Vitória Diniz de Souza


POR UMA HISTÓRIA DA BELEZA E DO CORPO: O USO DO INSTAGRAM NAS AULAS DE HISTÓRIA



As redes sociais são um fenômeno em todo o mundo, a popularização do seu uso trouxe transformações nos hábitos das pessoas, moldando novos modos de subjetivação e práticas de sociabilidades. Por isso, nós professores não podemos nos manter alheios a essas novas tecnologias, sendo positiva a sua inserção no contexto da sala de aula. Nesse sentido, essa pode ser uma ótima maneira para romper com o tradicionalismo que ainda resiste nas aulas de História.

Neste ensaio, pretendo apresentar novas maneiras de se introduzir as redes sociais nas aulas de história. Dessa forma, podemos trazer para a escola uma discussão crítica e questionadora acerca dos usos desses instrumentos que tem modificado tanto a vida das pessoas atualmente. Crianças e adolescentes são um dos maiores grupos de usuários da internet, como aponta a pesquisa do “Cetic.br”. Segundo essa pesquisa em 2017, 40% das crianças e adolescentes conectados usam a Internet para conversar com pessoas de outras cidades, países e culturas, 36% delas participam de páginas ou grupos na Internet sobre assuntos de interesse, 28% buscam informações sobre saúde e 22% sobre o que acontece na sua comunidade. De fato, existe uma diversidade de redes sociais, assim, para esse texto, escolhi o Instagram para apresentá-lo como recurso didático.

O Instagram é a quarta rede social mais usada no Brasil, segundo dados da “Datareportal” [2019], ficando atrás apenas do Youtube, Facebook e Whatsapp. Essa rede social é feita para a publicação de imagens e vídeos, compartilhados entre os seguidores dos usuários que caso gostem podem curtir e comentar o post. Ele é muito semelhante as outras redes sociais, possuindo recursos de vídeos, texto, comentários, box de mensagens. No entanto, o que difere é a sua capacidade de provocar uma midiatização de “lifestyles”, onde as pessoas produzem uma imagem de si mesmas, elaborando um estilo de vida pautado em paisagens exuberantes, corpos esbeltos, comidas finas, projetando uma idealização da felicidade que afeta a autoestima de milhares de usuários. Sendo essa uma ótima maneira para dialogar de maneira crítica com os alunos sobre os perigos do Instagram e propor maneiras mais saudáveis para o uso desse tipo de aplicativo.

Pretende-se, dessa forma, propor um olhar questionador acerca das fotografias como representações da realidade, sendo elas permeadas por discursos. Haloana Moreira Costa & Guilherme Figueira-Borges [2016] afirmam que a fotografia não somente descreve, ela funda significações, pois quando se fotografa algo por um certo ângulo, se escolhe determinados cenários e se exclui outros. O ato de fotografar inclui um jogo de posicionamentos que instaura efeitos de sentidos sobre o acontecimento fotográfico. Ou seja, a fotografia produz discursos e atribui sentido a objetos, pessoas e situações. As imagens enquanto fontes históricas sofreram com certo preconceito pela historiografia tradicional, no entanto, nas últimas décadas, com a renovação historiográfica, elas vêm sendo objeto de inúmeras dissertações, teses e artigos.

Proponho a partir desse olhar ampliar as noções de História na Educação Básica que infelizmente ainda é marcada por uma tradição da história política e de uma perspectiva reduzida de política. Aspecto reforçado pela organização da Base Nacional Comum Curricular [BNCC], na qual resiste uma visão clássica e limitada de “acontecimento histórico” organizada ainda entre categorias como: Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Dessa maneira, é preciso encarar a história como uma disciplina que também é histórica. Sendo necessária uma renovação temática que abarque outros aspectos como a cultura. Nesse sentido, analisaremos essas fotografias a partir de um olhar acerca da história do corpo e da beleza. É claro que, podemos usar o Instagram como recurso em aulas sobre diferentes temáticas, entretanto, neste ensaio manterei um olhar acerca dos padrões de beleza em diferentes épocas. Nesse caso, a escolha foi pelo marco temporal do início do século XX, mais precisamente a “Era de Ouro” do cinema Hollywoodiano. Esse período foi marcado por uma intensificação da urbanização e massificação do cinema que projetava para o mundo o “lifestyle” norte-americano baseado no “American way of life”. Assim, é possível produzir um conhecimento histórico com os alunos acerca do período Entre Guerras e acerca do imperialismo americano iniciado através da exportação de filmes que ganharam o gosto do público brasileiro.

