Jorgeana R. Alcântara Teixeira e Júlia Canella da Silva


REPRESENTAÇÕES DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEF NAS CAPAS DA REVISTA ISTO É: DA DAMA DE FERRO À MARIA LOUCA



A discussão sobre a representação e a representatividade femininas na mídia em geral tem ganhado força na última década principalmente devido a ação de crítica, problematização e repúdio de atores do movimento feminista em relação a reafirmação de estereótipos e as sub-representações de mulheres pelos veículos de comunicação em massa. Entretanto, podemos perceber, através de uma breve revisão bibliográfica que trata das diversas formas de representação feminina, o quanto está se coloca enquanto um problema histórico que se inicia, dentre muitos outros ambientes, através da arte, da música e da literatura.

Pesquisadoras como a historiadora Michele Perrot, em sua obra Minha história das mulheres evidencia que até mesmo produzir uma história que se volte para as trajetórias femininas é um exercício dificultado pelas representações estereotipadas, produzidas sempre por homens, e que representam sua visão sobre tais mulheres, e não a forma como estas se constituíam enquanto sujeitos reais.

Ao voltarmos nossas reflexões para o contexto de representação de mulheres públicas pela mídia atualmente, como foco em mulheres que exerçam algum tipo de participação ou representação política, percebemos que esta realidade quase não se alterou. De acordo com a pesquisa documental desenvolvida sobre a representação midiática da política feminina (MIGUEL; BIROLI; 2009) pode-se perceber que novamente o discurso se pauta por uma representação tradicional que enfatiza as marcações de gênero tanto em relação ao espaço ocupado por essas mulheres, tanto quando pensamos no trato de suas imagens e nas pautas as quais sua menção está relacionada:

“A mídia compõe esses procedimentos na medida em que difunde visões da realidade social que tendem a confirmar e naturalizar as visões já incorporadas pelos agentes (homens e mulheres) em relação às hierarquias de gênero. As divisões entre público e privado são, nesse sentido, exemplares. A confirmação do “pertencimento” de mulheres e homens a temas e funções vinculados à esfera pública ou à esfera privada, de acordo com as definições e relações historicamente definidas para essas esferas, é uma confirmação prospectiva das hierarquias ligadas à inserção nessas esferas e da divisão do trabalho que implicam.” (MIGUEL; BIROLI; 2009, p. 64).

Com o avanço dos meios de comunicação, principalmente da popularização e democratização do acesso à jornais e revistas eletrônicos que acompanhou o desenvolvimento da internet, é possível estabelecer uma conexão direta entre a importância e difusão de certos nomes políticos e sua ampla cobertura pela mídia.
        
Tal percepção se acentua a partir do último processo eleitoral que ocorreu no Brasil durante o ano de 2018, onde o candidato eleito a presidência despontou sua candidatura com base na ampla utilização das redes sociais e dos diferentes veículos de comunicação, ainda que de forma polêmica. Dessa forma, apontamos que no contexto político brasileiro atual, mais do que nunca, a forma através da qual um ator político é representado na mídia e na grande imprensa define em grande parte seus índices de provação pela opinião pública e sua força de atuação no meio político.

A revista semanal Istoé e sua atuação política no Brasil
A revista Istoé é uma publicação de circulação nacional editada no estado de São Paulo. Dentre os muitos assuntos tratados pelo periódico, seu posicionamento frente a questões políticas fica claro desde sua primeira publicação, onde já apresenta sua oposição ao regime político vigente, a Ditadura Civil-Militar no Brasil. Sua oposição ao governo se apresentava desde menções sutis e subtendidas as medidas divulgadas, à grande cobertura feita sobre as manifestações antigovernistas que ganharam força durante a década de 1970, e, por fim, a capa estampada pelo então sindicalista Luis Inácio Lula da Silva em fevereiro de 1978.

