Itamara Cris Marchi Cordeiro


REFLEXÕES A CERCA DO ESTUDO DE GÊNERO EM SALA DE AULA POR BRECHAS DA NOVA BNCC



Quando entramos em sala de aula, nós professores [as], nos deparamos com um mundo de possibilidades e expectativas. Hoje contamos com grandes ferramentas que nos auxiliam, principalmente aos [as] professores [as] de História, a

“ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista [...] Ensinar História passa a ser, então, dar condições para que o aluno possa participar do processo do fazer, do construir a História. O aluno deve entender que o conhecimento histórico não é adquirido como um dom” [SCHMIDT, 2003. In. BITTENCOURT, 2003, p. 57].

O presente texto abordará reflexões a cerca da experiência do ensino de gênero em sala de aula da rede privada de ensino. Iniciando com a reflexão sobre o ‘ser professor [a] de História’, passando à emergência do ensino da História das Mulheres e concluindo com a experiência em sala da aula.

“A aula de História é o momento em que, ciente do conhecimento que possui, o professor pode oferecer a seu aluno a apropriação do conhecimento histórico existente, através de um esforço e de uma atividade com a qual ele retome a atividade que edificou esse conhecimento. É também o espaço em que um embate é travado diante do próprio saber: de um lado, a necessidade do professor ser o produtor do saber, de ser partícipe da produção do conhecimento histórico, de contribuir pessoalmente. De outro lado, a opção de tornar-se apenas um eco do que os outros já disseram” [SCHMIDT, 2003. In. BITTENCOURT, 2003, p. 57].

Oferecer, permitir, incluir e participar da produção do conhecimento é isto que temos em mente quando preparamos nossas aulas e entramos em sala de aula, não pretendemos ter alunos [as] meros [as] espectadores [as] e também não pretendemos ser ‘um eco do que os outros já disseram’, surge assim a questão, ou as questões: como incluir, ou abordar, a temática de gênero no ambiente escolar de uma maneira que ao mesmo tempo seja relacionada, comparada, compreendida com os assuntos trabalhados e desperte o interesse de todos [as]?

Muitos são os desafios que se apresentam aos [as] professores [as] de História, seja recém-formado [a] que ‘ao mesmo tempo, ele vive a insegurança em relação a juventude dos seus próprios alunos e à defasagem entre sua própria formação e o aceleramento contínuo dos novos estudos e pesquisas do conhecimento histórico’ [SCHMIDT, 2003. In. BITTENCOURT, 2003, p. 56]; ou já com certa experiência, cabe aos [as] professores [as] ‘dar condições para que o aluno possa participar do processo do fazer, do construir a História’ [SCHMIDT, 2003. In. BITTENCOURT, 2003, p.57]. Essas intenções vêm intimamente aliadas às determinações da nova BNCC [2019] onde muitos [as] professores [as] buscam inserir em suas aulas metodologias ativas [quando desenvolvemos uma aula que envolva os [as] alunos [as] e ele [a] aprende fazendo]. Em seu texto a BNCC [2019] prevê que para o Ensino Médio seja promovido o diálogo com o [a] Outro [a] e que sejam usadas as novas tecnologias para abordar isso, ‘no conjunto das relações sociais, é necessário assegurar aos estudantes a análise e o uso consciente e crítico dessas tecnologias, observando seus objetivos circunstancias e suas finalidades a médio e longo prazos, explorando suas potencialidades e evidenciando seus limites na configuração do mundo contemporâneo’ [BNCC, 2019, p. 562].

Desde o Ensino Fundamental procura-se estimular, segundo a BNCC [2019],

“Um dos importantes objetivos de História no Ensino Fundamental é estimular a autonomia de pensamento e a capacidade de reconhecer que os indivíduos agem de acordo com a época e o lugar nos quais vivem, de forma a preservar ou transformar seus hábitos e condutas. A percepção de que existe uma grande diversidade de sujeitos e histórias estimula o pensamento crítico, a autonomia e a formação para a cidadania” [BNCC, 2019, p. 400].