Como fazer?
Inicialmente, é importante conhecer as condições físicas da escola na qual ocorrerá a aula, pois, nem todos os estabelecimentos tem acesso a internet, além disso, é preciso se certificar se na escola existe o equipamento necessário para a execução da proposta. Se estiver tudo certo em relação a infraestrutura, o passo a seguir é o da pesquisa. Antes de qualquer aula o professor precisa planejar como ocorrerá os momentos de aprendizagem, qual material será utilizado, qual o conteúdo da aula, tudo isso com antecedência. Nesse caso, escolhi o período Entre Guerras, momento crucial para a disseminação da cultura do cinema que se expandiu pelo mundo. Quero discutir com os alunos como os padrões de beleza mudaram ao longo do tempo, por isso, a escolha das fotografias como fonte. Assim, aproveito a popularidade das redes sociais para promover uma aula interessante, refletindo sobre como elas moldam os padrões de beleza na atualidade.

Realizada a pesquisa, é necessário selecionar as imagens e esse processo depende dos objetivos propostos pela aula. Como pretendo realizar uma aula sobre a “Era de Ouro” de Hollywood, pesquisei perfis no Instagram que divulgam fotografias de atores e atrizes antigos. Há uma diversidade de páginas com esse fim, entre elas, escolhi três: a “miss_hollyold”, a “vintagehollywoodstars” e a “theclassicsdarling”. Esses perfis possuem respectivamente 24,3 mil, 40,4 mil e 256 mil seguidores no momento da elaboração deste texto. São páginas de língua inglesa e tem o objetivo de divulgar fotografias de antigos astros do cinema americano. Elas apelam para a nostalgia que provocam com essas imagens e são apreciadas por fãs do cinema antigo, independentemente da idade, nacionalidade e raça. Sendo o seu público em sua maioria mulheres. No critério de seleção dessas fotografias se deve levar em consideração a faixa etária dos alunos, na experiência proposta aqui, recomendo alunos a partir dos doze anos.  Além disso, é preciso verificar a credibilidade das imagens publicadas por esses perfis, para isso, há recursos e sites de pesquisa que ajudam bastante nesse processo de averiguação.

Após selecionar as imagens, é preciso conhecer o contexto de produção delas. Isso é possível através de uma pesquisa bibliográfica acerca do que se tem produzido acerca da história do cinema, da beleza e do corpo no período proposto, nesse caso, as décadas de 1930, 1940 e 1950. Depois disso, é feita uma leitura desse material, selecionando os aspectos importantes para a elaboração da aula. Entender o contexto histórico é fundamental para a preparação do professor em uma aula de história, principalmente, porque o aluno vai precisar de outras informações para fazer sua análise individual dessas imagens. Antes de exibi-las em sala, é preciso que o professor faça sua própria análise individual das fotografias selecionadas, estabeleça conexões entre elas e com o contexto histórico, delimitando bem suas marcas de historicidade. Por fim, organize o roteiro da aula e o plano de maneira clara e bem objetiva.

Serlei Maria Fischer Ranzi [2002, p. 191-192] tece algumas informações importantes acerca do uso do cinema nas aulas de história que também são relevantes no caso do uso das fotografias:

“Interrogar-se sobre o que um aluno aprende com a imagem significa levar em conta três tipos de dados: o primeiro, com relação à imagem, pressupõe um mínimo de formação sobre os significados de cada imagem [...] O segundo dado diz respeito ao aluno, sabe-se que o "leitor" da imagem faz sua leitura em função daquilo que lhe é solicitado, mas também, em função daquilo que ele sabe ou pensa, ou crê, como também em função do seu grau de familiaridade com o tipo de imagem que lhe é apresentada [...] Por último, é muito importante levar em consideração o contexto em que a imagem está sendo trabalhada [...] Depende também do encaminhamento metodológico, ou seja, daquilo que ele é levado analisar, a ver, a pesquisar, enfim, depende da situação de aprendizagem proposta”.

Por isso, a elaboração de uma aula bem planejada e de momentos de aprendizagem bem organizados são fundamentais. Sendo necessário o professor estar atento para o ponto de vista do observador da imagem, nesse caso, o aluno, que tece suas próprias observações a partir da sua perspectiva e do seu grau de familiaridade com o objeto. Aqui o papel do professor como mediador ganha destaque, é ele que vai auxiliar o aluno nesse processo de análise.