Entretanto, vale ressaltar também a questão aqui presente sobre o acesso à mídia e a diversos veículos de informação no Brasil, a começar pelos autos índices de analfabetismo e baixa escolarização que dificultam em muito o acesso de uma parcela da população a qualquer tipo de material escrito, espaço então tomado pelos inúmeros noticiários televisivos que tem maior apelo e acesso gratuito em se tratando da rede aberta de televisão. Neste contexto a revista Istoé se coloca como uma publicação em alguma medida elitizada, pois sua versão impressa é paga, e para se ter acesso a sua versão gratuita online esbarra-se na questão do acesso limitado a internet por parte da população.

Sendo assim sua influência na circulação e na construção da imagem de importantes nomes políticos ocorre em um universo bastante específico e em alguma medida limitado a uma parcela da população que costuma consumir notícias através de meios de comunicação pagos, e que, consequentemente, tende a escolher os editoriais que mais se aproximam de sua percepção e posicionamento políticos de forma crítica.

A possibilidade de fuga deste jornalismo tradicional e elitizado atualmente estaria presente nas produções independentes que emergem a partir, principalmente, da popularização da internet, com publicações de amplo impacto que não precisam essencialmente de material impresso para circularem, se tornando mais baratas e acessíveis.

As representações de Dilma Roussef: da dama de ferro ao estereótipo de histeria feminina 
A presidente Dilma Roussef é uma mulher de origem mineira que tem sua vida entrelaçada a política brasileira ainda muito cedo, em seus vinte e poucos anos quando se torna militante contra a Ditadura Civil-Militar, sofrendo todas as sanções impostas por sua posição contrária ao regime como a tortura, clandestinidade, cassação de direitos e prisão.

Sua carreira tem início no PDT (Partido Democrático Trabalhista), partido com o qual se envolve desde sua fundação no final da década de 1980, tendo ocupado o cargo de Secretaria da Fazenda em Porto Alegre (1986), e posteriormente assume a Secretaria Estadual de Minas, Energia e Comunicação (1993) pelo estado do Rio Grande do Sul. Sua carreira política no PT (Partido dos Trabalhadores) se inicia em 2000, onde continua se destacando em sua atuação profissional, até que é convidada em 2003 a assumir o Ministério da Casa Civil, se tornando no ano de 2010 um nome possível para que o PT desse segmento ao legado do então presidente Luís Inácio Lula da Silva.

“Oficializada a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência do país, as especulações sobre seu passado político voltaram à tona na imprensa nacional. Uma foto da pré-candidata Dilma Rousseff, ainda jovem, supostamente obtida durante a ditadura militar, seguida do texto “O passado de Dilma – documentos inéditos revelam uma história que ela não gosta de lembrar: seu papel na luta armada contra o regime militar”, apareceu na capa da revista Época, edição 639, de 14 de agosto de 2010. A reportagem associava um passado criminoso à candidata do presidente Lula (PT) [...]. (FERNANDES, 2012, p. 80)”

No presente artigo trataremos de maneira específica as imagens e reportagens de capa da revista semanal Istoé que trouxeram a presidente em destaque, desde sua primeira candidatura em 2010 até o processo de impeachment no ano de 2016, objetivando perceber de que forma sua imagem é transformada pela mídia. Em um primeiro momento foi produzido um levantamento geral de dados sobre todas as edições publicadas neste período de seis anos como explicitado na tabela abaixo:


Tabela 1: Análise de capas da revista Istoé com a presidenta Dilma

A partir da tabela acima, pode-se perceber o crescimento do número de capas estampadas pela presidente conforme seu governo perdia estabilidade e a crise parlamentar se agravava. Entre os anos de 2013 e 2016, muitas das manchetes da revista Istoé se dedicaram também a cobrir a movimentação dos manifestantes contrários ao governo, sem ressaltar que também houveram muitas manifestações em apoio ao partido. Outra questão a ser apontada é a relação explicita que se faz entre o ex presidente Lula e a presidente Dilma, relação que de fato existe por questões de apadrinhamento partidário, entretanto, em um momento em que o ex presidente era investigado por acusações de corrupção, atrelar suas imagens inflamava ainda mais a crise de aprovação da presidente, insinuando que Lula sempre estivesse por trás de Dilma no governo.

