Daiane da Silva Vicente


O USO DE BIOGRAFIAS FEMININAS COMO MEIO PARA A DISCUSSÃO DE GÊNERO EM SALA DE AULA



O ensino de história, como qualquer outra disciplina, necessita de metodologias que facilitem o ensino e a aprendizagem. Deste modo, pretende-se apresentar uma alternativa que permita contribuir com o desenvolvimento da prática educativa sobre o estudo de gênero. Para isso, sugere-se o uso de biografias históricas de mulheres.

Segundo o historiador francês, François Dosse: “A biografia se apresenta, pois, como uma subdisciplina auxiliar da história, um de seus múltiplos materiais de construção” [DOSSE, 2015, p. 170]. Além do mais, as biografias surgem como um meio de visibilizar trajetórias individuais. Sendo assim, o biografado, que se encontra inserido em um determinado contexto histórico, contribui com o desenvolvimento dos acontecimentos históricos. E para isso, é preciso levar em consideração que:

“Ao se ler sobre a biografia, percebe-se de imediato quantas áreas importantes da História se cruzam ou mesmo se confundem, quantos temas estão contidos ou próximos da biografia: a micro-história, os estudos de caso; a História oral, as histórias de vida; os trabalhos sobre vida cotidiana, sobre sensibilidade, sobre sociabilidade. Também a discussão sobre memória, sobre geração, sobre família, sobre género são de grande interesse para quem precisa entender uma vida individual.” [BORGES, 2008, p. 215]

Percebe-se o quanto é fundamental ter conhecimento sobre o contexto que a personagem está inserida, como também, compreender e fazer uso de termos específicos que estão vinculados, de maneira direta ou indireta, aos aspectos da vida do indivíduo. De acordo com Dosse:

“A biografia reencontra também a escrita histórica em seu papel de rito de enterro. Instrumento de exorcismo da morte, ela a introduz no cerne mesmo de seu discurso e permite simbolicamente a uma sociedade situa-se ao se dotar de uma linguagem sobre o passado. O discurso do historiador nos fala do passado para enterrá-lo. Ele tem, segundo Certeau, a função do túmulo, no duplo sentido de honrar os mortos e de participar de sua eliminação do cenário dos vivos. As revisitações, tanto histórica como biográfica, têm, pois, essa função de abrir para o presente um espaço suscetível de marcar o passado para redistribuir o espaço dos possíveis. A prática do historiador está, pois, por princípio, aberta a novas interpretações, a um diálogo sobre o passado aberto para o futuro, a ponto de se falar cada vez mais de “futuro do passado”. Ela não pode, portanto, deixar-se encerrar numa objetivação fechada sobre si mesma.” [DOSSE, 2015, p. 409-410]

Portanto, através dos registros deixados, sendo poucos ou não, é que se torna possível desenvolver um estudo da trajetória de um indivíduo, a partir da compreensão dos aspectos ligados as ações realizadas. Ademais, tanto “a biografia, como a história, escreve-se primeiro no presente, numa relação de implicação ainda mais forte quando há empatia por parte do autor” [DOSSE, 2015, p. 11].

Ainda de acordo com François Dosse, é necessário primeiramente, apresentar e justificar a relevância da trajetória da figura que se pretende expor um estudo [DOSSE, 2015]. Com isso, torna-se relevante mencionar a importância das trajetórias femininas. No ensino de história, fazer uso de biografias de mulheres que desenvolveram uma participação importante nos acontecimentos históricos é uma boa maneira de “convidar” o estudante a querer saber mais sobre aquela personagem, como também, o contexto de sua atuação.

Dessa maneira, insere-se também o estudo de gênero em sala de aula. Por muito tempo, as mulheres, por exemplo, foram apagadas da história, a solidariedade com o feminino era quase inexistente e isso não quer dizer que na atualidade seja muito diferente. É em meio a fatos como esse, que as práticas pedagógicas mais humanizadas se tornam constantemente necessárias em sala de aula. Desenvolver atividades que sensibilizem os estudantes, por meio das atuações e contribuições femininas é uma possibilidade de ensino com base na equidade de gênero:

“Historicamente, o conceito de gênero surgiu para se contrapor a uma visão que enfatizava as diferenças biológicas, ou sexuais, entre homens e mulheres, que acabava naturalizando a dominação masculina. A nova categoria veio enfatizar que a natureza não explica, e muito menos determina, a relação entre os sexos. São os componentes sociais e culturais que interferem mais decisivamente na maneira pela qual os gêneros se relacionam, não havendo papéis fixos para homens e mulheres em nenhuma esfera social.” [SILVA e SILVA, 2009, p. 166]