Ao longo do Ensino Médio saber promover diálogos construtivos que incluam diferentes grupos sociais, indivíduos, saberes e culturas, por exemplo, condicionam ao conhecimento, respeito e aceitação do diferente e a assumir uma postura ética perante a sociedade. Justificando a necessidade das categorias ‘Política e Trabalho’ a BNCC [2019] demonstra a preocupação em saber respeitar as diferenças

“No tratamento dessas categorias no Ensino Médio, a heterogeneidade de visões de mundo e a convivência com as diferenças favorecem o desenvolvimento da sensibilidade, da autocrítica e da criatividade, nas situações da vida, em geral, e nas produções da vida, em particular. Essa ampliação da visão de mundo dos estudantes resulta em ganhos éticos relacionados à autonomia das decisões e ao comprometimento com valores como liberdade, justiça social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade” [BNCC, 2019, p. 569].

Com isto em mente, e tendo buscado preparo além da formação nos deparamos com os Estudos de Gênero o qual podemos abordar em vários momentos no material [Editora Positivo, 2017] utilizado pela escola particular alvo desta experiência relatada no presente texto. Esta escola em seu sistema de ensino possibilita abordar a História das Mulheres em vários momentos, mas especificamente na 1ª série do Ensino Médio. Ao iniciar o material desta série trabalhamos a introdução aos estudos históricos que inclui diversos conceitos essenciais ao conhecimento da História [historiografia, historicidade, sujeito histórico, por exemplo]. Este próprio material [Editora Positivo, 2017] cita, em suas atividades, texto de Michele Perrot, onde podemos inserir seu ponto de vista a cerca das novas abordagens da historiografia.

“O ‘ofício de historiador’ é um ofício de homens que escrevem a história no masculino. Os campos que abordam são os da ação e do poder masculinos, mesmo quando anexam novos territórios. Econômica, a história ignora a mulher improdutiva. Social, ela privilegia as classes e negligencia os sexos. Cultural ou “mental”, ela fala do Homem em geral, tão assexuado quanto a Humanidade. Célebres – piedosas e escandalosas –, as mulheres alimentam as crônicas da “pequena” história, meras coadjuvantes da História” [PERROT, 1988, p.185].

Neste momento que podemos apresentar a necessidade da História das Mulheres explicando a partir dos estudos de Joan Scott, e deixando claro que existem muitas pesquisas, agora, que abordam várias áreas de conhecimento a cerca de gênero, pois a historiografia passou a ‘olhar’ para as mulheres, assim como para outros sujeitos históricos não pensados antes.

“A história das mulheres, sugerindo que ela faz uma modificação da “história”, investiga o modo como o significado daquele termo geral foi estabelecido. Questiona a prioridade relativa dada à ‘história do homem’, em oposição “à história da mulher”, expondo a hierarquia implícita em muitos relatos históricos. E, mais fundamentalmente, desafia tanto a competência de qualquer reivindicação da história de fazer um relato completo quanto à perfeição e a presença intrínseca do objeto da história – o Homem universal” [SCOTT, 1992, p. 78]

Para a autora pensar a história das mulheres corresponde a um ‘estudo dinâmico na política da produção do conhecimento’. Mediar a produção do conhecimento é o que professores [as] fazem em sala de aula. Neste ponto apresentar a experiência do [a] professores [as] diante do tema estudado é uma alternativa muito interessante, pois permite demonstrar claramente como é seu trabalho e permite comparações com sujeitos de convivência dos [as] alunos [as]. Sendo assim relatamos nosso primeiro contato com a história das mulheres, que aconteceu ao desenvolver o projeto “Os catadores da margem esquerda: coleta, sobrevivência e identidade no Médio-Iguaçu no início do século XXI”, desenvolvido na Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras – FAFIUV, entre 2009 e 2010, fomentado pelo Governo Estadual através do ‘Universidade Sem Fronteiras’, e depois na especialização ao cumprir o módulo “Do protagonismo da história das mulheres ao gênero como categoria de análise” com a professora Dulceli Tonet Estacheski, também na Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras – FAFIUV. Nestes dois casos publicamos textos que são apresentados aos [as] alunos [as] para esclarecer e demonstrar uma realidade bem próxima a sua no que diz respeito a ser sujeito histórico alinhado aos direitos e deveres de sua cidadania, engajado [a] com as preocupações referente às reflexões de gênero.

