REPRESENTAÇÕES DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEF NAS CAPAS DA REVISTA ISTO É: DA DAMA DE FERRO À MARIA LOUCA
A discussão sobre a representação e a
representatividade femininas na mídia em geral tem ganhado força na última
década principalmente devido a ação de crítica, problematização e repúdio de
atores do movimento feminista em relação a reafirmação de estereótipos e as
sub-representações de mulheres pelos veículos de comunicação em massa.
Entretanto, podemos perceber, através de uma breve revisão bibliográfica que
trata das diversas formas de representação feminina, o quanto está se coloca
enquanto um problema histórico que se inicia, dentre muitos outros ambientes,
através da arte, da música e da literatura.
Pesquisadoras como a historiadora Michele
Perrot, em sua obra Minha história das mulheres evidencia que até mesmo
produzir uma história que se volte para as trajetórias femininas é um exercício
dificultado pelas representações estereotipadas, produzidas sempre por homens,
e que representam sua visão sobre tais mulheres, e não a forma como estas se
constituíam enquanto sujeitos reais.
Ao voltarmos nossas reflexões para o contexto
de representação de mulheres públicas pela mídia atualmente, como foco em
mulheres que exerçam algum tipo de participação ou representação política,
percebemos que esta realidade quase não se alterou. De acordo com a pesquisa
documental desenvolvida sobre a representação midiática da política feminina
(MIGUEL; BIROLI; 2009) pode-se perceber que novamente o discurso se pauta por
uma representação tradicional que enfatiza as marcações de gênero tanto em
relação ao espaço ocupado por essas mulheres, tanto quando pensamos no trato de
suas imagens e nas pautas as quais sua menção está relacionada:
“A mídia compõe esses procedimentos na medida
em que difunde visões da realidade social que tendem a confirmar e naturalizar
as visões já incorporadas pelos agentes (homens e mulheres) em relação às
hierarquias de gênero. As divisões entre público e privado são, nesse sentido,
exemplares. A confirmação do “pertencimento” de mulheres e homens a temas e
funções vinculados à esfera pública ou à esfera privada, de acordo com as
definições e relações historicamente definidas para essas esferas, é uma
confirmação prospectiva das hierarquias ligadas à inserção nessas esferas e da
divisão do trabalho que implicam.” (MIGUEL; BIROLI; 2009, p. 64).
Com o avanço dos meios de comunicação,
principalmente da popularização e democratização do acesso à jornais e revistas
eletrônicos que acompanhou o desenvolvimento da internet, é possível
estabelecer uma conexão direta entre a importância e difusão de certos nomes
políticos e sua ampla cobertura pela mídia.
Tal percepção se acentua a partir do último
processo eleitoral que ocorreu no Brasil durante o ano de 2018, onde o
candidato eleito a presidência despontou sua candidatura com base na ampla
utilização das redes sociais e dos diferentes veículos de comunicação, ainda
que de forma polêmica. Dessa forma, apontamos que no contexto político
brasileiro atual, mais do que nunca, a forma através da qual um ator político é
representado na mídia e na grande imprensa define em grande parte seus índices
de provação pela opinião pública e sua força de atuação no meio político.
A
revista semanal Istoé e sua atuação política no Brasil
A revista Istoé é uma publicação de
circulação nacional editada no estado de São Paulo. Dentre os muitos assuntos
tratados pelo periódico, seu posicionamento frente a questões políticas fica
claro desde sua primeira publicação, onde já apresenta sua oposição ao regime político
vigente, a Ditadura Civil-Militar no Brasil. Sua oposição ao governo se
apresentava desde menções sutis e subtendidas as medidas divulgadas, à grande
cobertura feita sobre as manifestações antigovernistas que ganharam força
durante a década de 1970, e, por fim, a capa estampada pelo então sindicalista
Luis Inácio Lula da Silva em fevereiro de 1978.