A história sempre idolatrou os “grandes homens”. Os feitos masculinos, na maioria das sociedades, sempre foram exemplos de orgulho. Já as mulheres, como afirmou Michelle Perrot: “É preciso ser piedosa ou escandalosa para existir” [PERROT, 2019, p. 18]. Em outras palavras, ou as mulheres são vistas como santas ou bruxas. São essas características que se sobressaem: a piedosa, a boa esposa, a devota ou a “desonrada”, a péssima esposa, a que quer ocupar o lugar dos homens. Estão essas características corretas? Desse modo, é fundamental mencionar que “a história das mulheres – tanto de personagens individuais quanto das mulheres como sujeito coletivo – começou a ter visibilidade a partir do final dos anos de 1960" [MONTEIRO e MÉNDEZ, 2012, P.86].

O questionamento anterior, necessariamente não precisa de resposta imediata. Aos poucos, quando se dispõem a investigar a trajetórias de mulheres que conseguiram ocupar o espaço público ou simplesmente um lugar na história, pode-se perceber que não foi algo conquistado com tanta facilidade: “O respeito à diferença feminina, assim como à presença das mulheres na esfera pública, foi conquistado a duras penas, num processo ainda hoje não totalmente concluído” [RAGO, 2013, p.231]. Mas afinal, de que maneira se pode levar essas questões para a sala de aula? É preciso levar em consideração, que para o desenvolvimento de práticas que girem em torno das questões de gênero, por exemplo, haja uma compreensão vinculadas aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s):

"Para tanto, faz-se necessário discutir os currículos para a área, o que implica em observar, entre outros aspectos, as políticas e diretrizes educacionais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) para a área de História apontam a relevância de uma práxis educacional que seja inovadora, que busque aproximar-se de tendências teóricas capazes de refletir sobre a pluralidade da produção historiográfica, destacando a necessidade de um ensino que “dê voz” a grupos silenciados" [MONTEIRO e MÉNDEZ, 2012, P. 84-85]

Dessa maneira, fazer uso de biografias femininas, sendo elas, obras escritas ou até mesmo filmes, é uma possibilidade de ensino que pode ser trabalhada através de múltiplo viés. É de entendimento que a história de vida de um indivíduo se encontra inserida em um contexto, e esse contexto pode ser o de qualquer época. Em todos os períodos históricos, sem dúvidas, as mulheres estiveram presente; mesmo que em massa, não tenham participado ativamente desses fatos, alguns nome se destacaram, como também, há outras que infelizmente ainda não tiveram as suas trajetórias resgatadas:

“Para escrever a história, são necessárias fontes, documentos, vestígios. E isso é uma dificuldade quando se trata da história das mulheres. Sua presença é frequentemente apagada, seus vestígios, desfeitos, seus arquivos, destruídos. Há um déficit, uma falta de vestígios.” [PERROT, 2019, p. 21]

Essa afirmação é algo que acontece, muitas vezes, por causa das próprias mulheres. Elas mesmas acabavam destruindo os seus registros, em sua maioria por acreditarem que não havia importância em seus atos: “Existe até um pudor feminino que se estende à memória. Uma desvalorização das mulheres por si mesmas. Um silêncio consubstancial à noção de honra” [PERROT, 2019, p. 17]. Desse modo, analisar os acontecimentos tomando como base uma trajetória individual, a trajetória de uma mulher, é um meio que permite desenvolver um estudo através de ângulos diferentes, reforça a importância do ocorrido e do ativismo feminino na história.

O uso de biografias femininas em sala de aula
Para a realização de aulas com a inclusão de contribuições de personagens femininas que atuaram em épocas grandiosas da História, como exemplo, será utilizado a trajetória de Olga Benário (1908-1942). Olga participou ativamente dos acontecimentos de sua época. Existem obras de cunho biográfico, que mostram perspectivas sobre a sua trajetória. Como também, há um filme, levando em consideração a utilidade que essa ferramenta possibilita:

“Os filmes não são registros de uma história tal qual aconteceu ou vai acontecer, mas representações que merecem ser entendidas e percebidas não como diversão apenas, mas como um produto cultural capaz de comunicar emoções e sentimentos e transmitir informações.” [BITTENCOURT, 2008, p. 353]