As edições escolhidas para análise são a edição publicada no dia 03 de novembro de 2010, logo após a primeira eleição de Dilma; a edição do dia 16 de setembro de 2015 que faz menção as caricaturas da presidente que se popularizam nas manifestações populares; e, por fim, a edição do dia 06 de abril de 2016, pouco antes do início da votação do processo de impeachment. 

A primeira capa analisada tem como manchete o título “A mulher no poder: Dilma Roussef ” trazendo uma foto da presidente sorrindo e encarando de frente o espectador; a paleta de cores utilizada tanto na fonte que traz os títulos principais, tanto no fundo da foto é composta por tons claros, diferente das demais capas que serão citadas aqui.


Figura 1: Edição número 1 da revista Istoé disponível em: https://istoe.com.br/edicao/606_A+MULHER+NO+PODER+DILMA+ROUSSEFF/ )
        
Passamos então a análise da matéria de capa, buscando perceber de que forma se constrói a imagem da presidente recém-eleita. A reportagem tem início com a apresentação do dia da eleição, especificando o momento exato em que o resultado é divulgado e as reações de Dilma e de seus apoiadores. Pouco se fala sobre as tensões políticas que ocorreram durante os dois turnos do pleito eleitoral, citando somente a reação do candidato derrotado, José Serra, em relação a vitória de Dilma. Ao tratar do discurso da representante eleita, o tom da notícia é de esperança e de uma exaltação histórica em relação ao papel representativo da primeira mulher eleita a presidência do país:

“Mais do que conseguir uma vitória política, na noite do domingo 31 Dilma Rousseff entrou em definitivo para a história do Brasil. Cinco séculos após o descobrimento do País e 121 anos depois da proclamação da República, pela primeira vez uma mulher é escolhida para comandar a uma das cinco maiores democracias do mundo. Eleita com mais de 55 milhões de votos, ou 56% da votação válida, Dilma Vana Rousseff se tornou a 36º presidente e a 19º pessoa a ser escolhida por decisão direta do povo brasileiro para comandar o País. A presidente eleita fez questão de dizer que seu primeiro compromisso como maior mandatária do País seria honrar as mulheres brasileiras, “para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural”. (SERQUEIRA; MARQUES, VILLAMÉA, ISTOÉ, nov. 2010)

A segunda edição da revista a ser analisada neste artigo é a edição de setembro de 2015, que, por sua vez, ao invés de apresentar uma foto da então presidente como imagem de capa, traz uma sátira muito utilizada pelos manifestantes contrários ao governo:
        

Figura 2: Edição número 2389 da revista Istoé disponível em: https://istoe.com.br/436140_O+AMARGO+PRECO+DAS+MENTIRAS+DE+DILMA/)

Nesta capa já é possível perceber como o tom da imprensa se modifica ao tratar da presidente no contexto das inúmeras manifestações populares que se espalham pelo país, tendo como marco inicial o mês de junho de 2013. A própria composição da capa demonstra maior agressividade, tanto pelo contraste do fundo amarelo vivo com as imagens, tanto pelo uso excessivo do vermelho, cor que no contexto da manifestação se relacionava negativamente tanto ao Partido dos Trabalhadores quanto a qualquer movimento ou posicionamento de esquerda no país.