Entretanto, vale ressaltar também a questão
aqui presente sobre o acesso à mídia e a diversos veículos de informação no
Brasil, a começar pelos autos índices de analfabetismo e baixa escolarização
que dificultam em muito o acesso de uma parcela da população a qualquer tipo de
material escrito, espaço então tomado pelos inúmeros noticiários televisivos
que tem maior apelo e acesso gratuito em se tratando da rede aberta de
televisão. Neste contexto a revista Istoé se coloca como uma publicação em
alguma medida elitizada, pois sua versão impressa é paga, e para se ter acesso
a sua versão gratuita online esbarra-se na questão do acesso limitado a
internet por parte da população.
Sendo assim sua influência na circulação e na
construção da imagem de importantes nomes políticos ocorre em um universo
bastante específico e em alguma medida limitado a uma parcela da população que
costuma consumir notícias através de meios de comunicação pagos, e que,
consequentemente, tende a escolher os editoriais que mais se aproximam de sua
percepção e posicionamento políticos de forma crítica.
A possibilidade de fuga deste jornalismo
tradicional e elitizado atualmente estaria presente nas produções independentes
que emergem a partir, principalmente, da popularização da internet, com
publicações de amplo impacto que não precisam essencialmente de material
impresso para circularem, se tornando mais baratas e acessíveis.
As
representações de Dilma Roussef: da dama de ferro ao estereótipo de histeria
feminina
A presidente Dilma Roussef é uma mulher de
origem mineira que tem sua vida entrelaçada a política brasileira ainda muito
cedo, em seus vinte e poucos anos quando se torna militante contra a Ditadura
Civil-Militar, sofrendo todas as sanções impostas por sua posição contrária ao
regime como a tortura, clandestinidade, cassação de direitos e prisão.
Sua carreira tem início no PDT (Partido
Democrático Trabalhista), partido com o qual se envolve desde sua fundação no
final da década de 1980, tendo ocupado o cargo de Secretaria da Fazenda em
Porto Alegre (1986), e posteriormente assume a Secretaria Estadual de Minas,
Energia e Comunicação (1993) pelo estado do Rio Grande do Sul. Sua carreira
política no PT (Partido dos Trabalhadores) se inicia em 2000, onde continua se
destacando em sua atuação profissional, até que é convidada em 2003 a assumir o
Ministério da Casa Civil, se tornando no ano de 2010 um nome possível para que
o PT desse segmento ao legado do então presidente Luís Inácio Lula da Silva.
“Oficializada a candidatura de Dilma Rousseff
(PT) à presidência do país, as especulações sobre seu passado político voltaram
à tona na imprensa nacional. Uma foto da pré-candidata Dilma Rousseff, ainda
jovem, supostamente obtida durante a ditadura militar, seguida do texto “O
passado de Dilma – documentos inéditos revelam uma história que ela não gosta
de lembrar: seu papel na luta armada contra o regime militar”, apareceu na capa
da revista Época, edição 639, de 14 de agosto de 2010. A reportagem associava
um passado criminoso à candidata do presidente Lula (PT) [...]. (FERNANDES,
2012, p. 80)”
No presente artigo trataremos de maneira
específica as imagens e reportagens de capa da revista semanal Istoé que
trouxeram a presidente em destaque, desde sua primeira candidatura em 2010 até
o processo de impeachment no ano de 2016, objetivando perceber de que forma sua
imagem é transformada pela mídia. Em um primeiro momento foi produzido um
levantamento geral de dados sobre todas as edições publicadas neste período de
seis anos como explicitado na tabela abaixo:
Tabela 1: Análise de capas da
revista Istoé com a presidenta Dilma
A partir da tabela acima, pode-se perceber o
crescimento do número de capas estampadas pela presidente conforme seu governo
perdia estabilidade e a crise parlamentar se agravava. Entre os anos de 2013 e
2016, muitas das manchetes da revista Istoé se dedicaram também a cobrir a
movimentação dos manifestantes contrários ao governo, sem ressaltar que também
houveram muitas manifestações em apoio ao partido. Outra questão a ser apontada
é a relação explicita que se faz entre o ex presidente Lula e a presidente
Dilma, relação que de fato existe por questões de apadrinhamento partidário,
entretanto, em um momento em que o ex presidente era investigado por acusações
de corrupção, atrelar suas imagens inflamava ainda mais a crise de aprovação da
presidente, insinuando que Lula sempre estivesse por trás de Dilma no governo.