A experiência:
Foram selecionadas três fotos no total para a análise. Inicialmente, antes de tudo, é importante fazer uma breve introdução ao conteúdo da aula. Se é sobre a história do cinema, é importante apresentar uma breve contextualização sobre essa indústria, seu surgimento, processo de popularização e como ela vem “ditando a moda” há muitas décadas. Gradualmente, traga para a discussão a importância dessa indústria na elaboração de padrões de beleza, como é o caso dos “sex symbols” que permeiam o imaginário popular. É sempre necessário estabelecer uma ponte com a atualidade, por isso, questione os alunos sobre os filmes que assistem, quem são os padrões de beleza atuais e assim criar conexões entre o passado e o presente.

A primeira fotografia foi retirada do perfil “miss_hollyold_”, sendo protagonizada pelos atores Mirna Loy e William Powell. Ela foi realizada para fins de divulgação do filme “The Thin Man” de 1934 [que no Brasil ficou traduzido para A ceia dos acusados]. Esse filme é uma comédia detetivesca, gênero bem popular nesse período, tendo sido uma franquia composta por seis filmes no total. Os atores formavam um casal que se envolviam em trapalhadas enquanto investigavam algum estranho acontecimento. Mirna Loy, a atriz protagonista, era associada a imagem da jovem moça divertida e envolvente que auxiliava o protagonista homem nas suas aventuras. Na imagem, vemos um casal que estão envolvidos romanticamente pela disposição dos corpos. Ela apresenta uma face contemplativa, sem olhar diretamente para a câmera, nem para o seu companheiro. Nesse caso, ela deixa claro o fato de que gosta de ser admirada por ele. Ela utiliza um vestido de alças, o que demonstra ser uma moça ousada e que está com roupas de festa. Sua maquiagem e penteado são um clássico que marcou os anos 1930, sobrancelhas arqueadas, finas, levemente desenhadas a lápis. A sombra é escura, o batom também, o que cria um efeito de contraste, importante nas fotografias em preto e branco. O cabelo é curto e encaracolado, estilo muito usado pelas atrizes hollywoodianas no período.
 

Fonte: https://www.instagram.com/p/B197nqunhxU/

Enquanto isso, William Powell, considerado um galã da época, aparece de terno e gravata, vestimenta tradicional masculina, bigode pouco volumoso, sem barba, cabelo alinhado, com algum tipo de produto para cabelos que deixava os fios para trás, representando bem o padrão de beleza masculino desse período. Algo interessante que não contém na imagem, é a diferença de idade entre eles, nesse caso, Myrna tinha 29 anos, enquanto William tinha 42 anos nessa fotografia. Era muito comum casais com grandes diferenças de idade nos filmes, além disso, a vida útil de um ator homem era muito maior que de uma atriz. Os homens encerravam suas carreiras com mais de sessenta anos sendo considerados ainda galãs, enquanto as mulheres terminavam com no máximo quarenta anos, sendo posteriormente chamada para papéis pequenos.

Segundo Denise Sant’Anna [2012] graças aos novos recursos da maquiagem e das técnicas cinematográficas, o embelezamento modificou a visão dos corpos feminino e masculino. Exemplar a esse respeito foi o surgimento de Rodolfo Valentino, que se assemelha ao William Powell. Sua imagem combinava virilidade e sensibilidade, força do corpo e delicadeza dos gestos. Seu rosto, sem os traços da barba, convidava ao toque, sugeria um contato macio, próximo ao imaginário historicamente associado a feminilidade. As mulheres apareciam mais ousadas, porém, ainda resguardavam uma áurea de delicadeza, recato e sensibilidade, atributos considerados femininos.

As possibilidades de análise das fotografias são infinitas, sendo interessante que o professor traga os alunos para a análise e provoque neles o desejo de manifestarem suas opiniões e considerações acerca da fotografia. Essa etapa é fundamental no processo de aprendizagem, despertando neles o senso crítico. Nesse sentido, podemos discutir, por exemplo, a construção da masculinidade e da feminilidade pelo cinema americano nos anos de 1930. As desigualdades enfrentadas pelas mulheres nessa indústria extremamente competitiva e pouco receptiva para com elas. Seria interessante que além da fotografia, apresentasse também vídeos desses atores em movimento, como nos trailers desses filmes disponibilizados pelas páginas de suas produtoras no Youtube, como é o caso dos filmes da MGM, da Warner Bros e da Paramount.

Caroline Gomes Rocha [2019, p. 4-5] afirma que:

“[...] as representações femininas no cinema da época eram majoritariamente dependentes e construídas em função do homem, sendo a maioria das mulheres representadas pelos filmes, segundo a classificação proposta por Ann Kaplan [1995], do tipo cúmplices, que renunciam aos seus sentimentos pessoais e realização individual em detrimento de outras questões, adotando uma posição de resignação”.