Embora o Filme “Olga”, não mostre necessariamente os embates políticos. Pois, tem como foco principal o romance de Luiz Calos Prestes e Olga Benário. O filme acaba deixando a desejar em relação aos aspectos políticos que rodearam a vida da revolucionária. Olga era alemã e de origem judaica, desde muito cedo, durante a sua adolescência começou a se interessar pela política de esquerda, dando inicio a seu ativismo político. Diante de suas ações, pelo Partido Comunista Alemão, que foram realizadas em Berlim, Olga precisou fugir para Moscou e lá recebeu treinamento militar para que assim pudesse executar missões estabelecidas pela Internacional Comunista. Olga fez parte do grupo de revolucionários estrangeiros escolhidos para acompanhar Luiz Calos Prestes no seu retorno para o Brasil, “Prestes, a partir da atuação da coluna, tornara-se um verdadeiro mito nacional, chamado desde então de “O Cavaleiro da Esperança”” [VIANNA, 2007, p. 75]. Ela foi encarregada de garantir a segurança de Prestes durante todo o trajeto. Depois de uma longa viagem, eles chegam ao Brasil em 1935 e permanecem na clandestinidade. Ademais, é assim que a história de Olga se relaciona com a história do Brasil. Durante esse período, Getúlio Vargas era quem estava no poder e Prestes era visto como um de seus maiores inimigos. Algo marcante nessa trajetória, como também algo decisivo foi o levante de 1935:

“No fim de 1929, início de 1930, colocada a candidatura de Getúlio Vargas, o movimento tenentista dividiu-se: de um lado ficou o general da coluna, Luís Carlos Prestes, que aderiu ao socialismo por considera-lo o único caminho capaz de conduzir a uma sociedade mais justa, e do outro ficou a quase totalidade dos tenentes revolucionários, que apoiaram Getúlio porque achavam que a chegada ao poder da coligação que o sustentava (a Aliança Liberal) seria a “regeneração” da República, a concretização dos objetivos do ideal republicano que os tenentes expressavam no lema “representação e justiça”: voto secreto e moralidade pública.” [VIANNA, 2007, p. 66]

Esse embate político contribuiu para que ocorresse o levante de novembro de 1935. No entanto as coisas não ocorreram da forma que se esperava. Muito se especula sobre os motivos que levaram a tentativa revolucionária ao fracasso. Deste modo, resultou-se em diversas prisões dos apoiadores do movimento, tanto da Aliança Nacional Libertadora como do Partido Comunista Brasileiro:

“Na noite de 5 de março Prestes e Olga foram presos. Levados para o DOPS e lá separados, foi a última vez que se viram. Em setembro de 1936 o governo brasileiro entregou Olga Benário e Elise Berger à Alemanha nazista, onde foram assassinadas num campo de concentração. Olga estava grávida de sete meses da filha de Prestes.” [VIANNA, 2007, p. 100]  

Antes de Olga ser assassinada, a mãe de prestes conseguiu resgatar a criança, com o auxílio da solidariedade internacional, através de movimentos organizados pela mãe e a irmã de Luiz Carlos Prestes. A história de Olga Benário é baseada em revoluções, amor e um final trágico. É a história de uma mulher que lutava pelo que acreditava, por um mundo justo e digno de todos, sem dúvidas, seu ativismo inspirou e inspira outras mulheres. Dentro dessa perspectiva, em sala de aula, após expor a trajetória da militante comunista relacionando com o contexto do Brasil e o contexto mundial, é interessante mostrar as regras imposta as mulheres na sociedade daquela época. Utilizando como ferramenta um simples editor de vídeo, algumas cenas do filme do diretor Jayme Monjardim poderiam ser utilizadas para essa questão, como por exemplo, a cena em que a mãe de Olga desaprova as escolhas da filha. Também há uma variedade de documentários, alguns baseados nos estudos da historiadora Anita Leocádia Prestes, a filha do casal.

Portanto, o estudo de gênero consiste em desenvolver uma análise acerca dessas trajetórias, fazendo comparações sobre a imposição da sociedade e o ativismo feminino. Torna-se possível desenvolver um estudo sobre os acontecimentos históricos, e ao mesmo tempo, resgatar a história de mulheres como Olga.