As edições escolhidas para análise são a
edição publicada no dia 03 de novembro de 2010, logo após a primeira eleição de
Dilma; a edição do dia 16 de setembro de 2015 que faz menção as caricaturas da
presidente que se popularizam nas manifestações populares; e, por fim, a edição
do dia 06 de abril de 2016, pouco antes do início da votação do processo de
impeachment.
A primeira capa analisada tem como manchete o
título “A mulher no poder: Dilma Roussef ” trazendo uma foto da presidente
sorrindo e encarando de frente o espectador; a paleta de cores utilizada tanto
na fonte que traz os títulos principais, tanto no fundo da foto é composta por
tons claros, diferente das demais capas que serão citadas aqui.
Figura 1: Edição número 1 da
revista Istoé disponível em: https://istoe.com.br/edicao/606_A+MULHER+NO+PODER+DILMA+ROUSSEFF/
)
Passamos então a análise da matéria de capa,
buscando perceber de que forma se constrói a imagem da presidente recém-eleita.
A reportagem tem início com a apresentação do dia da eleição, especificando o
momento exato em que o resultado é divulgado e as reações de Dilma e de seus
apoiadores. Pouco se fala sobre as tensões políticas que ocorreram durante os
dois turnos do pleito eleitoral, citando somente a reação do candidato
derrotado, José Serra, em relação a vitória de Dilma. Ao tratar do discurso da
representante eleita, o tom da notícia é de esperança e de uma exaltação
histórica em relação ao papel representativo da primeira mulher eleita a
presidência do país:
“Mais do que conseguir uma vitória política,
na noite do domingo 31 Dilma Rousseff entrou em definitivo para a história do
Brasil. Cinco séculos após o descobrimento do País e 121 anos depois da
proclamação da República, pela primeira vez uma mulher é escolhida para
comandar a uma das cinco maiores democracias do mundo. Eleita com mais de 55
milhões de votos, ou 56% da votação válida, Dilma Vana Rousseff se tornou a 36º
presidente e a 19º pessoa a ser escolhida por decisão direta do povo brasileiro
para comandar o País. A presidente eleita fez questão de dizer que seu primeiro
compromisso como maior mandatária do País seria honrar as mulheres brasileiras,
“para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural”.
(SERQUEIRA; MARQUES, VILLAMÉA, ISTOÉ, nov. 2010)
A segunda edição da revista a ser analisada
neste artigo é a edição de setembro de 2015, que, por sua vez, ao invés de
apresentar uma foto da então presidente como imagem de capa, traz uma sátira
muito utilizada pelos manifestantes contrários ao governo:
Figura 2: Edição número 2389
da revista Istoé disponível em:
https://istoe.com.br/436140_O+AMARGO+PRECO+DAS+MENTIRAS+DE+DILMA/)
Nesta capa já é possível perceber como o tom
da imprensa se modifica ao tratar da presidente no contexto das inúmeras
manifestações populares que se espalham pelo país, tendo como marco inicial o
mês de junho de 2013. A própria composição da capa demonstra maior
agressividade, tanto pelo contraste do fundo amarelo vivo com as imagens, tanto
pelo uso excessivo do vermelho, cor que no contexto da manifestação se
relacionava negativamente tanto ao Partido dos Trabalhadores quanto a qualquer
movimento ou posicionamento de esquerda no país.
