemologia feminista, gênero e história”. IN PEDRO, Joana; GROSSI, Miriam (orgs.). Masculino, feminino, plural. Florianópolis: Editora Mulheres, 1998.
SILVA, Cristiane Bereta da. O saber histórico escolar sobre as mulheres. In: Caderno Espaço Feminino, v. 17 , n. 01, Jan. / Jul. 2007.
SHARPE, Jim. A história vista de baixo. In: BURKE, Peter (org.) 1992. A Escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista.
SCHMIDT, Maria; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2009.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas. 1987.

8 comentários:

  1. Olá Andressa e Pablo. Parabéns pela pesquisa, acho muito importante esse tipo de análise porque acaba escancarando que o silenciamento da mulher está em vários elementos formadores como no caso dos livros didáticos. No ano passado eu fiz uma análise semelhante com um livro didático da minha escola e os resultados foram muito parecidos e preocupantes como os de vocês - mesmo sendo da rede pública e aprovado no PNLD. Gostaria de saber metodologicamente o que vocês consideraram como presença da mulher: aquelas que possuem nome e sobrenome ou também consideraram representações da mulher ou da feminilidade? Digo isso, porque nos meus resultados percebi que grande parte das aparições eram nesse segundo sentido, muitas vezes em pinturas, sem identidade ou mesmo de mulheres de forma meramente ilustrativa.

    Mayla Louise Greboge Montoia

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    1. Boa noite Mayla, obrigada pela pergunta!
      Esse trabalho surgiu como uma inquietação da Andresa sobre a elaboração dos livros didáticos da escola SESI, notamos que estes sempre carregavam consigo um certo silenciamento sobre a participação das mulheres na história, como você mesma apontou a representação se aproxima mais das “mulheres importantes” (com nome e sobrenome), porém, pensamos que o nosso olhar de representação é sobre as mulheres como sujeitas da história sejam elas com nome ou não, e não somente pelo conteúdo. Visamos a organização dos materiais também, as mulheres por vezes estão nos títulos das unidades, porém, aparecem apenas em um pequeno fragmento de texto ao longo das discussões.
      O trabalho de representação das mulheres em nosso texto não visa somente as de “nome e sobrenome”, mas versa sobre aquelas que fizeram e contribuíram para a história de alguma forma. São essas vozes que queremos que sejam ouvidas!

      Esperamos ter respondido sua pergunta!

      Atenciosamente...

      Andresa Fernanda da Silva e Pablo Afonso Silva.

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  2. Olá,parabéns pelo trabalho, é bem verdade que a historiografia sobre a mulher é bem delimitada,porém é bom que incentive a respeito, qual seria uma opção viável para melhorar o tema que vocês destacaram para uma abordagem nos livros didáticos .
    Dorilene Vieira dos Santos.

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    1. Boa noite, Dorilene! Obrigada pela questão!

      Acreditamos que a opção viável primeiro, é conhecer o silenciamento das mulheres na história, questionar em sala com os alunos porque os livros não tratam da história das mulheres como tratam da história dos "Grandes homens". O reconhecimento é o ponto inicial, o segundo seria o trabalho dos professores em conjunto com os alunos, confrontando o material didático, pensando juntos atividades e formas de mostrarem que as mulheres sempre estiveram presentes nos acontecimentos históricos, por traz das invenções, dos métodos, das pesquisas... Acreditamos que trabalhar com autoras mulheres em sala é um passo importante para iniciar os debates.

      Esperamos ter respondido a questão!

      Abraço!

      Andresa e Pablo.

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  3. Primeiramente gostaria de parabenizar os autores pelo texto e pela temática.

    Gostaria de saber a opinião de vocês, apesar de não ser a temática central, mesmo sendo tangenciada no texto, se vocês notam diferenças em como o feminino é retratado no espaço público e no espaço privado?

    Faço essa pergunta pensando na minha prática docente: já tem um tempo, graças aos avanços da historiografia, entre outros, que a presença feminina, bem como de outros grupos que não figuravam nos livros, estão aparecendo ou se tornando mais recorrentes na escrita da história. Entretanto, para além de outras críticas que possam ser feitas, a partir de observações pessoais, noto que a presença feminina continua em um espaço do privado.

    Não objetivo rivalizar ou hierarquizar o público e o privado, mas fico pensando que existe uma continuidade de representação da mulher atrelado aos papeis de gênero. Assim, fica mais difícil, de trabalhar e reconstruir imagens com os alunos.

    Fiquem a vontade para refletir comigo sobre essa questão, se possível traçando um paralelo entre a superficialidade que vocês atestam nos livros do SESI.

    Agradeço desde já a atenção dispensada!

    Caio Corrêa Derossi

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    1. Oi Caio! Obrigada pela questão, muito bem feita por sinal!

      Notamos muita diferença sobre como as mulheres são retratadas nos espaços sim! Os livros do SESI por exemplo, seguem a linha privada (rainhas, escravas,algumas operárias) , tratadas em contextos isolados (tópicos e subtópicos, trechos de textos). Os papéis de gênero continuam atrelados e são indissociáveis das mulheres, acreditamos que possa ser pela falta de representação na esfera pública também, ponto importante para que possamos aprofundar e seguir com a pesquisa em um futuro próximo.

      Sua questão nos fez refletir muito Caio! E talvez seja algo a pesquisar melhor!

      Abraços!

      Andresa e Pablo.

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  4. Primeiramente, muito obrigada por nos proporcionarem esta leitura.
    É notório o quanto a figura feminina nos livros didáticos é pouco citada. As mulheres brancas aparecem mais nos diálogos, já as mulheres negras vistas pelo lado da escravidão, da margem. Como futuros professores, podemos utilizar de figuras cotidianas, dos alunos, para trazer pautas sobre representatividade? Partindo de figuras como as mães, as avós, seus pontos de partidas e como isso refletiu nas suas posições atuais?

    Desde já, agradeço pela atenção.

    Leitora: Karoline Pinheiro da Silva

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    1. Olá Karoline! Obrigada pela questão!

      Acreditamos que pode e deve ser a partir das figuras cotidianas, pois, os acontecimentos da vida são indissociáveis da nossa pratica, mesmo enquanto alunos ou professores, trabalhar com a figura de mães e avós é um começo importante, já que, as figuras cotidianas também são agentes da história. Ter contato com a história de luta de pessoas tão próximas ajudariam os alunos e a alunas a compreender melhor não somente as questões relacionadas a gênero ou representatividade, mas, também a compreender sua própria história.

      Andresa e Pablo.

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