Por que não trazer essas questões para a discussão com os alunos e assim contribuir para que possam refletir criticamente sobre as desigualdades de gênero na indústria cinematográfica enfrentadas hoje pelas mulheres, LGBTQs, negros e várias etnias.

A seguir, as fotografias são compostas por duas estrelas muito populares no cinema na década de 1950. Por meio delas é possível analisar as mudanças nos padrões de beleza que exploravam uma postura mais sexy e despojada de suas estrelas. Abaixo, escolhi uma imagem do ator americano James Dean, conhecido pelo filme Juventude Transviada de 1955.


Fonte: https://www.instagram.com/p/B3BGN61nuFV/

Na fotografia acima vemos o ator James Dean, em um lugar ensolarado, de maneira despojada, fumando um cigarro, com uma camiseta branca, cabelos penteados para trás, mas dessa vez, de maneira leve. A foto foi tirada de lado para causar a sensação de que foi tirada sem que o fotografado percebesse. Novamente vemos um homem sem barba, branco, com pelos apenas nos braços. Com James Dean percebemos uma mudança crucial no padrão de beleza masculino que nesse momento passa a ser despojado e jovem, nessa fotografia ele estava com a idade aproximadamente de 24 anos, época que despontou como galã, tempo breve, até sua morte.

Na foto a seguir, vemos a atriz Sophia Loren em 1955, momento em que ela despontou como um dos “sex symbols” mais marcantes da época. Uma das características mais admiradas sobre ela era a sua sensualidade, com um olhar marcante, lábios volumosos e corpo curvilíneo. De origem italiana, ela produziu um novo padrão de beleza feminino, com mulheres sensuais, de corpos curvilíneos, como é o caso de outra estrela dessa época, a atriz Marilyn Monroe. A magreza, apesar de ainda ser um padrão, agora disputava a visibilidade com mulheres mais “robustas” que atraíam o olhar masculino.


Fonte: https://www.instagram.com/p/BzLxvzpHxvJ/

Na imagem acima, percebemos que os pelos nas axilas das mulheres não eram vistos como um problema, mas como uma característica. A “caça aos pelos” nas mulheres é um padrão de beleza relativamente recente. Dessa maneira, era recorrente as imagens da Sophia Loren mostrando suas axilas, se tornando uma marca da atriz. Segundo Caroline Gomes Rocha [2019] Hollywood buscava, à época, uma nova estrela feminina para a década, que atraísse o grande público masculino para o cinema. Sendo a Sophia Loren uma das que mais engajavam os homens a irem às salas de cinema. Isso demonstra como o corpo feminino é objetificado, aspecto que marcou a história do cinema hollywoodiano, onde mulheres apenas apareciam como alvo do olhar masculino e interesse romântico do protagonista. A figura da “femme fatale”, por exemplo, surgiu ainda nos anos 1920, no entanto, foi sendo reelaborada ao longo das décadas, configurando uma das imagens mais recorrentes no cinema americano. Por isso, é importante pensar sobre como a corpo feminino e masculino foram representados ao longo do tempo, até mesmo, as definições binárias acerca do corpo foram produzidas para criar essa aparência de naturalidade que reproduz preconceitos.

Silvana Vilodre Goellner [2013, p. 30] afirma que é preciso:

“Pensar o corpo como algo produzido na e pela cultura, é, simultaneamente, um desafio e uma necessidade. Um desafio porque rompe, de certa forma, com o olhar naturalista sobre o qual muitas vezes o corpo é observado, explicado, classificado e tratado. Uma necessidade porque ao desnaturalizá-lo revela, sobretudo, que o corpo é histórico. Isto é, mais do que um dado natural cuja materialidade nos presentifica no mundo, o corpo é uma construção sobre a qual são conferidas diferentes marcas em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas, grupos sociais, étnicos, etc”.

Conclusão
A intenção desse ensaio foi promover uma reflexão acerca da produção da beleza, do corpo, da feminilidade e da masculinidade ao longo do tempo e, principalmente, construir um olhar desnaturalizado acerca dessas questões e como elas possuem marcas de historicidade. O modelo de aula apresentado nesse texto não é a única possibilidade para esse tipo de abordagem metodológica. O uso do Instagram como recurso didático é ampla e a decisão de como utilizá-lo vai depender do professor e dos objetivos propostos para a sua aula.