A partir das manifestações populares de 2013
e do resultado cada vez mais acirrado nas eleições de 2014 contra o tucano
Aécio Neves, que inconformado com a derrota anuncia publicamente oposição
explicita ao governo. Devido as inúmeras dificuldades políticas e econômicas
que o país começa a enfrentar a partir do segundo mandato da presidente, bem
como a ascensão de grupos e organizações de direita, a instabilidade política
se instaura culminando em um pedido, expedido em grande parte por líderes da
oposição, para que se abra um processo de impeachment contra Dilma Roussef:
“O rosário de mentiras desfiadas durante a
campanha eleitoral fizeram com que a população a caracterizasse no 7 de
setembro como um boneco inflável – nos moldes do confeccionado para fustigar
Lula, com trajes de presidiário – em uma declarada alusão ao personagem Pinóquio,
pelo nariz comprido. Não à toa. Para tentar sair da crise e salvar a própria
pele, agora ela ministra o mais amargo dos remédios: o corte de programas
sociais e o aumento de impostos.[...]” (BERGAMASCO; PARDELLAS, ISTOÉ, set.
2015)
Outro elemento interessante para discussão ao
avaliarmos essa reportagem é a escolha das imagens que acompanham o texto, nas
quais, dentre outras, aparece logo após a manchete uma foto de Dilma com um
semblante sério tocando seu próprio nariz, de forma a aludir a um possível
“nariz de Pinóquio” como o representado nas sátiras e bonecos das
manifestações. Outra imagem impactante é uma foto do então vice-presidente
Michel Temer já atrelado as cores da faixa presidencial, de forma a reforçar a
ideia de que o impedimento do governo Dilma já era visto como uma realidade.
A terceira e última edição da revista que
analisaremos aqui tem como capa uma imagem da presidente que parece estar
exasperada, acompanhada do título: “As explosões nervosas da presidente”, tendo
sido publicada no dia 06 de abril de 2016, dia este em que o relator da
comissão de impeachment, Jovair Arantes, apresenta seu parecer favorável à
denúncia por crime de responsabilidade. Portanto, essa capa teve repercussão
nacional suscitando, principalmente, a discussão de seu ponto de vista machista
e misógino, estereotipando-a enquanto uma mulher descontrolada e histérica,
características próprias de uma construção social e do senso comum sobre o
comportamento feminino:
Figura 3: Edição de número
2417 da revista Istoé disponível em:
https://istoe.com.br/450027_UMA+PRESIDENTE+FORA+DE+SI/
Toda a matéria gravita em torno de um suposto
descontrole da presidente em seus últimos meses de governo, recorrendo também a
testemunhos de ex aliados e empregados do palácio que passam então a afirmar
que, apesar de sempre ter se mostrado agressiva e destemperada, a situação vem
se agravando:
“Os últimos dias no Planalto têm sido
marcados por momentos de extrema tensão e absoluta desordem com uma presidente
da República dominada por sucessivas explosões nervosas, quando, além de
destempero, exibe total desconexão com a realidade do País. Não bastassem as
crises moral, política e econômica, Dilma Rousseff perdeu também as condições
emocionais para conduzir o governo. Assessores palacianos, mesmo os já
acostumados com a descompostura presidencial, andam aturdidos com o seu
comportamento às vésperas da votação do impeachment pelo Congresso. Segundo
relatos, a mandatária está irascível, fora de si e mais agressiva do que nunca”.
(PARDELLAS; BERGAMASCO, ISTOÉ, abril 2016)
A parte final da matéria se dedica a tecer
uma espécie de “comparação” histórica entre Dilma e a rainha portuguesa
popularmente conhecida como Maria Louca. Nesse ponto os jornalistas citam um
estudo feito pelo psiquiatra britânico Francis Wills sobre a perda do controle
por governantes que se viam prestes a perder o poder. Entretanto, o que se
observa mais uma vez é que o estereótipo de loucura e descontrole pode ser
aplicado as lideranças femininas, já que em nenhum momento é citado se tal
estudo se aplicou também aos muitos homens destituídos do poder na história:
“No século 18, o renomado psiquiatra
britânico Francis Willis se especializou no acompanhamento de imperadores e
mandatários que perderam o controle mental em momentos de crise política e
chegou a desenvolver um método terapêutico composto por “remédios evacuantes”
para tratar desses casos. Sua fórmula, no entanto, pouco resultado obteve com a
paciente Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de
Bragança, que a história registra como “Maria I, a Louca”. Foi a primeira
mulher a sentar-se no trono de Portugal e, por decorrência geopolítica, a
primeira rainha do Brasil. “(PARDELLAS; BERGAMASCO, ISTOÉ, abril 2016)
Dessa forma, o que podemos perceber pelas
análises aqui construídas é a forma discrepante com que as representações da
imagem da presidente Dilma Rousseff se modificaram de acordo comas fases
enfrentadas pelo governo, percebendo também como era colocado pela imprensa sua
condição feminina enquanto primeira presidente do país, evidenciando um suposto
descontrole e incapacidade de se manter coerente e centrada em seu papel.