A partir das manifestações populares de 2013 e do resultado cada vez mais acirrado nas eleições de 2014 contra o tucano Aécio Neves, que inconformado com a derrota anuncia publicamente oposição explicita ao governo. Devido as inúmeras dificuldades políticas e econômicas que o país começa a enfrentar a partir do segundo mandato da presidente, bem como a ascensão de grupos e organizações de direita, a instabilidade política se instaura culminando em um pedido, expedido em grande parte por líderes da oposição, para que se abra um processo de impeachment contra Dilma Roussef:

“O rosário de mentiras desfiadas durante a campanha eleitoral fizeram com que a população a caracterizasse no 7 de setembro como um boneco inflável – nos moldes do confeccionado para fustigar Lula, com trajes de presidiário – em uma declarada alusão ao personagem Pinóquio, pelo nariz comprido. Não à toa. Para tentar sair da crise e salvar a própria pele, agora ela ministra o mais amargo dos remédios: o corte de programas sociais e o aumento de impostos.[...]” (BERGAMASCO; PARDELLAS, ISTOÉ, set. 2015)

Outro elemento interessante para discussão ao avaliarmos essa reportagem é a escolha das imagens que acompanham o texto, nas quais, dentre outras, aparece logo após a manchete uma foto de Dilma com um semblante sério tocando seu próprio nariz, de forma a aludir a um possível “nariz de Pinóquio” como o representado nas sátiras e bonecos das manifestações. Outra imagem impactante é uma foto do então vice-presidente Michel Temer já atrelado as cores da faixa presidencial, de forma a reforçar a ideia de que o impedimento do governo Dilma já era visto como uma realidade.

A terceira e última edição da revista que analisaremos aqui tem como capa uma imagem da presidente que parece estar exasperada, acompanhada do título: “As explosões nervosas da presidente”, tendo sido publicada no dia 06 de abril de 2016, dia este em que o relator da comissão de impeachment, Jovair Arantes, apresenta seu parecer favorável à denúncia por crime de responsabilidade. Portanto, essa capa teve repercussão nacional suscitando, principalmente, a discussão de seu ponto de vista machista e misógino, estereotipando-a enquanto uma mulher descontrolada e histérica, características próprias de uma construção social e do senso comum sobre o comportamento feminino:


Figura 3: Edição de número 2417 da revista Istoé disponível em: https://istoe.com.br/450027_UMA+PRESIDENTE+FORA+DE+SI/

Toda a matéria gravita em torno de um suposto descontrole da presidente em seus últimos meses de governo, recorrendo também a testemunhos de ex aliados e empregados do palácio que passam então a afirmar que, apesar de sempre ter se mostrado agressiva e destemperada, a situação vem se agravando:

“Os últimos dias no Planalto têm sido marcados por momentos de extrema tensão e absoluta desordem com uma presidente da República dominada por sucessivas explosões nervosas, quando, além de destempero, exibe total desconexão com a realidade do País. Não bastassem as crises moral, política e econômica, Dilma Rousseff perdeu também as condições emocionais para conduzir o governo. Assessores palacianos, mesmo os já acostumados com a descompostura presidencial, andam aturdidos com o seu comportamento às vésperas da votação do impeachment pelo Congresso. Segundo relatos, a mandatária está irascível, fora de si e mais agressiva do que nunca”. (PARDELLAS; BERGAMASCO, ISTOÉ, abril 2016)

A parte final da matéria se dedica a tecer uma espécie de “comparação” histórica entre Dilma e a rainha portuguesa popularmente conhecida como Maria Louca. Nesse ponto os jornalistas citam um estudo feito pelo psiquiatra britânico Francis Wills sobre a perda do controle por governantes que se viam prestes a perder o poder. Entretanto, o que se observa mais uma vez é que o estereótipo de loucura e descontrole pode ser aplicado as lideranças femininas, já que em nenhum momento é citado se tal estudo se aplicou também aos muitos homens destituídos do poder na história:

“No século 18, o renomado psiquiatra britânico Francis Willis se especializou no acompanhamento de imperadores e mandatários que perderam o controle mental em momentos de crise política e chegou a desenvolver um método terapêutico composto por “remédios evacuantes” para tratar desses casos. Sua fórmula, no entanto, pouco resultado obteve com a paciente Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança, que a história registra como “Maria I, a Louca”. Foi a primeira mulher a sentar-se no trono de Portugal e, por decorrência geopolítica, a primeira rainha do Brasil. “(PARDELLAS; BERGAMASCO, ISTOÉ, abril 2016)

Dessa forma, o que podemos perceber pelas análises aqui construídas é a forma discrepante com que as representações da imagem da presidente Dilma Rousseff se modificaram de acordo comas fases enfrentadas pelo governo, percebendo também como era colocado pela imprensa sua condição feminina enquanto primeira presidente do país, evidenciando um suposto descontrole e incapacidade de se manter coerente e centrada em seu papel.

Considerações finais
A análise produzida a partir do presente artigo nos permitiu observar de que formas a representação da presidente Dilma Roussef, tanto enquanto um ator político proeminente, tanto quanto uma mulher que tem grande parte de sua vida atravessada pela exposição midiática enquanto uma figura pública se modificaram na imprensa durante todo o período que está ocupou o cargo da Presidência da República. Partindo desta percepção se faz necessário que possamos compreender seu papel na política brasileira a partir de seu lugar enquanto uma mulher militante da esquerda em um contexto político em que ambas as características se tornaram motivo de agressões e repreensões pela opinião pública e pela mídia.

A construção de uma imagem negativa e estereotipada da presidente pode ser traduzida pela pouca participação e baixa representatividade feminina na política, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo qualquer erro cometido por Dilma em um país como o Brasil, com grandes dificuldades de superar a desigualdade de gênero e altos índices de violência contra a mulher, é justificado também por seu gênero para além de sua habilidade ou incapacidade política. Tal percepção de acentua principalmente na última publicação analisada, visto que além de ser tachada como uma mulher descontrolada, Dilma ainda é comparada com uma outra governante mulher que também teria perdido o controle, mas nada é dito sobre a forma com que governantes homens lidam com a perda de prestígio político.

Outro fator a ser apontado é a forma como o posicionamento da revista Istoé se modifica de acordo com a opinião pública e a queda de popularidade da presidente, passando de uma construção favorável e esperançosa em relação a sua eleição, à ataques diretos ao seu partido e suas medidas, bem como a exposição da opinião de opositores que atacam diretamente o governo.

Dessa forma, percebemos a revista Istoé como um veículo que assumiu publicamente um posicionamento contra o governo de Dilma Roussef quando este começa a perder força e decair em seu índice de aprovação. Novamente é preciso retomar o que foi exposto no início deste artigo, quando tratamos da revista enquanto um meio de comunicação que corresponde a interesses bastante específicos tanto por parte de quem a lê, quanto dos que financiam sua produção.

Referências
Jorgeana Roberta Alcântara Teixeira é mestranda em educação pelo programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de Juiz de Fora e Licenciada em História pela mesma instituição.
E-mail: joo_alcantara@hotmail.com
Júlia Canella da Silva é mestranda em educação pelo programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de Juiz de Fora e Licenciada em História pela mesma instituição.
E-mail: juliacanella97@gmail.com
        
BIROLI, Flávia. Gênero e política no noticiário das revistas semanais brasileiras: ausências e estereótipos. Cadernos Pagu (34), janeiro-junho de 2010:269-299.
FERNANDES, Carla Montuori. As representações midiáticas de Dilma Rousseff no cenário político brasileiro. Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v.5, n.14, p.69-85, jun.-set. 2012.
LUCA, Tania Regina de. A grande imprensa no brasil da primeira metade do século XX. In: Congresso Internacional da Brasa, Nova Orleans, 2008. 
MIGUEL, Luís Felipe. BIROLI, Flávia. Mídia e representação política feminina:  hipóteses de pesquisa. OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, vol. 15, nº 1, Junho, 2009, p.55-81.