É recomendado não utilizar as fotografias de forma pura, na verdade, é preciso trazê-las de forma contextualizada, dialogando também, se possível, com outras fontes. O importante é proporcionar uma aula reflexiva e cheia de momentos de aprendizagem ricos e críticos. Nesse sentido, os alunos poderão questionar a sua relação com os padrões de beleza atuais e com as redes sociais, que muitas vezes é tóxico, deixando as pessoas doentes.

Portanto, os limites das abordagens metodológicas realizadas com o Instagram e com as fotografias vai depender unicamente dos limites da criatividade do professor. Bom trabalho!

Referências
Prof. Vitória Diniz de Souza, graduada em História (UEPB) e mestranda em Educação (UFRN).

CLASSIC HOLLYWOOD, 2019. Disponível em:
https://www.instagram.com/miss_hollyold_/. Acesso em: 23 de fevereiro de 2020.
COSTA, Haloana Moreira; FIGUEIRA-BORGES, Guilherme. Discursividades em fotografia: constituição do corpo feminino na história. III Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEG: Inovação: Inclusão social e Direitos. Pirenópolis – Goiás, 2016.
DIGITAL BRAZIL, 2019. Disponível em:
https://datareportal.com/reports/digital-2019-brazil. Acesso em: 23 de fevereiro de 2020.
GOELLNER, Silvana Vilodre. A produção cultural do corpo. In: LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre (Orgs.). Corpo, Gênero e Sexualidade: um debate contemporâneo. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013, pp. 30-42.
RANZI, Serlei Maria Fischer. Cinema e aprendizagem em história. Revista História & Ensino, Londrina, V. 8, edição especial, out. 2002, pp. 185-194.
ROCHA, Caroline Gomes. A Mulher e o Cinema: Uma Breve Análise da Representação Feminina na Era de Ouro do Cinema Americano. Intercom: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste. São Luís, 2019.
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. Corpo e Beleza. “Sempre Bela”. In: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria (Orgs.). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2012, pp. 105-125.
TELE.SÍNTESE. 85% de crianças e adolescentes do país já são usuários da internet, 2018. Disponível em: http://www.telesintese.com.br/85-de-criancas-e-adolescentes-do-pais-ja-sao-usuarios-da-internet/. Acesso em: 23 de fevereiro de 2020.
THE CLASSICS, DARLING, 2019. Disponível em:
https://www.instagram.com/theclassicsdarling/. Acesso em: 23 de fevereiro de 2020.
VINTAGE STARS, 2019. Disponível em:
https://www.instagram.com/vintagehollywoodstars/. Acesso em: 23 de fevereiro de 2020.


31 comentários:

  1. Considero a proposta do texto interessante, e fiquei com uma questão. E as legendas e as hashtag organizadas por estes ig [se é que são feitas] não deveriam também ser uma opção de análise? Acredito que a linguagem escrita, tanto nas legendas como nos comentários dos seguidores, podem ser um campo de possibilidades na leitura da imagem. Gostaria de saber se esse ponto também seria um alvo para debate.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Claro que sim! As possibilidades para a análise dos posts no Instagram são muitas e a abordagem vai depender dos objetivos da aula e do interesse do(a) professor(a) e da turma.
      Vitória Diniz de Souza

      Excluir
  2. Gostaria de parabenizar pelo trabalho com uma temática tão em voga na sociedade atual.
    Como sabemos o aplicativo Instagram é uma grande indústria que elabora padrões de beleza tanto para masculinidades como para as feminilidades, produzindo cotidianamente representações diversas sobre o corpo humano. Como apontado pelo trabalho, este método de ensino-aprendizagem com o Instagram com base na história e fotografia, poderia ser utilizado com fotos múltiplas épocas, apresentando caminhos amplos a serem analisados. Gostaria de saber mais de você como estudiosa da temática e dos modos de ação, qual seria sua percepção sobre o trabalho com a desconstrução dos padrões para os corpos, feminilidades, forma de se portar na atualidade por mulheres. Pois sabemos que como um aplicativo de livre acesso, muitas mulheres que não se encaixam no padrão de beleza imposto pela sociedade, ao postarem suas fotos, principalmente digital influencers (como a Alexandra, dos alexandrismos) acabam por ter retaliações com comentários ofensivos e preconceituosos, como utilizar essas fontes midiáticas de comentários e hashtags em nosso favor para uma problemática e novos caminhos . Obrigada, abraços!