Considerações
finais
A análise produzida a partir do presente
artigo nos permitiu observar de que formas a representação da presidente Dilma
Roussef, tanto enquanto um ator político proeminente, tanto quanto uma mulher
que tem grande parte de sua vida atravessada pela exposição midiática enquanto
uma figura pública se modificaram na imprensa durante todo o período que está
ocupou o cargo da Presidência da República. Partindo desta percepção se faz
necessário que possamos compreender seu papel na política brasileira a partir
de seu lugar enquanto uma mulher militante da esquerda em um contexto político
em que ambas as características se tornaram motivo de agressões e repreensões
pela opinião pública e pela mídia.
A construção de uma imagem negativa e
estereotipada da presidente pode ser traduzida pela pouca participação e baixa
representatividade feminina na política, sendo a primeira mulher a ocupar o
cargo qualquer erro cometido por Dilma em um país como o Brasil, com grandes
dificuldades de superar a desigualdade de gênero e altos índices de violência
contra a mulher, é justificado também por seu gênero para além de sua
habilidade ou incapacidade política. Tal percepção de acentua principalmente na
última publicação analisada, visto que além de ser tachada como uma mulher
descontrolada, Dilma ainda é comparada com uma outra governante mulher que
também teria perdido o controle, mas nada é dito sobre a forma com que
governantes homens lidam com a perda de prestígio político.
Outro fator a ser apontado é a forma como o
posicionamento da revista Istoé se modifica de acordo com a opinião pública e a
queda de popularidade da presidente, passando de uma construção favorável e
esperançosa em relação a sua eleição, à ataques diretos ao seu partido e suas
medidas, bem como a exposição da opinião de opositores que atacam diretamente o
governo.
Dessa forma, percebemos a revista Istoé como
um veículo que assumiu publicamente um posicionamento contra o governo de Dilma
Roussef quando este começa a perder força e decair em seu índice de aprovação.
Novamente é preciso retomar o que foi exposto no início deste artigo, quando
tratamos da revista enquanto um meio de comunicação que corresponde a
interesses bastante específicos tanto por parte de quem a lê, quanto dos que
financiam sua produção.
Referências
Jorgeana Roberta Alcântara Teixeira é mestranda
em educação pelo programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal
de Juiz de Fora e Licenciada em História pela mesma instituição.
E-mail: joo_alcantara@hotmail.com
Júlia Canella da Silva é mestranda em
educação pelo programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de
Juiz de Fora e Licenciada em História pela mesma instituição.
E-mail: juliacanella97@gmail.com
BIROLI, Flávia. Gênero e política no
noticiário das revistas semanais brasileiras: ausências e estereótipos.
Cadernos Pagu (34), janeiro-junho de 2010:269-299.
FERNANDES, Carla Montuori. As representações
midiáticas de Dilma Rousseff no cenário político brasileiro. Aurora: revista de
arte, mídia e política, São Paulo, v.5, n.14, p.69-85, jun.-set. 2012.
LUCA, Tania Regina de. A grande imprensa no
brasil da primeira metade do século XX. In: Congresso Internacional da Brasa,
Nova Orleans, 2008.