“‘Gênero’ foi o termo usado para teorizar a questão da diferença sexual. Nos Estados Unidos, o termo é extraído tanto da gramática, com suas implicações sobre as convenções ou regras [feitas pelo homem] do uso da linguística, quanto dos estudos da sociologia dos papeis sociais designados às mulheres e aos homens. Embora os usos sociológicos de “gênero” possam incorporar tônicas funcionalistas ou essencialistas, as feministas escolheram enfatizar as conotações sociais de gênero em contraste com as conotações físicas de sexo” [SCOTT, 1992, p. 86-87].

Segundo Scott [1995] a aceitação da História das Mulheres é um caminho árduo a ser construído por historiadores [as] desta área visto que este estudo demorou a ser compreendido até mesmo por aqueles [as] que pesquisam sobre. Neste caminho muitos [as] passaram a utilizar o termo ‘gênero’, que a própria historiadora afirma ser um termo para substituir o termo “mulheres” e ‘é também utilizado para sugerir que qualquer informação sobre as mulheres é necessariamente informação sobre os homens, que um implica o estudo do outro’ [SCOTT, 1995, p. 75]; ou seja, a história das mulheres, ou melhor, o estudo de gênero, não é um abscesso da História dos homens e sim a união de diversas experiências que enriquecem a compreensão da História da Humanidade, ‘‘gênero’ tornou-se uma palavra particularmente útil, pois oferece um meio de distinguir a prática sexual dos papéis sexuais atribuídos às mulheres e aos homens’ [SCOTT, 1995, p. 75].

Contudo ainda percebemos que, ao longo do processo de implementação da História como disciplina escolar e da preocupação com a escrita da História, no nosso caso a História do Brasil, ‘os interesses do Estado e da Educação conjugavam-se na medida em que os indivíduos seriam moldados pela ação e representação conservadoras’ [BITTENCOURT, 2003, p. 34]. Notamos isso com a ‘poda’ que a discussão sobre gênero nas escolas sofreu.

Na explicação sobre sua definição de ‘gênero’ Scott [1995] esclarece que o centro de sua definição está baseado em duas proposições que se conectam integralmente: a primeira diz respeito ao fato de gênero esclarecer que as relações sociais são organizadas a partir das diferenças entre os sexos; e em segundo, que gênero se torna a priori a significação das relações de poder. E é nesta segunda proposição que podemos justificar a necessidade de abordar o estudo de gênero na escola: trabalhar as relações de poder no interior das sociedades é uma das propostas de aprendizagens que temos presente na BNCC [2019] no Ensino Médio

“Na modernidade, a noção de indivíduo se tornou mais complexa em razão das transformações ocorridas no âmbito das relações sociais marcadas por novos códigos culturais, concepções de individualidade e formas de organização política no mundo ocidental. Em meio às mudanças, foram criadas condições para o debate a respeito da natureza dos seres humanos, seu papel em diferentes culturas, suas instituições e sua capacidade para a autodeterminação” [BNCC, 2019, p. 566].

E para Scott [1995]

“o gênero é uma forma primária de dar significado às relações de poder. Seria melhor dizer: o gênero é um campo primário no interior do qual, ou por meio do qual o poder é articulado. O gênero não é o único campo, mas ele parece ter sido uma forma persistente e recorrente de possibilitar a significação do poder do ocidente, nas tradições judaico-cristãs e islâmicas” [SCOTT, 1995, p. 88]