    Ass: Ingrid Taylana Machado

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa observação! Tudo depende dos objetivos da aula e do tema que está sendo trabalhado. É muito interessante também trabalhar com os comentários das imagens e propor com os alunos uma análise crítica sobre como os corpos "fora dos padrões" são alvo de comentários violentos. Até mesmo, para que os alunos enquanto usuários da internet reflitam sobre a suas condutas.
      Ass: Vitória Diniz de Souza

      Excluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Gostaria de primeiramente parabenizar o trabalho, a proposta é interessante e como dissesse, variada. Teria uma questão e uma dica para pensar sobre a proposta. A dúvida que fiquei é sobre como os alunos terão acesso as imagens. Considerando as condições perfeitas, os alunos buscariam pelos perfis e teriam em mãos o instagram aberto e buscando pelas referencias e perfis trazidos ou as imagens seriam pré-selecionadas e trazidas em uma outra forma de apresentação para serem analisadas? Fiquei pensando nisso considerando distrações e participação. A dica é em relação a percepção de continuidades e descontinuidades dos padrões de corpos. Hoje temos as celebridades com suas próprias contas e fazendo muitas vezes elas mesmas as publicações. Fazer uma jogo de comparações entre astros do passado e astros atuais que muitas vezes são idolos dos alunos, talvez ajudasse eles a compreender melhor as mudanças e continuidades nos padrões de raça, gênero, idade, nacionalidade e etc, contribuindo com uma certa identidade com o assunto trabalhado. Parabéns novamente.

    Nicole Angélica Schneider

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Com certeza! Esse exercício comparativo possibilita pensar na instabilidade dos padrões de beleza e nas suas transformações ao longo do tempo. Seria sim interessante propor que os próprios alunos pesquisem e escolham as imagens que serão analisadas. Pode ser com seus celulares ou em grupos, isso vai depender das condições de acesso a internet na escola e se há a tecnologia necessária para a atividade, no caso dos alunos que não tenham um smartphone.
      Ass: Vitória Diniz de Souza

      Excluir
  5. Boa tarde
    Minha questão é a seguinte: de que forma você acredita ser possível que as imagens difundidas pelo Instagram auxiliam na formação de uma consciência dos educandos como agentes históricos que fazem parte dessas mudanças e de processos como, por exemplo, a mudança dos padrões de beleza? Ou seja, de que maneira seria possível utilizar essa ferramenta para que eles se percebam também como agentes históricos nesse ambiente e contexto virtual?
    Aproveito para parabenizar a autora pelo belo trabalho!

    Bethânia Luisa Lessa Werner

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acredito que trazer as redes sociais para a sala de aula é a melhor maneira para ajudar os alunos a refletirem sobre suas práticas como internautas. Talvez, uma possibilidade é fazer um exercício comparativo, ou também, trazer questionamentos e problematizações para eles proporem soluções.
      Ass: Vitória Diniz de Souza

      Excluir
  6. Olá, boa tarde.
    Primeiramente, gostaria de elogiar o trabalho, possuí uma ótima temática, e está muito bem escrito. Parabéns.

    O instagram se tornou mais do que uma simples rede social, hoje em dia muitas pessoas trabalham e tiram seu sustento através dessa ferramenta, e isso causa um impacto muito grande na vida das pessoas, pois a beleza se tornou uma mercadoria. Então, é excelente quando você aborda o corpo como algo histórico, isso faz com que os estudantes pensem além das fronteiras que estão habituados.

    A minha pergunta é, como educar os estudantes para usar as redes sociais de uma maneira mais saudável, sem atrapalhar o andamento do trabalho, e quais as dificuldades encontradas em conciliar isso com a indisciplina dos mesmos?

    Samara Alves de Oliveira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa pergunta! Uma boa maneira é utilizar as redes sociais sempre que possível nas aulas, e também, propor questionamentos, comparações, fazer que os alunos se questionem sobre as suas condutas na internet. Agora, tudo isso vai depender do interesse da turma, as vezes uma atividade como essa pode dar certo com uma turma e em outras não.
      Ass: Vitória Diniz de Souza

      Excluir
    2. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    3. Obrigada pela resposta. O artigo me gerou grandes reflexões, mais uma vez, Parabéns!