MIGUEL, Luís Felipe. BIROLI, Flávia. Mídia e
representação política feminina:
hipóteses de pesquisa. OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, vol. 15, nº 1, Junho,
2009, p.55-81.
Olá, achei demasiadamente interessante o artigo acima... Mas eu tenho uma dúvida a cerca da "histéria" a qual a resista acusa Dilma e outras personagens femininas, e como citado no artigo não faz o mesmo com os homens, essa situação se deve ao a patriarcado? No qual as mulheres supostamente existem para servir os homens, e ser do lar, cuidar dos filhos, entre outras coisas machistas?
ResponderExcluirGleissiano Ruan de Freitas
Jorgeana e Júlia, parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirGostaria de refletir um pouco mais acerca da representação feminina na imprensa no que se refere a atuação política.
Dilma Roussef, por ser mulher, foi alvo de discursos carregados de machismo durante toda a sua empreitada política. No seu ápice, enquanto presidenta do Brasil, se intensificou ainda mais. Foram inúmeros os episódios que de maneira explícita e sem nenhum pudor, ofensas de graus inimagináveis foram proferidas de forma a agredir a imagem daquela que então ocupava o cargo de chefe do executivo brasileiro.
Considerando que um homem, ocupando o mesmo cargo e nas mesmas condições, não teria o mesmo tratamento que Dilma, pelo simples fato de ser homem, qual destes episódios, se possível escolher um só, pode ter sido o mais marcante - e repugnante - diante da perspectiva de análise adotada por este artigo, no que se refere a repercussão pela imprensa?
Marina Broch
Boa noite!
ResponderExcluirEu gostei muito do texto de vocês. Ótima análise.
As mudanças nas representações ao longo do mandato e as ofensas misóginas contra a presidenta foram bem evidentes na revista.
Mas levando para o lado do ensino de história, de que maneira vocês acham que isso pode ser trazido para a sala de aula? Acho importante esse tema ser debatido no ambiente escolar, no sentido de discutir esses estigmas que nós mulheres carregamos, dentro e fora do ambiente político e ao ocupar posições supostamente “masculinas”.
Vocês acham que levando em conta a grande polarização da sociedade brasileira no contexto atual, tratar desse assunto pode ser considerado como uma “doutrinação”, pela presidenta ser uma representante do Partido dos Trabalhadores?
Att,
Fernanda Loch
Boa noite,
ResponderExcluirJorgeana e Júlia, excelente artigo!
Considerando a mídia no processo de construção de narrativas e consensos reproduz formas de desigualdades que se alinham ao seus interesses, bem como ao momento político e social da conjuntura. Nesse sentido, gostaria de saber como foi retratada a imagem da Presidenta no período da segunda eleição, em 2014, no qual ela já não tinha tanta popularidade quanto no primeiro governo?
Além disso, na pesquisa foi encontrada alguma relação da figura da presidenta relacionada a ampliação das políticas sociais no seu governo, de forma positiva ou negativa?
Ademias, há alguma comparação da Presidenta, que representa uma figura de esquerda, com histórico militante, com outras figuras femininas da direita que se opõem as suas pautas?
Parabenizo pelo artigo e pela análise, que estão ótimos.
Matheus Oliveira de Paula.
Olá Jorgeana e Júlia,
ResponderExcluirInicialmente parabenizo pelo excelente artigo!
Embora seja muito difícil de aceitar como os veículos de comunicação e a sociedade de um modo em geral tente desqualificar as mulheres que buscam ocupar cargos de liderança, como vocês mostraram no caso Dilma ou como podemos presenciar os ataques a Manuela D´avila nas eleições presidenciáveis. Gostaria de saber se dentro das investigações vocês de depararam com publicações explicitamente machistas, porque muitas destas revistas praticam um machismo velado.
Desde já agradeço
Vitória Duarte Wingert
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa noite,
ResponderExcluirSabemos que os meios de comunicação escritos como jornais e revistas são formas elitizadas de circulação de informações. Como vocês acham que isso colabora no contexto abordado em seu artigo?
Desde já agradeço
Victor Romero de Lima