Referências
Daiane da Silva Vicente é graduanda do curso de Licenciatura em História na Universidade de Pernambuco – Campus Garanhuns.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Cap. III Documentos não escritos. In: Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005, p.351-401.
BORGES, Vavy Pacheco. Grandezas e Misérias da Biografia. In.: Fontes Históricas. Carla Bassanezi Pinsky (Org.). – 2.ed., 1ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2008, p.203-234.
DOSSE, François. O Desafio Biográfico: escrever uma vida. Tradução: Gilson César Cardoso de Souza. – 2. ed. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015.
MONTEIRO, Katani Maria Nascimento. “Gênero, biografia e ensino de história” in Aedos n. 11 vol. 4 - Set. 2012, p.84-97
PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. Trad. Angela M. S. Côrreia. – 2 2d, 6ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2019.
RAGO, Margareth. A aventura de contar-se: feminismo, escrita de si e invenções da subjetividade. São Paulo: UNICAMP, 2013.
SILVA, Kalina Vanderlei. Gênero. In: Dicionário de conceitos históricos. Kalins Vanderlei Silva, Maciel Henrique Silva (Ogs.) – 2.ed., reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2009, p.166-169.
VIANNA, Marly de Almeida G. O PCB, a ANL e as insurreições de novembro de 1935. In: O tempo do nacional-estatismo: do início da década de 1930 ao apogeu do Estado Novo. FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia  de Almeida Neves (Orgs). – 2. ed. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

14 comentários:

  1. Buenos Dias! Soy profesora Universitaria en Colombia, ytengo una pregunta para hacerte, cómo realizas el abordaje en el salón de clase? Qué actividades además de la lectura o ver el filme realizan los estudiantes? Cuál es el producto final que entregan los estudiantes al finalizar el ejercicio?
    Como es diferente la percepcion entre mujeres y hombres estudiantes frente al mismo tema?
    Maria Isabel Giraldo Vasquez

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    1. Hola Maria Isabel, para hacer uso de biografías femeninas en clase, sugiero que se incluyan con los temas que se requieren en la enseñanza de la historia, porque en todos los momentos históricos las mujeres contribuyeron de alguna manera. Utilicé como ejemplo la trayectoria de Olga Benário, que podría usarse al trabajar en la "Era Vargas". Dentro de este tema, se podría utilizar la obra "Olga Benário Prestes: uma comunista nos arquivos da Gestapo" de Anita Leocádia Prestes, así como el libro "Olga" de Fernando Morais. También hay una película que se refiere a la trayectoria del personaje, así como innumerables documentales. Todo esto es un medio para que, desde el momento en que los estudiantes aprenden sobre el activismo femenino, puedan reflexionar sobre las implicaciones sociales de ese período histórico para / con la vida de las mujeres. Esta reflexión podría expresarse mediante debates en el aula y mediante la escritura, la producción de textos. Por supuesto, todo depende mucho de la clase con la que esté trabajando, porque tengo como base el entendimiento de que ciertas actividades deben adaptarse a las condiciones de cada clase. Cada estudiante, independientemente de su orientación sexual, tiene una perspectiva diferente sobre los eventos, que solo se evidenciará a través del diálogo.

      Daiane da Silva Vicente

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  2. Boa tarde!
    Assim como a biografia de Olga, outras biografias de mulheres brasileiras poderiam ser trabalhadas em sala de aula, sobretudo, de mulheres negras aqui do Brasil, que também foram negligenciadas nos livros de História. Minha pergunta é: como introduzir a biografia de Olga em sala de aula, levando alunos a compreender a importância do seu papel tanto no campo político, quanto na representatividade feminina no ativismo?

    Atenciosamente

    Gessica de Brito Bueno

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    1. Olá Gessica, eu utilizei a trajetória de Olga Benário apenas como um exemplo, devido à proximidade de algumas pesquisas que atualmente estou realizando. Como você mesma mencionou, poderia ser a de qualquer outra mulher, inclusive de mulheres negras, como também, mulheres indígenas e tantas outras que ainda não tiveram suas trajetórias resgatadas, todas são importantes. O interessante é que ao fazer uso de qualquer biografia, esteja de acordo com os assuntos obrigatoriamente exigidos no ensino de história. No caso de Olga, sua atuação corresponde ao que conhecemos como a “Era Vargas”, momento de mudanças políticas muito significativas para o Brasil. Olga rompeu com as normas atribuídas as mulheres daquela época, ela foi encarregada de garantir a segurança de Luiz Carlos Prestes, ou seja, uma mulher garantindo a segurança de um homem e não o contrário. Ela também participou do levante de 1935. É importante ressaltar para as alunas e alunos como o ativismo políticos de mulheres como Olga se mostra como uma busca pela conquista da equidade de gênero. Refletir sobre as conquistas alcançadas até os dias atuais é algo fundamental, para que os nossos direitos não sejam de maneira alguma ameaçados ou retirados.