      Samara Alves de Oliveira

      Excluir
  7. Olá Vitória. Achei seu texto bem interessante mas gostaria de saber algo bem pontual, metodologicamente você acha que existiria alguma diferença de aprendizagem se o meio tecnológico utilizado fosse uma projeção de slides ou as fotos impressas? Porque fiquei pensando nas condições de realização dessa atividade, a mobilização dos alunos para abrir a rede (que para muitos é um vício onde ficam várias horas do dia) e ver apenas algumas dessas fotos enquanto notificações chegam e novos seguidores aparecem. E, por último, tendo em vista que o Instagram foi a rede social selecionada, você não considera que o uso constante de filtros de embelezamento (com cílios grades, pele lisa, maquiagem) reforçam esses padrões que a aula tenta desconstruir, devendo também ser parte de uma análise que considera o presente?
    Mayla Louise Greboge Montoia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa pergunta! Eu acho que o meio virtual ainda é o mais indicado, mesmo que seja por meio do projetor para a turma toda. Agora, em relação a questão da manipulação das fotos, vale muito a pena discutir como a imagem é uma construção e que nem sempre condiz com a realidade. Até mesmo, imagens antigas são manipuladas, por isso, talvez seja interessante trazer para a aula uma discussão sobre a elaboração da fotografia e comparar modos antigos com esse processo no presente.
      Ass: Vitória Diniz de Souza

      Excluir
  8. Olá, boa tarde.
    Primeiramente, parabéns a ideia é apresentada de forma muito bem feita. Tenho apenas algumas dúvidas. Os alunos entraram na rede social ou você apresentou em sala via data-show? Outro ponto, o Instagram acaba sendo apenas um ponto de pesquisa ou você e alunos possuem uma conta para Interações. Eu costumo trabalhar com o Instagram, mas em outra perspectiva, no caso criamos uma conta @legip.ifma e a alimentamos com imagens, videos e questões ligadas ao gênero. Seria um prazer receber uma visita sua lá.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Nila Michele, boa noite.
      Eu pensei inicialmente no uso do Instagram através do data-show, mas acredito que pode ser da maneira que for mais conveniente para a classe, como no caso de turmas muito numerosas. Mas é claro que, é possível variar, acredito que utilizar o celular na sala pode ser interessante, principalmente, em turmas menores.
      Sobre o segundo ponto, a ideia de uma conta para interações é muito bem-vinda. Ela pode ser um ótimo veículo para o desenvolvimento de um ensino extra-classe e com uma maior iteratividade entre os alunos. Adorei a ideia!

      Excluir
  9. Olá, boa tarde.

    Primeiramente, parabéns a ideia é apresentada de forma muito bem feita. Tenho apenas algumas dúvidas. Os alunos entraram na rede social ou você apresentou em sala via data-show? Outro ponto, o Instagram acaba sendo apenas um ponto de pesquisa ou você e alunos possuem uma conta para Interações. Eu costumo trabalhar com o Instagram, mas em outra perspectiva, no caso criamos uma conta @legip.ifma e a alimentamos com imagens, videos e questões ligadas ao gênero. Seria um prazer receber uma visita sua lá.

    Nila Michele Bastos Santos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Nila Michele, boa noite.
      Eu pensei inicialmente no uso do Instagram através do data-show, mas acredito que pode ser da maneira que for mais conveniente para a classe, como no caso de turmas muito numerosas. Mas é claro que, é possível variar, acredito que utilizar o celular na sala pode ser interessante, principalmente, em turmas menores.
      Sobre o segundo ponto, a ideia de uma conta para interações é muito bem-vinda. Ela pode ser um ótimo veículo para o desenvolvimento de um ensino extra-classe e com uma maior iteratividade entre os alunos. Adorei a ideia!

      Excluir
  10. Olá, Vitória!
    Notamos que seu relato traz uma experiência de trabalho bem exitosa. Na literatura antropológica e sociológica estudamos como o corpo é moldado pelo contexto cultural e social de uma sociedade, ditando os padrões de feminilidade e masculinidade. O corpo de homens e mulheres são transformados pelas regras aprendidas através do processo de socialização de instituições sociais como a família, a escola, a igreja, o Estado e também a mídia. Achei bem interessante você trabalhar com o Instagram porque é algo bem próximo da realidade da maioria dos jovens das escolas, além de ser uma rede social fruto de um contexto que também manipula e explora os usos e representações do corpo dos sujeitos. Gostaria de saber qual foi a reação dos seus estudantes ao trabalhar com o Instagram nas aulas de História, como eles reagiram, se provocou um maior interesse pela disciplina, se gerou uma maior participação deles durante a aula. Outra coisa, você usou essa ferramenta somente em uma aula?