Concluímos com uma questão: na experiência relatada apresentamos o fato de estarmos cientes da emergência da História das Mulheres, compreendemos os caminhos por onde abordá-la e como relacioná-la a outros saberes históricos, mas e os [as] demais colegas, das mais diversas áreas, como abordam o tema, se não há possibilidade [por parte das políticas educacionais dos governos] de ampliar esse debate em sala de aula? Pois concordamos com Joan Scott [1995] que os estudos de gênero apresentam uma maneira de alcançar o entendimento a cerca das inúmeras possibilidades de interação entre os seres humanos. Aprendemos a observar o [a] outro [a], e a sua relação com o mundo, quando da necessidade de resolver algum conflito, compreendemos que as relações humanas, é isso mesmo ‘humanas’, independente de ser homem ou mulher, somos humanos, devemos receber os mesmos olhares, os mesmos julgamentos, corresponder ou não as expectativas, respeitamos quem está do nosso lado também sem julgar suas habilidades e competências só porque é homem ou mulher, enfim as propostas de crescimento são diversas basta disposição daqueles que querem e podem auxiliar a trilhar e construir esse caminho.

Referências
Itamara Cris Marchi Cordeiro é especialista em História pela FAFIUV e professora de História no Colégio Cosmos de Porto União/SC.

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf acesso em 26/03/20 [internet]
CORDEIRO, Lysvania Villela. “História”. Curitiba: Positivo, 2017. [apostila]
PERROT, Michele. “Os excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros”. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. [artigo]
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. “A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula”. In. BITTENCOURT, Circe. (org.). “O saber histórico na sala de aula”. 8ª Edição. São Paulo: Contexto, 2003. [artigo]
SCOTT, Joan Wallach. “Gênero: uma categoria útil de análise hist9órica”. Educação e realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul/dez. 1995, PP. 71-99. [artigo]
SCOTT, Joan Wallach. “História das Mulheres”, In. BURKE, Peter. (org.). “A escrita da História: novas perspectivas”. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992. [artigo]

6 comentários:

  1. Olá, Itamara! Parabéns pelo texto e pelas reflexões que você trouxe sobre a BNCC e as brechas para o estudo das relações de gênero. Uma questão que me veio a cabeça é que uma das principais críticas a esse documento é o silenciamento em relação a discussão de temas acerca da desigualdade de gênero e da sexualidade nas escolas. No entanto, você acredita na possibilidade de usar desses silêncios para inventar novas maneiras de se construir o ensino de História e utilizar desses problemas para levantar essas questões de gênero e sexualidade em sala de aula?

    ResponderExcluir
  2. Olá, muito obrigada por ter dado atenção ao meu texto e as reflexões propostas por ele. Acredito que sim, que podemos trabalhar aproveitando desses silêncios, como você mesma colocou criando novas maneiras de proporcionar um ambiente para discutir e refletir sobre esse tema, que a meu ver é essencial para as relações humanas. Seria uma negligência nossa, professores e professoras de História que estudam sobre gênero, não criar maneiras e caminhos para refletir sobre o tema. Como professores e professoras estamos nos reinventando sempre e aproveitando tudo que nos vem às mãos para levar, ou proporcionar o acesso ao conhecimento aos nossos alunos e alunas, sendo assim não podemos deixar calar tudo que tem emergência de discussão como é o caso dos temas que estamos discutindo nesse simpósio.

    ResponderExcluir
  3. Quero deixar meu agradecimento por prestigiar tal trabalho que me fez refletir ainda mais sobre o papel do professor de História, pois sou graduanda do curso de Licenciatura Plena em História e estou no 3°período. É bastante satisfatório saber que a temática sobre a mulher, o estudo de gênero está tendo seu espaço cada vez mais nas salas de aula, visto que um tempo atrás não se tinha. Acredito que outros assuntos marginalizados terão seus respectivos espaços também.
    No que tange a última parte do trabalho, o levantamento da questão, o historiador (a) consegue transitar em diferentes áreas e campos, a interdisciplinaridade auxilia então a relação dos varios saberes e conhecimentos em diferentes ciências.
    Minhas dúvidas são:

    Não seria um dos papéis do educador fazer com que o aluno se torne ou tenha pensamentos críticos e reflexivos? Então esse aluno não poderia através dos ensinamentos do professor de História, conseguir relacionar os estudos de gêneros às outras ciências? Considerando claro o desenvolvimento e aprendizagem de cada aluno e o tipo auxílio e apoio que recebe.