      Daiane da Silva Vicente

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  3. Olá!Parabèns pelo trabalho. De que forma, o uso das biografias como fontes, na sala de aula, contribuem para romper com o apagamento e o silenciamento da história das mulheres? Como voCê precebe isso nas aulas de História? Obrigada!

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    1. Olá Carlize, Obrigada!
      Ao fazer uso de biografias de mulheres nas aulas de história, confirmamos a participação ativa das mulheres nos acontecimentos históricos. Dessa maneira, ao evidenciar as suas contribuições, rompemos com esse silenciamento e demonstramos a importância de cada vez mais discutirmos sobre as relações entre homens e mulheres na sociedade, e como isso acabou gerando a invisibilidade feminina na história. É percebível esse rompimento quando as alunas e os alunos demonstram curiosidade e até mesmo surpresa quando mencionada determinadas trajetórias femininas.

      Daiane da Silva Vicente

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  4. MANUELA AGUIAR DAMIAO20 de maio de 2020 às 09:16

    Olá Daiane! Parabéns pelo seu texto. Queria apenas levantar uma observação e se você poderia comentar sobre detalhes dessa sua experiência em sala de aula. Ou seja, você poderia relatar como seus estudantes trabalharam com essa metodologia? abraços.

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    1. Olá Manuela, Obrigada!
      A experiência que tenho fazendo uso de biografias femininas nas aulas de história renderam ótimos frutos. As/os estudantes demonstraram muita curiosidade pelas personagens estudadas. A minha experiência ocorreu com o ensino fundamental em uma escola pública. Apresentei a história de algumas mulheres (sempre relacionando com os conteúdos exigidos a serem trabalhos nas aulas de história), em seguida questionei o que eles achavam sobre o ativismo feminino e que escrevessem o que mais o chamasse a atenção. Através dessa dinâmica, percebi o quanto foi fundamental desenvolver atividades como essa, tanto para a valorização da história das mulheres, como para a desconstrução patriarcal.

      Daiane da Silva Vicente

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Parabéns pelo texto e pela ideia o meu comentário vai de encontro ao uso da biografia feminina no âmbito da história local. è pertinente utilizar a entrevista para construção dessa biografia que não existe muitas vezes nos livros ??
    Marcos José Soares de Sousa

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    1. Olá Marcos, obrigada!
      Eu acredito que seja uma ótima ideia. A entrevista auxilia muito na construção de biografias. Inclusive, em minha monografia a fonte principal que utilizo para desenvolve a minha pesquisa é uma entrevista. Eu estudo a trajetória política de uma mulher que teve uma atuação muito importante na política pernambucana, no século XX. Ela morreu em 1998, a entrevista que utilizo foi realizada em 1982. Provavelmente, sem essa entrevista seria bem mais difícil compreender essa trajetória. No meu caso, utilizei uma entrevista feita por outra pessoa, mas isso não quer dizer que nós não possamos realizar nossas próprias entrevistas. Dessa maneira, contribuímos para a preservação da memória e do ativismo feminino.

      Daiane da Silva Vicente

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  7. Olá Daiane! Parabéns pelo ótimo artigo! Acredito ser de extrema importância a construção da história também a partir dos olhos de quem as vive ou se aproxima de forma mais acentuada da realidade escrita. Gostaria de saber como foi a construção do texto e como você refletiu sobre a problemática para a criação do artigo.
    Muito obrigada!

    Bárbara Galli de Oliveira.

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    1. Olá Bárbara, Obrigada!
      Desenvolvi a construção do meu trabalho tomando como base obras teóricas que dialogassem com a temática que escolhi trabalhar, elas me auxiliaram para que eu pudesse desenvolver o texto. Da mesma maneira, a base teórica possibilitou a reflexão sobre o assunto. O meu interesse em trabalhar sobre biografias femininas em sala de aula, veio justamente através do desenvolvimento de minha pesquisa acadêmica para a elaboração de minha monografia, na qual estudo a trajetória de uma mulher.

      Daiane da Silva Vicente

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