    Vanderlene de Farias Lima

    ResponderExcluir
  11. Olá, boa tarde!
    Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo trabalho. O relato de sua experiência serve de inspiração para adaptações com diferentes abordagens e metodologias. Considerando a proposta apresentada por você, a historicidade do corpo, ideais de beleza e as muitas representações, explicitas e implícitas, contidas em uma fotografia gostaria de saber sua opinião sobre uma possível abordagem interdisciplinar sobre essa temática analisando essas representações do ponto de vista da História, da Geografia e da Sociologia.

    Raylane Ramos Gomes

    ResponderExcluir
  12. Parabéns pelo texto! Provocativo! Penso que precisamos desenvolver com os estudantes referenciais que possibilitem leitura de mundo. A fotografia também é um discurso e isso é uma importante problematização. No entanto, o conceito de aula ainda é muito restrito a reprodução de conteúdos e não a produção de conhecimentos. Qual foi a reação dos alunos diante da atividade? Como seus colegas (da disciplina e de outros componentes curriculares) "viram" essa aula? Houve algum questionamento/comentário acerca da relevância da temática e mesmo da metodologia?

    Janaina Jaskiu

    ResponderExcluir
  13. Parabéns pelo texto, muito descritivo e objetivo sem deixar de pontuar sobre a existência dos mais variados cenários nas salas de aula brasileiras. A minha questão é: em uma turma onde ao menos 80% dos alunos possuem acesso e utilizam a rede social em questão, seria possível propor uma atividade de pesquisa extraclasse onde os alunos buscassem por imagens da temática proposta e depois levassem à sala de aula apresentando as questões observadas e os motivos que levaram à escolha de tal? Seria essa uma possibilidade de apresentar uma nova via de uso das redes sociais aos alunos? Novamente, agradeço pelo seu texto!

    Nayara Brito Pereira.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite e obrigada, Nayara!
      Sim, acredito que as pesquisas extra-classes são muito positivas e possibilitam aos alunos maior autonomia na produção do conhecimento em sala de aula. Essa decisão vai depender muito do interesse da turma, principalmente, porque é comum termos uma ideia super interessante no planejamento e na hora da aula a turma não sentir muito interesse. A pesquisa das imagens em conjunto com os alunos seria maravilhosa!

      Excluir
  14. Olá, Vitória! Gostei bastante do seu trabalho, parabéns. Gostaria de saber um pouco mais sobre experiencias da aplicação desse método lúdico em sala de aula ? E também, sua opinião se esse tipo de ensino, através do Instagram, poderia ser usa com outros assuntos, além do corpo ?

    MARIA LUISA SOARES MARCOLINO

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Maria Luisa!
      Sim, é possível aplicar esse método com outras temáticas, tudo depende do objetivo da aula. Eu indico sempre o uso da criatividade com a turma e explorar outras maneiras de se abordar um assunto.

      Excluir
  15. Prezada Vitória, boa noite!

    Gostaria de parabenizar pelo texto e comentar sobre o Instagram e as imagens como um facilitador no ensino.
    Os alunos podem aprender com mais facilidade se lembrarem da imagem.

    No momento de uma prova, por exemplo, virá na lembrança dele a foto vista na última aula.

    Saudações!

    Luceli Santília Silva de Paula

    ResponderExcluir
  16. Olá Vitória! Primeiramente quero parabenizá-la pelo seu texto. Achei muito interessante a forma como você organizou a aula utilizando imagens, principalmente as dicas. Também devo citar que concordo com uso das fotografias para mostrar a história das mulheres, nas mais diferentes dinâmicas socias e tempos.
    Eu gostaria de saber na sua opinião, você acredita que as imagens se bem utilizadas dentro da sala de aula, poderão no futuro mudar esse esquecimento das mulheres na história?
    E deixarão de objetifica-las? Digo no sentido de somente utliza-las como atração para o público.
    Milena Silvério Ferreira

    ResponderExcluir
  17. Gostaria de parabenizar pelo artigo e deixar um questionamento: quais os maiores desafios que vocês tiveram na utilização dessas novas tecnologias em sala de aula? Vocês já tiveram contato com algum aluno que passava por algum mal-estar advindo do instagram?

    Wheber Mendes dos Santos

    ResponderExcluir
  18. Olá Vitória, parabéns pelo texto! Gostei especialmente por seu texto funcionar como uma proposta de trabalho para conduzir as aulas de História de professores dos mais diferentes segmentos de ensino. Mas, venho aqui também fazer uma provocação. Você propõe o exercício a partir da escolha do professor. Como seria possível uma inversão de papéis? Digo, que tal pensar em incentivar as escolhas a partir das demandas dos alunos? Você acha possível? Queria te ouvir nesse sentido!

    Azemar dos Santos Soares Júnior

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.