    Você acredita que os docentes em História, poderiam desenvolver 'meios' a quais suprisse a ausência de tal abordagem nas outra áreas dentro de suas limitações e dever? Como citado no início de seu artigo, os professores se deparam em mundo de possibilidades e expectativas na sala de aula, olhando por fora parece ser uma tarefa árdua, e ao mesmo tempo empolgante e isso cada vez mais me faz pensar sobre.

    Gabriele Estesyane Tavares Mota

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, primeiramente obrigada por dedicado-se a ler meu texto, fico feliz em saber que despertei significativas reflexões. Para sua primeira questão sim, é papel do educador proporcionar o desenvolvimento de pessoas críticas e reflexivas, e o professor de História abre o caminho, ou faz uma ponte, com outras disciplinas ao trabalhar com questões de gênero, pode por exemplo, relacionar com sociologia, filosofia, ciências, química, matemática... na sociologia temos o desenvolvimento do feminismo, por exemplo, na química podemos apresentar pesquisas e experiências desenvolvidas por mulheres, na filosofia a questão do belo desenvolvido entre os gregos pode-se discutir não só a questão do feminino mas também do masculino e do homossexualismo. Sobre a outra questão, da ausência do debate em outras áreas, o docente de História pode sim proporcionar meios que auxiliem os professores a abordar a temática de gênero. Nas escolas, sejam elas públicas ou privadas, há momentos de encontros dos professores onde se pode sugerir atividades interdisciplinares, e também momentos em que a escola toda desenvolve trabalhos e pesquisas para exposições, ou feiras... e também é uma oportunidade de se desenvolver a discussão, claro dentro das condições de cada escola. Esse é meu entendimento e percepção, entendo que essa temática tem muitas formas de ser trabalhada, basta ter disposição e vontade de ensinar e ao mesmo tempo aprender.
      Abraços
      att

      Excluir
  4. Olá, Itamara. Após a leitura do seu texto e com as discussões permanentes da BNCC, especialmente a do Ensino Médio, aprovada em 2018, quero provocar um debate, refletindo sobre os termos "gênero", "orientação sexual", "identidade de Gênero".O Plano Nacional de Educação (2014) e a BNCC da Educação Infantil e Ensino Fundamental se ausentam de trazer para os seus documentos os termos citados, pois há uma onda fundamentalista religiosa que usa de seus princípios de fé para impor uma ideologia. Isso se alastra no Brasil fervorosamente, atingindo os Planos Municipais de Educação. Com a Base e Reforma do Ensino Médio, bem como a atualização das Diretrizes Curriculares do Ensino Médio, e essa último documento, enfatiza as questões de gênero, orientação sexual e identidade de gênero no art. 27, inciso XV. A minha questão é: Como acolher as juventudes na escola, sendo que conforme o ECA, a juventude inicia com 12 anos, lá no Ensino Fundamental? Como propor o princípio da igualdade, sendo que a escola ainda é segregadora?
    - Robson Ferreira Fernandes

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, muito obrigada por dado atenção ao meu texto, grata por provocar boas discussões e reflexões. Nós trabalhamos com o princípio da igualdade desde a Educação Infantil quando ensinamos a dividir, respeitar, esperar a sua vez. Ao longo do Ensino Fundamental I existem inúmeras atividades e discussões que podem e são realizadas com as crianças para desenvolver o respeito e a igualdade entre meninos e meninas. Eu trabalho em uma escola que vai desde o berçário até o Ensino Médio e nós desenvolvemos no ano passado uma campanha sobre o respeito, onde todas as turmas precisavam desenvolver uma atividade sobre o tema, e as turmas do Fundamental II e Ensino Médio participaram de um concurso para escolha de um slogan e um logotipo sobre respeito, e os professores aqui discutiram respeito a si mesmo, ao próximo, aos animais, a natureza, ao outro, a mulher, ao homem, ao homossexual... . O que estou querendo explicar é que independente da idade, nós professores, podemos trabalhar com igualdade e equidade, para tentar diminuir ou amenizar, e enfim acabar com esse segregacionismo não só na escola mas na sociedade toda.
      Abraços
      att

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.