7 comentários:

  1. Olá, achei demasiadamente interessante o artigo acima... Mas eu tenho uma dúvida a cerca da "histéria" a qual a resista acusa Dilma e outras personagens femininas, e como citado no artigo não faz o mesmo com os homens, essa situação se deve ao a patriarcado? No qual as mulheres supostamente existem para servir os homens, e ser do lar, cuidar dos filhos, entre outras coisas machistas?
    Gleissiano Ruan de Freitas

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  2. Jorgeana e Júlia, parabéns pelo artigo!
    Gostaria de refletir um pouco mais acerca da representação feminina na imprensa no que se refere a atuação política.
    Dilma Roussef, por ser mulher, foi alvo de discursos carregados de machismo durante toda a sua empreitada política. No seu ápice, enquanto presidenta do Brasil, se intensificou ainda mais. Foram inúmeros os episódios que de maneira explícita e sem nenhum pudor, ofensas de graus inimagináveis foram proferidas de forma a agredir a imagem daquela que então ocupava o cargo de chefe do executivo brasileiro.
    Considerando que um homem, ocupando o mesmo cargo e nas mesmas condições, não teria o mesmo tratamento que Dilma, pelo simples fato de ser homem, qual destes episódios, se possível escolher um só, pode ter sido o mais marcante - e repugnante - diante da perspectiva de análise adotada por este artigo, no que se refere a repercussão pela imprensa?

    Marina Broch

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  3. Boa noite!
    Eu gostei muito do texto de vocês. Ótima análise.
    As mudanças nas representações ao longo do mandato e as ofensas misóginas contra a presidenta foram bem evidentes na revista.
    Mas levando para o lado do ensino de história, de que maneira vocês acham que isso pode ser trazido para a sala de aula? Acho importante esse tema ser debatido no ambiente escolar, no sentido de discutir esses estigmas que nós mulheres carregamos, dentro e fora do ambiente político e ao ocupar posições supostamente “masculinas”.
    Vocês acham que levando em conta a grande polarização da sociedade brasileira no contexto atual, tratar desse assunto pode ser considerado como uma “doutrinação”, pela presidenta ser uma representante do Partido dos Trabalhadores?

    Att,
    Fernanda Loch

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  4. Boa noite,
    Jorgeana e Júlia, excelente artigo!
    Considerando a mídia no processo de construção de narrativas e consensos reproduz formas de desigualdades que se alinham ao seus interesses, bem como ao momento político e social da conjuntura. Nesse sentido, gostaria de saber como foi retratada a imagem da Presidenta no período da segunda eleição, em 2014, no qual ela já não tinha tanta popularidade quanto no primeiro governo?
    Além disso, na pesquisa foi encontrada alguma relação da figura da presidenta relacionada a ampliação das políticas sociais no seu governo, de forma positiva ou negativa?
    Ademias, há alguma comparação da Presidenta, que representa uma figura de esquerda, com histórico militante, com outras figuras femininas da direita que se opõem as suas pautas?
    Parabenizo pelo artigo e pela análise, que estão ótimos.
    Matheus Oliveira de Paula.

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  5. Olá Jorgeana e Júlia,
    Inicialmente parabenizo pelo excelente artigo!
    Embora seja muito difícil de aceitar como os veículos de comunicação e a sociedade de um modo em geral tente desqualificar as mulheres que buscam ocupar cargos de liderança, como vocês mostraram no caso Dilma ou como podemos presenciar os ataques a Manuela D´avila nas eleições presidenciáveis. Gostaria de saber se dentro das investigações vocês de depararam com publicações explicitamente machistas, porque muitas destas revistas praticam um machismo velado.

    Desde já agradeço
    Vitória Duarte Wingert

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  6. Boa noite,
    Sabemos que os meios de comunicação escritos como jornais e revistas são formas elitizadas de circulação de informações. Como vocês acham que isso colabora no contexto abordado em seu artigo?

    Desde já agradeço
    Victor Romero de Lima

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